segunda-feira, 18 de junho de 2018

PF indicia Joesley e Marcello Miller por corrupção

A PF indiciou o ex-procurador da República Marcello Miller pelo crime de corrupção passiva, informa a repórter Andréia Sadi no G1.

Outras quatro pessoas foram indiciadas por corrupção ativa: Joesley Batista e Francisco de Assis, da J&F, e as advogadas Fernanda Tórtima e Esther Flesch, que trabalhavam para o grupo.

Para o delegado da PF Cleyber Malta Lopes, há indícios de que os quatro corromperam Miller, quando ele era procurador, para obter ajuda para delação premiada de executivos da J&F.

“Nada faríamos para desestabilizar a Lava Jato”

Arnaldo Jardim, do PPS de São Paulo, que assinou o requerimento de criação da CPI de Paulo Pimenta contra a Lava Jato, divulgou nota em defesa da operação.

Ele diz que, caso a comissão seja instalada, participará ativamente dos trabalhos “para defender a continuidade das investigações que vêm passando o Brasil a limpo”.

“Somos apoiadores e nada faríamos ou faremos para desestabilizar a Lava Jato”, afirma o parlamentar em nota assinada também por seu correligionário Rubens Bueno.

“Já oficializei para retirarem meu nome”

Evair Vieira de Melo, do PP do Espírito Santo, é mais um a dizer a O Antagonista que assinou o requerimento da criação da CPI de Paulo Pimenta contra a Lava Jato “por equívoco”.

“A assinatura foi dada por equívoco, junto com outros documentos que estavam coletando assinaturas. Já oficializei para retirarem meu nome.”

Funcionário da OAS diz que foi convocado para obra no sítio de Lula

O encarregado de obras da OAS Misael de Jesus Oliveira disse hoje a Sergio Moro que foi convocado por seu gerente para fazer uma reforma no sítio de Lula em Atibaia, registra a Folha.

Ele prestou depoimento ao juiz federal como testemunha de defesa de Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira.

Misael, que trabalha na OAS desde 2013, disse ter sido convocado para a obra em Atibaia em 2014. Segundo ele, o serviço foi efetuado de março a outubro e envolveu mais três funcionários.

O encarregado de obras disse a Moro que Marisa Letícia fez pedidos diretamente a ele, enquanto Lula apenas passava recados. Entre os pedidos, disse ele, estavam uma poda nas árvores, uma reforma no lago e a construção de uma capela.

Misael afirmou ainda que, de acordo com o que entendeu à época, a capela só seria construída se Dilma Rousseff fosse reeleita. Mesmo com a reeleição, o serviço não foi efetuado.

Mais um deputado vai retirar nome da CPI da Lava Jato

Alceu Moreira, do MDB do Rio Grande do Sul, disse a O Antagonista que vai pedir a retirada do seu nome da lista de deputados que assinaram o requerimento de instalação da CPI de Paulo Pimenta para atacar a Lava Jato.

A assessoria do parlamentar enviou a seguinte nota:

“O deputado Alceu Moreira assinou a CPI no intuito de se tratar do tema proposto na ementa: ‘a finalidade de investigar as denúncias de irregularidades feitas contra Antônio Figueiredo Basto e outros, inclusive envolvendo escritórios de advocacia, ocorridas no âmbito de alguns processos de delação’. Tendo em vista os pontos obscuros em seu conteúdo, vai solicitar a retirada do seu nome.”

Caso a comissão seja instalada, acrescenta o texto, “vai defender a Lava Jato, o que já fez publicamente, inclusive, em entrevistas e discursos em plenário”.

“Foi um equívoco meu”

Jerônimo Goergen, do PP do Rio Grande do Sul, disse a O Antagonista que assinou o requerimento da CPI de Paulo Pimenta para matar a Lava Jato “por equívoco”.

“Foi um equívoco meu. Vou enviar agora um ofício pedindo a retirada da minha assinatura.”

Em seguida, o parlamentar mandou a seguinte nota:

“Diante das dúvidas e possíveis prejuízos às investigações decorrentes da Lava Jato, estou formalmente retirando minha assinatura de apoio à CPI que tem como objetivo ‘investigar as denúncias de irregularidades feitas contra Antônio Figueiredo Bastos, inclusive envolvendo escritórios de advocacia, ocorridas no âmbito da Operação Lava Jato’. Eu me equivoquei ao assinar o requerimento e o erro está corrigido.”

PSOL contra a Lava Jato

Entre os 190 deputados que assinaram o requerimento para criação de uma CPI destinada a matar a Lava Jato, está praticamente toda a bancada do PSOL: Chico Alencar, Glauber Braga, Jean Wyllys, Luiz Erundina e Edmilson Rodrigues.

Só Ivan Valente não assinou.

Pesquisa sobre popularidade ‘não é verdadeira’, diz Temer

Michel Temer disse que a mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada em 10 de junho, na qual ele aparece com 82% de rejeição, “não é verdadeira”.

O presidente falou à imprensa em Assunção, depois de participar de almoço com outros líderes do Mercosul.

Temer também foi questionado sobre o efeito de sua baixíssima popularidade nos projetos que o governo quer aprovar. Respondeu que tem “a melhor relação com o Congresso” e que os parlamentares estão “trabalhando como antes”.

Tropa de choque de Temer contra a Lava Jato

Entre os 190 deputados que assinaram o requerimento para criação de uma CPI destinada a matar a Lava Jato, estão integrantes da tropa de choque de Michel Temer: Aguinaldo Ribeiro, Baleia Rossi, Beto Mansur, Darcísio Perondi, Fausto Pinato, Lelo Coimbra…, relata O Antagonista.

Manuela não sabe o que diz

Hoje Manuela D’Ávila foi ao Twitter elogiar a Islândia. Escreveu que o país é “o primeiro do mundo a tornar ilegal pagar salários diferentes para homem e mulher”.

Acrescentou que, se ela for eleita, “o Brasil será o segundo”.

Manuela está errada. A prática já é ilegal no Brasil, de acordo com o artigo 461 da CLT:

“Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.”

Essa redação do artigo foi dada pela reforma trabalhista (lei 13.467) no ano passado –aquela mesma que o partido da pré-candidata, o PC do B, combate com unhas e dentes.




Presidente do Conselho de Ética contra a Lava Jato

Entre os 190 deputados que assinaram o requerimento para criação de uma CPI destinada a matar a Lava Jato, está Elmar Nascimento, do DEM da Bahia, presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.

Os deputados que apoiam a CPI para matar a Lava Jato

A lista dos 190 deputados federais que, até aqui, assinaram o requerimento para instalação da CPI destinada a matar a Lava Jato.

VEJA ABAIXO:








Fonte: O Antagonista


O CONGRESSO NACIONAL CONTRA A LAVA JATO

Representantes de 19 partidos assinaram o requerimento para instalação de uma CPI destinada a atacar a Lava Jato.

O site O Antagonista fez o ranking, com base nos apoios até aqui:

PT – 57

PP – 35

MDB – 34

PCdoB – 9

PSB – 9

PSD – 7

PR – 6

PDT – 6

PSOL – 5

PRB – 5

DEM – 4

Solidariedade – 3

PPS – 2

Avante – 2

PTB – 2

PROS – 2

Podemos – 1

PSC – 1

PSDB – 1

Bolsonaro recusa dinheiro

Jair Bolsonaro está recusando dinheiro.

Ele disse para o Estadão:

“Temos independência para trabalhar. É comum em reuniões que faço alguém falar: ‘Vamos ajudar financeiramente a campanha’. Eu digo: ‘Não aceito’. Tem cara que fatura mais de um bilhão por ano. Não quero dever nada para ninguém. Ou chego ao poder de forma independente ou não chego.”


Os marqueteiros repetem que Jair Bolsonaro vai murchar durante a campanha eleitoral. Se continuar assim, ele vai atropelar todos os outros candidatos. Ele entendeu o humor do eleitorado.

Bolsonaro: ‘Comigo vocês podem errar, com os outros já erraram’

Em São Paulo, onde participou de um evento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Jair Bolsonaro defendeu sua pré-candidatura ao Planalto como um projeto diferente.

“Comigo vocês podem errar, [mas] com os outros, tenho certeza, já erraram”, declarou o deputado, de acordo com o relato da Folha.

Bolsonaro também rebateu o que seus críticos consideram contradição entre suas ideias estatizantes e o programa liberal que procura apresentar agora.

“O ser humano evolui. O senhor não está se referindo, com todo respeito, a um troglodita”, disse em resposta ao economista Ricardo Sennes, um dos entrevistadores do evento.

O presente de Natal

Gilmar Mendes pode soltar Lula para afundar a Lava Jato, publica o site O Antagonista.

Fazendo isso, porém, ele vai afundar também o governo de Michel Temer, porque o Brasil vai explodir.

Para o presidente da República, é melhor dar o golpe no Natal, antes de sair do Palácio do Planalto.

Câmara paga R$ 13,3 milhões para parlamentares não precisarem apertar botão de elevador

A Câmara dos Deputados assinou, no mês passado, o quarto e último termo aditivo de um contrato para a prestação do serviço de ascensoristas. O acordo está em vigência desde 2014 e já custou R$ 13,3 milhões aos cofres públicos. Para livrar os parlamentares da simples tarefa de apertar um botão do elevador, o último aditivo, que terá prazo de dois meses, foi calculado em R$ 656 mil. Procurada, a Câmara informou que uma nova licitação para o serviço já foi lançada, com valor estimado de R$ 4,3 milhões para um ano de contrato, informa o site Folha Política.

De acordo com o contrato atual, a C&P soluções em telemarketing, vencedora da licitação, fornece 50 ascensoristas, oito "telefonistas de fluxo de elevador", sete "recepcionistas de fluxo de pessoas" e um encarregado geral.

A renúncia ao ato de escolher o andar com as próprias mãos exigiu a criação de uma rígida hierarquia para que o serviço seja prestado de forma eficiente. Os ascensoristas, com salário-base de R$ 1,4 mil, têm a missão de operar o elevador e "tratar os passageiros com urbanidade e polidez".

Já os telefonistas de fluxo, com rendimento mínimo de R$ 1,6 mil, têm o dever de "atender e repassar aos ascensoristas as chamadas de elevadores privativos efetuados por parlamentares" e "controlar a movimentação dos elevadores".

Os recepcionistas de fluxo, com salário-base de R$ 1,9 mil, são responsáveis por "acompanhar os trabalhos desenvolvidos pelos ascensoristas" e "acompanhar o serviço dos ascensoristas na mesa de controle".

Por fim, o encarregado geral, com salário-base de R$ 4,9 mil, é o chefe de toda equipe, responsável por "supervisionar, coordenar e fiscalizar o bom andamento dos serviços", além de "produzir relatórios". Mas não é qualquer um que pode ocupar o cargo. Entre as qualificações necessárias, o encarregado geral precisa ter "curso específico de ascensorista com diploma emitido por empresa legalmente constituído".

O contrato prevê aos funcionários auxílio-alimentação, auxílio-transporte, uniformes, auxílio funeral, assistência médica e odontológica e planos de saúde.

Dodge pede inclusão da delação de Funaro no inquérito dos Portos

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a inclusão da colaboração premiada do corretor Lúcio Funaro no inquérito que mira o presidente Michel Temer e investiga suspeitas de irregularidades em torno do decreto dos Portos, publica o site Folha Política.

Caso a delação premiada de Funaro seja incluída no inquérito, ela pode ser utilizada para fundamentar uma eventual denúncia de Raquel Dodge contra o presidente.

O inquérito, de relatoria de Barroso, apura se a Rodrimar, empresa que opera no Porto de Santos, foi beneficiada pelo decreto assinado pelo presidente em maio do ano passado, que ampliou de 25 para 35 anos as concessões do setor, prorrogáveis por até 70 anos.

Além do presidente, são investigados Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer e ex-deputado federal, e Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, respectivamente, dono e diretor da Rodrimar. Todos negam irregularidades.


DELAÇÃO. O corretor Lúcio Funaro afirmou em seu acordo de colaboração premiada que o presidente Michel Temer tem negócios com a empresa Rodrimar e por isso influenciou diretamente a aprovação da MP 595/13, conhecida como Medida Provisória dos Portos, para defender interesses de grupos ligados a ele. A MP foi aprovada em maio de 2013 durante o governo Dilma Rousseff (PT).


“Após a aprovação da MP acredita que tenham recebido uma comissão pela aprovação da mesma as seguintes pessoas dentre outras: Temer, Cunha, Henrique Alves (que era presidente da Câmara a época), o Ministro dos Transportes, tendo conhecimento de repasses por Gonçalo Torrealba, proprietário do Grupo Libra”, diz o anexo da delação sobre o tema.

Se pudessem, 62% dos jovens brasileiros iriam embora do país

Num piscar de olhos, a população dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná desapareceria do Brasil. Cerca de 70 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais deixariam o Brasil se pudessem, mostra o Datafolha.

Na pesquisa, feita em todo o Brasil no mês passado, 43% da população adulta manifestou desejo de sair do país. Entre os que têm de 16 a 24 anos, a porcentagem vai a 62%. São 19 milhões de jovens que deixariam o Brasil, o equivalente a toda a população de Minas Gerais.

O êxodo não fica apenas na intenção. O número de vistos para imigrantes brasileiros nos EUA, país preferido dos que querem se mudar, foi a 3.366 em 2017, o dobro de 2008, início da crise global.

Os pedidos de cidadania portuguesa aceleraram. Só no consulado de São Paulo, houve 50 mil concessões desde 2016. No mesmo período, dobrou o número de vistos para estudantes, empreendedores e aposentados que pretendem fixar residência em Portugal.

“Há fatores de sucesso e de fracasso que explicam isso”, avalia Flavio Comim, professor de economia da Universidade Ramon Llull (Barcelona). 

Um deles é que hoje é mais fácil se mudar: “Na internet dá para ver a rua onde se pretende morar, a sala do apartamento que se quer alugar”.

Há também grande frustração. “O Brasil de 2010 promoveu as expectativas de que nosso país seria diferente. O tombo foi maior quando se descobriu que não estávamos tão bem quanto se dizia.”

Segundo Comim, nos últimos anos seus alunos começaram a pedir cartas de referência para trabalho, “com o claro propósito de mudar permanentemente para o exterior”.

Não só os jovens querem ir embora. Há maioria também entre os que têm ensino superior (56%) e na classe A/B (51%). É o caso da produtora Cássia Andrade, 45, que vendeu seu apartamento e embarca para o Canadá até agosto.

“Não quero virar Uber nem vender brigadeiros. Trabalho com arte há 30 anos e estou em plena fase produtiva. Não faz sentido ficar só porque sou brasileira e não desisto nunca.” Cássia só não fechou sua empresa porque pretende continuar trabalhando com projetos brasileiros. 

Essa possibilidade de continuar atuando no Brasil mesmo de fora é um dos fenômenos que atenuam a chamada “fuga de cérebros”, afirma Marcos Fernandes, pesquisador do Cepesp FGV.

Na área acadêmica, os brasileiros passam a trabalhar na fronteira do conhecimento, e exportam esse conhecimento para o Brasil por meio de parcerias e projetos individuais.

Já no caso de profissionais de nível técnico ou empreendedores o intercâmbio é mais difícil. Mas, segundo Fernandes, há evidência empírica de que a saída de talentos é um movimento de curto prazo. “A não ser em casos de guerra civil ou falência do Estado, boa parte deles acaba voltando.”

No médio prazo, portanto, o Brasil pode ganhar profissionais mais bem formados e experientes num período futuro.

João Amaro de Matos, vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa, na qual o número de alunos brasileiros é crescente, concorda com a análise.

“Nossa experiência mostra que muitos voltam, e não faz sentido tentar estancar esse fluxo. Os brasileiros mais promissores só vão exercer seu potencial se puderem ser livres para se desenvolver.”

Matos, português que viveu em São Paulo dos 14 anos até se doutorar na USP, cita seu próprio caso: morou na Alemanha e na França, mas hoje está em Portugal e trabalha no Brasil dois meses por ano.

As perdas de curto prazo podem ainda ser minoradas com políticas públicas, diz Fernandes. “O governo precisa criar canais de conexão e participação com os acadêmicos brasileiros no exterior, e gerar estabilidade e crescimento para que os tecnólogos e empreendedores voltem mais rapidamente. Não é o mercado que vai resolver isso.”

A saída de brasileiros traz desafios não só para o setor público, mas também para a sociedade civil, nota o diretor de Mobilização do Todos pela Educação, Rodolfo Araújo, que aponta uma cisão entre o indivíduo e as instituições.

“As pessoas se sentem vítimas do sistema, à parte dele. Com isso, perdem a capacidade de se sentir cidadãs, seja nos direitos, seja nos deveres.”

Para Araújo, é preocupante que os mais escolarizados não se sintam parte da solução, e as instituições precisam se aproximar das pessoas, conhecê-las e ganhar a confiança delas.

“Afinal, o que é ser brasileiro hoje? Não pode ser ‘sou um desiludido, um desesperançado’. Cair nisso é muito perigoso para todos nós.”

Há de fato um clima de desesperança. Levantamento feito no começo deste mês pelo Datafolha mostrou que, para 32% dos brasileiros, a economia vai piorar; 46% acreditam em alta do desemprego.

“Gera uma angústia muito grande. Se nós já estamos em pânico, imagine os jovens”, diz Fernandes. Enrico Aiex Oliveira, 19, um dos 12 mil brasileiros que cursam faculdade em Portugal, pretende fazer carreira no exterior. Gostaria de voltar um dia ao Brasil “se houvesse estabilidade econômica, reforma política e melhora na saúde e na educação”.

O problema, segundo Comim, é que, “se há um futuro, ele não deve chegar tão breve. E dez anos podem não ser nada na vida de um país, mas é muito na de uma pessoa”.


Nessa perspectiva, a vontade de ir embora “é uma atitude racional, de busca de uma vida melhor em um mundo no qual ficou mais fácil transitar”.

Empregados fogem do país e ladrões saqueiam estatal de petróleo da Venezuela

Milhares de trabalhadores vêm fugindo da PDVSA, a estatal de petróleo venezuelana, abandonando empregos antes cobiçados que hoje não têm valor. No vácuo, criminosos roubam equipamentos, veículos, bombas, fios de cobre, levando tudo para conseguir dinheiro. A sangria paralisa ainda mais a companhia e agrava a crise do chavismo, relata o site Folha Política.

O momento não poderia ser pior para o ditador Nicolás Maduro, "reeleito" em maio em uma eleição contestada. Embora ele ainda mantenha um controle firme sobre o país, a Venezuela está numa situação desesperadora, às voltas com hiperinflação, fome generalizada, luta política, escassez de remédios e êxodo de um milhão de pessoas.

Para encontrar uma saída, a chave é o petróleo, única fonte de moeda forte. Mas, cada vez mais, a Venezuela produz menos. A direção da estatal vem esvaziando, a mão de obra está pela metade e materiais essenciais desapareceram. Tudo isso se soma a escândalos de corrupção e dívidas exorbitantes. 

Carlos Navas, de 37 anos, fazia parte de uma equipe de perfuração em El Tigre. Tinha casa com ar condicionado e um carro. Jamais imaginou que um dia não teria dinheiro para comprar comida. Ele deixou o emprego no ano passado porque não conseguia viver com seu salário. “Antes, você trabalhava e era rico. Hoje, o salário não dá nem para comprar comida”, disse.

A inflação na Venezuela deve chegar a 13.800% este ano, segundo o FMI. Quando o New York Times entrevistou Navas, em maio, o salário mensal de um trabalhador mal dava para comprar um frango inteiro ou 900 gramas de carne. Com os preços subindo rapidamente, hoje dá para muito menos.

A produção da estatal está no seu menor patamar em 30 anos. A PDVSA e o governo deixaram de pagar títulos de dívida e não amortizam os juros desde o fim do ano passado. A China recusou-se e realizar mais empréstimos em troca de pagamentos futuros em petróleo. 

Nas últimas semanas, os tribunais decidiram que a ConocoPhillips, empresa de petróleo americana, poderá confiscar carregamentos venezuelanos em refinarias e terminais do Caribe. A medida foi decorrente da decisão da Venezuela de nacionalizar todos os ativos estrangeiros no setor do petróleo.

No plano interno, o país enfrenta tantos problemas nas refinarias que precisa importar gasolina, gastando dólares que não tem. Maduro ordenou a prisão de dezenas de executivos da estatal, incluindo o ex-presidente da PDVSA, alegando um combate contra a corrupção.

As medidas têm as marcas de uma batalha pelo controle do acesso às receitas do petróleo. Em novembro, ele colocou o general da Guarda Nacional, Manuel Quevedo, sem nenhuma experiência no setor, para comandar a empresa. 

No mês passado, Maduro afirmou que a produção deste ano precisa crescer em um milhão de barris diários, o que é praticamente impossível, sugerindo que poderá conseguir investimentos de Rússia e China. Na região de El Tigre, muitas operações são realizadas pela estatal em joint ventures com empresas estrangeiras.

Executivos da PDVSA apontam para a dificuldade de trabalhar na Venezuela. “As pessoas estão passando fome”, disse Eldar Saetre, diretor da Equinor, companhia norueguesa parceira da estatal. Entrevistas com trabalhadores revelam indignação. Muitos disseram que a estatal vem decaindo há anos, mas que a deterioração acelerou. “A PDVSA era uma taça de ouro. Hoje é um copo de plástico”, disse um deles.

Os trabalhadores afirmam que o seguro saúde vitalício hoje não vale nada, porque a companhia deixou de pagar as clínicas particulares. Às vezes não há almoço porque os provedores não são pagos. E agora há o roubo de equipamentos. Em várias estações de bombeamento e tanques de armazenamento os ladrões destruíram instalações elétricas para retirar cabos de cobre. Em um local, nove transformadores foram retirados de postes, inutilizando sistemas vitais.

Cercas derrubadas e portões abertos deixam as instalações sem proteção. Segundo um empregado, uma unidade da Guarda Nacional, encarregada de patrulhar a área, deixou de operar durante meses porque seu carro quebrou e não havia peças para consertá-lo.

Os trabalhadores não sabem quem está por trás dos roubos. Poderiam ser gangues criminosas, mas para desmantelar sistemas elétricos é preciso ter o conhecimento que operários e ex-funcionários possuem. Segundo Ali Moshiri, ex-executivo da Chevron, roubos em campos de petróleo na Venezuela ocorrem há 20 anos. “Eles roubam as peças, fundem e vendem”, disse. “As pessoas estão desesperadas. Elas vendem o cobre roubado para alimentar a família.” 

Em El Tigre, a produção caiu e novas perfurações estão paralisadas por falta de equipamento. Segundo um supervisor, seus funcionários estão fugindo para EUA, Peru, Equador, Brasil, Colômbia e Espanha. Muitos abandonam o emprego sem avisar. Na maior parte das vezes, não são substituídos. E, quando são, os novos empregados têm pouca ou nenhuma experiência.

Junior Martínez, de 28 anos, que trabalhou no setor do petróleo durante oito anos, está reunindo seus documentos, incluindo o diploma de engenheiro químico. Sua mulher e sua filha partiram há três meses para o Brasil. “Ganho 1,4 milhão de bolívares por semana e não é suficiente para comprar uma caixa de ovos ou um tubo de pasta de dente”, afirmou. 

Seu pai, Ovidio Martínez, de 55 anos, lembra quando o boom do petróleo começou. Ele chorou ao falar da determinação do filho de deixar o país. “Você vê seus filhos partirem e não pode impedir. Neste país, eles não têm futuro”, afirmou.

Chapa formada por alunos de direita vence eleições para o DCE da UnB

Cerca de 6 mil estudantes da Universidade de Brasília (UnB) elegeram a direção do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Desta vez, alunos com perfil de direita conquistaram o comando da entidade. 

Com 3.347 votos e discurso em defesa de investimentos privados na instituição, a chapa Aliança pela Liberdade, que chegou a ficar à frente da gestão por cinco anos seguidos, entre 2011 e agosto de 2016, ganhou o pleito, disputado entre terça e quarta-feira. O novo presidente ainda não foi definido. O segundo lugar ficou com a Unidade para Resistir, que conquistou 2.273 votos, grupo com composição semelhante ao Todas as Vozes, vitorioso em 2017. A falta de recursos públicos na universidade foi um dos principais temas da campanha, assim como problemas de grande interesse para os alunos, como o valor das refeições no Restaurante Universitário (RU).

Presidente da Aliança pela Liberdade, o estudante de engenharia elétrica André Costa afirmou que a composição da gestão ainda será debatida, uma vez que “a prioridade era vencer as eleições”. “Indicaremos os três coordenadores-gerais, e eles escolherão os demais integrantes”, adiantou. Segundo a UnB, a posse ocorrerá às 12h de 29 de junho, no prédio do Instituto Central de Ciências (ICC), no Câmpus Darcy Ribeiro. O mandato é de um ano.

Integrante da Aliança pela Liberdade e estudante do 8º semestre de direito, Bruno Henrique de Moura acredita que a posição política da chapa Unidade para Resistir se tornou fator decisivo para a derrota da chapa. “Eles eram incisivos no apoio a ocupações e greves, por exemplo, quando os estudantes se mostraram contrários. A gestão do DCE tem de priorizar a entrega de projetos em vez do enfrentamento político”, defendeu.

Para exemplificar a insatisfação dos acadêmicos com o comando da Unidade para Resistir, Bruno Henrique apontou o resultado favorável da Aliança nas urnas do Centro Acadêmico de Agronomia. Durante uma das manifestações, o local amanheceu pichado e vandalizado. O chamado Udefinho, onde os estudantes da faculdade votam, rendeu à chapa vencedora 313 votos, contra 304 da segunda colocada. Na sede da UnB em Planaltina, a Aliança também teve bom desempenho, com o apoio de 138 estudantes — 10 a menos do que a Unidade para Resistir.

Posição política

O estudante de comunicação organizacional Matheus Carvalho integrou a chapa Unidade para Resistir, apoiada por partidos de esquerda, como PT, PCdoB e PSol, que ficou em segundo lugar. Ele reclama do fato de algumas chapas não terem se posicionado contra a proposta de aumento do valor das refeições no RU da UnB. “A chapa que ganhou, por exemplo, não se declarou contra a proposta de o preço das refeições subirem de R$ 2,50 para R$ 6,50. Nós somos totalmente contra esse reajuste”, reforçou Matheus. “Na campanha, também criticamos os cortes de repasses para a universidade, sobretudo após a Emenda Constitucional 95 (que trata do teto dos gastos)”, acrescentou Matheus.

Outro tema importante debatido foi a necessidade de a Universidade de Brasília investir em saúde mental, com campanhas de prevenção ao suicídio entre os alunos. Ao todo, eram quatro grupos na disputa. Além dos dois primeiros colocados, o Movimento Resistência Universitária (MRU) e o Ousar, Lutar, Universidade Popular! integraram a lista.

fonte: Folha Política

Esquerda é derrotada em eleições na Colômbia

Com 97% das urnas apuradas, o candidato Iván Duque foi eleito o novo presidente da Colômbia, derrotando o candidato da esquerda, Gustavo Petro

Duque acumulava 54,07% dos votos válidos. 

Em lançamento de pré-candidatura, Márcia Tiburi diz entrou para o PT 'na contramão da história'

A filósofa Márcia Tiburi lançou sua pré-candidatura ao governo do Rio pelo PT, neste domingo (17), com um discurso que exaltou o partido para o qual entrou no início de março. Márcia, que era filiada ao PSOL desde 2013, afirmou que se juntou ao PT por uma questão de "gratidão" e "na contramão da história", em evento no diretório Estadual do PT, registra o site Folha Política.

A filósofa também falou que há uma "tentativa de transformar o PT na metáfora do mal brasileiro". "Podemos sempre refazer os nossos caminhos e ter posicionamentos mais condizentes com a nossa própria história. Foi por esse aspecto da gratidão com o PT que eu resolvi me filiar, na contramão da história e na contramão dessa conspurcação e dessa tentativa de transformar o PT na metáfora do mal brasileiro", disse.

É a primeira vez que Márcia irá disputar um cargo político. A filósofa entrou no lugar do ex-ministro Celso Amorim, que teria declinado da função após especulações sobre o ex-chanceler ser cogitado como possível "plano B" petista para substituir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na candidatura à Presidência.

A pré-candidata também afirmou que, como professora de filosofia, quer ir "em busca da verdade", fazendo referências à prisão, a seu ver injusta, do ex-presidente Lula. Nos bastidores do PSOL, comenta-se que a saída de Márcia do partido e a ida para o PT foi em grande parte pela sua enfática defesa ao ex-presidente.

"Nunca fui candidata, mas tenho certeza de que todo cidadão comum está com vontade de sair da sua zona de conforto", disse. "O PT é o maior partido do Brasil e tem uma consistência teórica que faz sentido, que agrega e que coloca em cena a diversidade da população brasileira", defendeu.

A chapa também lançou Edson Santos, ex-deputado federal e ex-ministro da Secretaria Especial da Igualdade Racial de Lula, como coordenador do programa de governo. O presidente do PT no Rio, Washington Quaquá, disse que a pré-candidatura de Márcia foi uma unanimidade no partido. "Vamos para a polarização da disputa no Rio de Janeiro com um nome novo, que vai colocar o PT no centro da disputa e garantir um palanque potente para Lula no Estado", justificou.

Fim de linha para Paulo Henrique Amorim: Pena de prisão, salário penhorado e fuga de oficiais de justiça

A semana foi a pior possível para o jornalista Paulo Henrique Amorim. 

Na quinta-feira (14), o seu último recurso foi indeferido e ele terá que cumprir a pena de prisão de um ano e oito meses a que foi condenado pelo cometimento do crime de injúria racial contra o jornalista Heraldo Pereira, da Rede Globo, publica o site Jornal da Cidade Online.

O caso aconteceu em 2008. PH criticou Heraldo alegando que por ser apenas um contratado da Rede Globo, não passava de ‘um negro de alma branca’, um negro a serviço dos brancos, um negro capacho. 

Condenado já em primeira instância, o jornalista perdeu o seu último recurso no Supremo Tribunal Federal (STF). 

A pena deverá ser cumprida em regime aberto, modalidade onde o apenado pode trabalhar durante o dia e deve obrigatoriamente recolher-se no período noturno, além de outras restrições e o comparecimento periódico perante a vara de execuções penais.

Paralelamente, na esfera cível, parte do salário do jornalista junto a Rede Record está penhorado com o objetivo de pagar indenizações por danos morais a que foi condenado. 

Supõe-se que o patrimônio de Paulo Henrique esteja inteiramente ocultado. Colocado em nome de terceiros e em uma empresa offshore em paraíso fiscal (Ilhas Virgens Britânicas).

A vida do jornalista transformou-se num dia-a-dia de dribles em oficiais de justiça, descumprimento de decisões judiciais e na utilização de sua condição de ‘idoso’ para não assumir responsabilidades. 

Além da condenação no processo crime contra Heraldo Pereira, o jornalista tem outras condenações em processos movidos pelos jornalistas Merval Pereira e Ali Kamel. Também tem uma outra condenação numa ação movida pelo jornalista e senador Lasier Martins, a quem chamou de ‘vigarista’, ‘sabujo’, ‘agenciador de salames coloniais’, ‘porta-voz do império mafiomidiático guasca’ e ‘velhaco’. Usou as palavras ‘jornalista’ e ‘comentarista’ entre as aspas, em flagrante deboche. 

Enfim, sua situação é dramática, ensejando um triste e lamentável fim de carreira.

Fonte: Conjur


SE A MODA PEGA...

Os onze ministros do STF contrataram um espaço especial no aeroporto de Brasília. Pela bagatela de R$ 374 mil anuais livraram-se dos “desconfortos” da sala VIP que já utilizavam e transformaram seus voos num prolongamento das mordomias habituais em que tudo é privativo, do elevador ao “capinha” (aquele funcionário que puxa e empurra a cadeira quando sentam).
A nova sala vem acompanhada de outras regalias, como o procedimento de embarque exclusivo, uma van que transporta o ministro até a aeronave e uma escada lateral pela qual ascendem à cabine de passageiros. Todo o pacote minimiza o contato de suas excelências com o povo a quem dizem servir na “distribuição” da Justiça.
Com isso, e à nossa custa, evitam que algum passageiro malcriado lhes dirija palavras desagradáveis, como eventualmente acontece. Palavras desagradáveis também são privativas no topo do Poder Judiciário. Só ministros podem proferir desaforos a ministros. E normalmente com razão.

A assessoria do Tribunal, segundo matéria do Estadão, informa que se trata de conduta de segurança. O dito soa estranho porque a regalia se refere apenas ao aeroporto de Brasília. Se for, mesmo, procedimento de segurança, presume-se que algo assim deva se reproduzir nas capitais do país, especialmente nos destinos frequentes dos senhores ministros.

Sublinhe-se, em favor da população e de sua opinião sobre o colegiado do STF, que todo o descontentamento que, por vezes, se expressa em indignação, é motivado pelos bons favores e pela tolerância da Corte para com a prazerosa impunidade dos corruptos. A situação se tornou, mesmo, intolerável.

Se esses procedimentos típicos de recepção de motel pegarem, logo haverá salas especiais para deputados, para senadores, para ministros do TCU, para ministros de Estado. Ou - quem sabe? – surgirá uma nova capital federal, em área mais remota do sertão, onde não haja povo para encher o saco.

texto de Percival Puggina, membro da Academia Rio-Grandense de Letras, arquiteto, empresário e escritor, colunista de dezenas de jornais e sites no país.