domingo, 11 de fevereiro de 2018

O jornalista Rodrigo Constantino estudou a vida de Lula e afirma:

"Trata-se de um psicopata!"

Lula é inocente

Ricardo Lewandowski publicou um texto na Folha de S. Paulo defendendo a presunção de inocência.

A inocência de Lula, é claro.

Leia o trecho em que ele rejeita a possibilidade de prender os condenados em segundo grau, com um argumento verdadeiramente patético:

“Daí a relevância da presunção de inocência, concebida pelos constituintes originários no art. 5º, LVII, da Constituição em vigor, com a seguinte dicção: ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença criminal condenatória, o que subentende decisão final dos tribunais superiores.

Afigura-se até compreensível que alguns magistrados queiram flexibilizar essa tradicional garantia para combater a corrupção endêmica que assola o país.

Nem sempre emprestam, todavia, a mesma ênfase a outros problemas igualmente graves, como o inadmissível crescimento da exclusão social, o lamentável avanço do desemprego, o inaceitável sucateamento da saúde pública e o deplorável esfacelamento da educação estatal, para citar apenas alguns exemplos.”

TRÊS MIL CASAS DO "MINHA CASA, MINHA VIDA" ABANDONADAS NO MARANHÃO

Imóveis começaram a ser construídos em 2014 e nunca foram entregues às famílias contempladas. 

Três mil casas que foram construídas com recursos do Governo Federal ( ou seja, o nosso dinheiro) através do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ estão abandonadas em Imperatriz, a 626 km de São Luís. 

Boa parte das três mil casas foram construídas com aquecedor de energia solar e o conjunto residencial faz parte das cinco mil casas que foram distribuídas pelo programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ em Imperatriz. 

Por conta do abandono no local, já é possível perceber alguns imóveis que estão com janelas e portas deterioradas e que uma vegetação cresce dentro e ao redor das casas.

VEJA O VÍDEO:

Casas do 'Minha Casa, Minha Vida' abandonadas no Maranhão

Bastidor sobre o caso Segovia: Diretor-Geral da PF é desafeto do delegado que investiga Temer

Declaração que mexeu o mundo da política neste fim de semana tem um bastidor importante, segundo revela a âncora do Jornal da Globo, Renata Lo Prete. O diretor-geral da PF, que comentou detalhes de uma investigação em andamento, tem histórico de inimizade com o delegado que investiga o presidente Temer no caso do porto de Santos.

O delegado da Polícia Federal Cleyber Lopes, encarregado do inquérito sobre o porto de Santos, é desafeto histórico do diretor-geral da instituição, Fernando Segovia.

(Correção: após a publicação desta reportagem, a agência Reuters corrigiu informação sobre arquivamento de inquérito contra Temer, mas manteve que diretor da PF diz não haver indício de crime nem de pagamento de propina. A informação foi corrigida à 1h23 de 11/2).

Quando Segovia era superintendente no Maranhão, Cleyber presidiu um inquérito envolvendo a família Sarney. Que por isso não gosta de Cleyber. Mas gosta de Segovia, a quem Sarney apoiou para assumir a diretoria-geral.

A entrevista dada ontem por Segovia à agência Reuters tinha um propósito: deixar registrado em público que Cleyber seria alvo de um processo disciplinar por ter feito perguntas supostamente duras a Michel Temer no inquérito do porto de Santos. Na entrevista, Segovia sugeriu que Cleyber não reunia indícios suficientes para tal interpelação.

A expectativa do Palácio do Planalto era que a entrevista abrisse caminho para afastar Cleyber da investigação que paira sobre a cabeça de Temer. Vide as declarações dadas logo em seguida pelo titular da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Para o ministro, o inquérito conduzido por Clayber seria "mais uma flecha saindo pela culatra".

Mas o efeito foi contrário ao esperado pelo entorno de Temer. Neste sábado, o ministro Luís Roberto Barroso, que cuida desse inquérito no Supremo, cobrou explicações de Segovia.

No Ministério Público e na própria Polícia Federal, muitos se perguntam como Segovia vai explicar tamanho conhecimento sobre um inquérito em curso e presidido por outra pessoa. Fora seus encontros frequentes com Temer.

Para completar, no bastidor do governo se discute uma medida provisória que daria "autonomia" à PF, com um mandato de três anos para o diretor-geral. Ou seja, o próximo presidente da República, querendo ou não, "herdaria" Segovia.


fonte: G1 e TV Globo, São Paulo
Renata Lo Prete, âncora do Jornal da Globo

COMO SERIA VIVER EM UM BRASIL LIBERAL?

Enquanto os indivíduos em sociedade forem capazes de divergir, existirá uma dimensão idealizada da realidade. Quanto mais perto das questões cotidianas que nos afetam diretamente, maior o envolvimento das pessoas em busca de soluções. Maior também será a possibilidade de falhas.
Exemplo: imposto é roubo. O ideário é perfeito e não há o que se discutir. Moralmente falando, o que não é voluntário é forçado e enquanto o roubo for “a apropriação indébita de bem alheio”, ele continuará sendo roubo.
No âmbito das ideias, que por serem formuladas por pessoas demonstram imperfeições, muitos irão argumentar: “Ok, imposto é roubo e isso é indiscutível. Mas precisamos dele para viver em sociedade?”. Parece que ainda é necessário algum imposto para que a vida em sociedade aconteça pacificamente. Óbvio que devemos sempre fazer com que esse custo seja o menor possível.
No meu mundo ideal cujas soluções parecem difíceis, mas possíveis, o Brasil tem uma justiça eficaz (e enxuta com foco em disputas entres entes da União), um legislativo com custo condizente com nossa situação de país pobre, forças armadas para cumprimento da missão de proteção contra inimigos externos, serviço de diplomacia implacável, estados e municípios com atribuição básica. Nossa carga tributária estaria em torno de 25%, semelhante à carga da Austrália. Mas vá lá, vamos reformar a estrutura e esperar uns aninhos (no máximo 5) para levar a dívida pública a zero. Qualquer nova dívida só poderia ser autorizada em caso de guerra (justificada e autorizada pelo congresso) ou calamidade pública generalizada.
Ao legislativo seria terminantemente proibido regular sobre qualquer aspecto que não fosse pura e simplesmente tratar sobre agressões contra indivíduos ou fraudes. Nada mais poderia ser escrito que não fosse sobre isso, salvo em caso de calamidade.
Obviamente, essa reestruturação do estado deveria vir acompanhada de anulações de todo tipo de privilégio. Eu disse TODO TIPO. Um federalismo brutal, uma desburocratização maior que na Nova Zelândia (atual país menos burocrático do mundo), além de reforma tributária. Alíquotas únicas de renda para pessoa física por estado. Sem distinção de faixa de renda. Zero taxação de produto ou serviço, zero imposto de importação, zero imposto de propriedade. Cada ente define a alíquota de um único imposto. Existiriam 3 impostos: 1 da União, 1 do estado e 1 do município. E todos eles, de renda de pessoa física. Se algum estado quiser repassar parte do tributo a um município específico, a razão deve ser aprovada pelo congresso estadual, salvo em caso de calamidade.
O problema em tributar produtos e serviços é que é muito difícil não criar distorções. O estado acaba punindo pessoas de forma diferente, uma situação indesejável. Mais pobres são altamente punidos com taxação de produtos. Cadeias muito complexas são punidas demais e precisam de um exército de fiscais de tributos. Então seria algo assim: a União cobraria x, o estado y e o município z. O y e o z seria definido por cada estado e cada município. Deveria estar expresso que x será sempre menor que o maior y dos estados. Y por sua vez menor que o maior z entre os municípios daquele estado. E que o somatório x, y, z pago por cada cidadão nunca poderia ser maior que k%. Vejam que isso gera um incentivo muito alto de concorrência entre os municípios e estados. Se eu moro na cidade do Rio que cobra 8% e Niterói quer me atrair, eles colocam o imposto a 7% só de sacanagem para me ganhar como contribuinte.
Todo orçamento deveria ser feito com base na arrecadação anterior e com gasto proporcional ao crescimento. O país cresceu? Ok, orçamento autorizado. O país não cresceu? O orçamento precisaria ser corrigido em igual proporção.
Vejam que toda essa maravilhosa estrutura acima é parecida com Canadá, Nova Zelândia e Austrália. Zero utopia. O problema? Conseguir chegar lá. As negociações seriam expurgantes, pois sempre há alguém ganhando quando o sistema é injusto. Esse alguém custa a abrir mão. Luta dura.
Do ideal “imposto é roubo” até o mundo real, uma quantidade absurda de pessoas vai interferir no processo de decisão e vai ficando cada vez mais difícil avançar. Os passos acima vão demorar muitas décadas para acontecerem. Até lá, não podemos nos distanciar do ideário. É ele quem dá a base moral da sociedade que desejamos viver.

Por Heitor Machado, publicado pelo Instituto Liberal

A IMPUNIDADE, SEMPRE A IMPUNIDADE!

Mesmo a turma que vive dentro de uma bolha, no mundo da lua, com fones de ouvido e óculos de realidade virtual concordará com a afirmação de que soltar bandido é um mau exemplo. A impunidade faz mal. Gilmar Mendes acaba de mandar outro para casa. Uhuh! A gangue do guardanapo respira ainda mais aliviada e já pode pensar em novas put**ias, para usar a desavergonhada expressão com que o próprio beneficiado pela medida se referiu a seus crimes. Mais adiante, a ação penal enfrentará nosso prodigioso sistema recursal.
Há três anos, o Brasil festejou a decisão do STF que autorizou a execução provisória das penas após decisão em segunda instância. Na vida real de todo criminoso abonado, a regra até então vigente funcionava como um habeas corpus de crachá. Sentença definitiva com trânsito em julgado era sinônimo de “nunca”. Por isso, a nação aplaudiu e reconheceu a importância social da decisão, enquanto as manifestações contra o novo entendimento resumiram-se ao círculo dos advogados criminalistas, bem como aos garantistas e desencarceramentistas (sim, isso existe e está em atividade).
Não obstante, subsistem inconformidades no STF. Há ministros que preferem a moda antiga, creem que coisas bem feitas exigem vagar, demandando a quase pachorra de certos artesanatos. Doze horas para um costelão bem assado, três anos para um pedido de vistas, no mínimo oito para um uísque e duas décadas para um processo bem julgadinho. Suponho que, nesse entendimento, a prescrição, arraste consigo a sabedoria do tempo. Eis por que a caneta usada por alguns ministros para soltar presos parece não ter tampa. É claro que a sociedade fica indignada com essa conduta. Afinal, ela é outra face da mesma impunidade que viabilizou o cometimento de tantos e tão danosos crimes ao longo dos últimos anos. Das esquinas aos palácios. Os indultos, as progressões de regime e as atenções dadas a dengues e privilégios de alguns fidalgos de elevada estirpe ampliam o mal-estar.
Eu ficaria até constrangido de examinar a possibilidade de que o caso Lula possa influenciar as posições dos ministros sobre a prisão após condenação em 2ª instância. Não farei isso. Meu assunto, aqui, diz respeito às consequências sociais do retorno à regra da impunidade. O país não suporta mais. A impunidade não é parteira, apenas, da criminalidade. Ela estimula o retorno ao estado de natureza, a uma situação hobbesiana. Se o comando do jogo fica com o crime, os indivíduos tomam as rédeas em que possam deitar mão. As vaias cada vez mais assíduas nos aeroportos e aeronaves nacionais são o preâmbulo de algo que não se pode tolerar, tanto quanto não se deve tolerar a impunidade.

por Percival Puggina

MINISTRO BARROSO NÃO PERMITE QUE GILMAR MENDES FALTE COM A VERDADE EM SESSÃO DO STF

O BRASIL DEFINITIVAMENTE NÃO É UM PAÍS SÉRIO

O Brasil não é para iniciantes e nem para inocentes. Prova disso é essa recente notícia que parabeniza um detento por ter passado em primeiro lugar no vestibular para Cinema e Artes Visuais na Federal do Pará.

O nome do presidiário é Pedro Henrique Araújo. Louvável, um homem de 34 anos passar em primeiro lugar numa universidade federal. Isso mostra que o sistema penitenciário brasileiro ressocializa os reclusos! Seria lindo se não estivéssemos no Brasil.

Pedro Henrique Araújo é acusado de estuprar três meninos menores de idade. Não bastasse o ato, ele filmou os três estupros. Veia artística? A faculdade apenas aperfeiçoará tal talento?

O estuprador, agora, pode perseguir o seu caminho com uma nova profissão, uma nova faculdade. Certamente, poderá ser ressocializado, em especial, nos corredores de uma Universidade Federal. Passará a circular pelo mesmo ambiente que nossas filhas, filhos, irmãs, irmãos, sobrinhos e sobrinhas. Talvez até dividirá uma cerveja numa mesa de bar com eles. Isso que eu chamo de ressocialização.

Não me surpreendo. Afinal, um país onde um ex-presidente não é preso após condenação de segunda instância, qual seria a chance de Pedro Henrique Araújo continuar preso? Pelo menos, conseguirá um diploma de Ensino Superior. Chupa, Lula.

Outro fato interessante é que, segundo o estadão, treze – olha a coincidência do número, aí – réus da lava-jato já tiveram suas penas executadas logo após a segunda instância. Piada? De mau gosto.

Nosso sistema carcerário e penal é uma piada. Brasileiro que é brasileiro sabe que não pode confiar na justiça brasileira. Como diria Sólon “as leis são como as teias de aranha que apanham os pequenos insetos e são rasgadas pelos grandes”. Acrescentaria o fato de que, as leis, no Brasil, só funcionam para quem, justamente, deveriam proteger. Enquanto políticos se safam, estupradores vão para a faculdade, não haverá qualquer império da lei nessa pocilga que chamam de Brasil.

Enquanto aqueles que deveriam ficar presos e reclusos estão andando nas ruas, você brasileiro, tem que ficar trancafiado dentro da sua casa e dormir, todos os dias, se preocupando com a possibilidade de ser roubado.

O Brasil parece ser um país para loucos, entorpecidos e inconscientes. Como bem afirmou Edmund Burke, “para o triunfo do mal só é preciso que os bons homens não façam nada.”

texto por Lucas Pagani, publicado pelo Instituto Liberal

Caso de irmão de Dirceu levou quase 5 meses entre o veredicto no Tribunal da Lava Jato e a prisão

De cabeça baixa, olhos cerrados e uma garrafa de água na mão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, o irmão do ex-ministro José Dirceu, caminhou para a prisão, onde cumprirá 10 anos e 6 meses de pena por crime de lavagem de dinheiro no esquema de corrupção na Petrobrás. 

Foram quase 5 meses entre a confirmação de sua sentença na segunda instância da Operação Lava Jato, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), e a ordem de execução da pena, assinada e cumprida nesta sexta-feira, 9, pela Polícia Federal, em Ribeirão Preto (SP).

A ordem dada pela 8.ª Turma do TRF-4, em Porto Alegre, responsável pela revisão dos processos de primeira instância da Lava Jato de Curitiba, conduzidos pelo juiz federal Sérgio Moro, de que a pena de prisão em regime inicial fechado fosse executada assim que encerradas as fases de recurso na Corte segue o mesmo entendimento da aplicada no julgamento de Lula, no dia 24 de janeiro.

Lula teve sua condenação da Lava Jato – de primeira instância – confirmada no TRF-4 no caso do triplex do Guarujá, que apurou propina de R$ 2,2 milhões da OAS, e a pena aumentada de 9 anos e 6 meses de prisão para 12 anos e 1 mês, por unanimidade. E, assim como o irmão de Dirceu, os desembargadores determinaram que a pena fosse executada assim que encerrados os recursos no Tribunal.

Em julgamentos de apelações em que não há divergência entre os três desembargadores do Turma, o caminho recursal para os réus é a apresentação de embargos de declaração, que são julgados pela própria Turma.

Se houver um voto divergente, o caminho é o embargo infringente, que é votado pela 4.ª Seção, composta pelas 7.ª e 8.ª Turmas da Corte.

No processo do irmão de Dirceu, a diferença, em relação ao de Lula, foi que outros réus puderam apresentar embargos infringentes – que fez aumentar um pouco os prazos.

Prazos. 
Em maio de 2016, Moro condenou Luiz Eduardo de Oliveira e Silva a oito anos e nove meses de prisão por lavagem e pertinência à organização criminosa. O processo foi levado à 2.ª instância da Lava Jato. O TRF-4 aumentou a pena do irmão do ex-ministro para 10 anos, 6 meses e 23 dias de prisão.

O julgamento da apelação do caso de Dirceu e do irmão aconteceu em duas sessões da 8.ª Turma, a primeira no dia 13 de setembro e a segunda no dia 26, quando saiu o veredicto.

Na primeira foi confirmada a condenação de Oliveira e Silva. Mas houve pedido de vista, após divergência entre os desembargadores e, só na segunda sessão, se chegou à decisão dos desembargadores.

Contando da decisão final, são quatro meses e meio entre o veredicto e a prisão. Mas a sentença do irmão já era sabida desde o dia 13, quase cinco meses completos.

O acórdão do julgamento – documento que abre contagem no processo para defesa apresentar os recursos – foi publicado no dia 10 de outubro, com a confirmação da condenação, o aumento da pena e a ordem da execução de prisão – assim que esgotados os recursos na Corte.

No caso do processo de Lula, o acórdão do julgamento do dia 24 foi publicado pelo TRF-4 nesta terça-feira, 6. A defesa do ex-presidente tem até dia 20 de fevereiro para entrar com os embargos de declaração.

Por meio deste recurso, os defensores podem questionar obscuridades nos votos dos desembargadores.

Embargo. 
A defesa do irmão de Dirceu apresentou os embargos de declaração no dia 24 de outubro, data final para entrega do recurso, segundo consta no sistema de processo eletrônico do TRF-4 – mesmo dia que recorreu a defesa de Dirceu.

Um mês depois, exatamente em 21 de novembro, a 8.ª Turma negou os embargos apresentados pelos réus e publicou o acórdão com a decisão no dia 4 de dezembro.

Como houve voto divergente dos desembargadores em relação a pena de outros réus do processo, como Dirceu, eles entraram com pedidos de embargos infringentes – foram esses recursos que continuavam em análise.

Nesta quarta-feira, 7, o juiz federal convocado Antônio César Bochenek, publicou decisão de que os embargos infringentes apresentados por Dirceu, por Gerson Almada, da Engevix, e pelo lobista Fernando de Moura, foram julgados e considerou o caso transitado e julgado na Corte.

Com a decisão, Moro ordenou um dia depois a prisão do irmão de Dirceu nesta quinta-feita, 8, e a execução da pena.

“Presente ainda no acórdão a determinação para execução da pena ‘assim que exaurida a segunda instância’, pois ‘a execução da pena terá início assim que exaurida a segunda instância, não se devendo aguardar o trâmite de eventuais recursos especiais e extraordinários, os quais não versam sobre matéria de fato e não são dotados de efeito suspensivo”.

No mesmo dia em que Moro dava a ordem de prisão, a defesa do irmão de Dirceu – e de outros réus – entraram no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com recurso especial e no Supremo Tribunal Federal (STF) com recurso extraordinário, segundo mostra o processo, mas esses pedidos não têm efeito suspensivo.

Moro ressalta isso na ordem de execução da pena. “Apresentaram (os réus) inclusive recursos ao Superior Tribunal de Justiça (eventos 186, 189 e 193 da apelação) que não têm efeito suspensivo.”

Segundo o juiz da Lava Jato, no caso do irmão de Dirceu, “cuja condenação não foi impugnada por embargo infringente e considerando que as questões nele debatidas não lhes aproveita, foi exaurida a segunda instância, devendo a pena ser executada como previsto expressamente no acórdão condenatório”.

Delegados da Lava Jato no STF se revoltam com declarações do diretor-geral da PF

As declarações do diretor-geral da PF, Fernando Segovia, à Reuters de que o inquérito contra o presidente Michel Temer deve ser arquivado por falta de provas provocou reação imediata de delegados que participam de investigações de inquéritos especiais, envolvendo autoridades com foro. A Coluna do Estadão teve acesso a uma mensagem enviada em grupo de WhatsApp de delegados na qual dizem que “ninguém da investigação foi consultado ou referenda essa manifestação”.

Leia o texto na íntegra: 

“Os integrantes do Grupo de Inquéritos da Lava Jato no STF informam que a manifestação do Diretor Geral da Polícia Federal que está sendo noticiada pela imprensa, dando conta de que o inquérito que tem como investigado o Presidente da República tende a ser arquivado, é uma manifestação pessoal e de responsabilidade dele. Ninguém da equipe de investigação foi consultado ou referenda essa manifestação, inclusive pelo fato de que em três de anos de Lava Jato no STF nunca houve uma antecipação ou presunção de resultado de Investigação pela imprensa.”

Procurado, Segovia não ligou de volta.

Temer é alvo de inquérito que apura suposto favorecimento a uma empresa que atua no Porto de Santos, chamada Rodrimar, por meio de um decreto. O presidente nega as acusações. A ADPF deve se manifestar neste sábado. “As declarações repercutiram muito mal entre os delegados. Estamos redigindo uma nota. Recebemos as declarações do diretor geral da PF com incredulidade e inconformismo”, afirmou o presidente da associação, Evandir Paiva. Para complementar: “O diretor geral não pode se manifestar sobre um inquérito ainda em andamento”.

O que mais incomodou delegados foi a sugestão do diretor-geral da PF, que é próximo de Temer, de que se houver um pedido da Presidência, a PF pode abrir uma investigação interna para apurar a conduta do delegado Cleyber Malta Lopes nos questionamentos apresentados ao medebista no decreto.

Diretor-geral da PF diz que deve arquivar investigação contra Temer

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, afirmou que não há indícios de que o decreto dos Portos sancionado pelo presidente Michel Temer (PMDB) beneficiou a empresa Rodrimar e chegou a sugerir que não houve crime no episódio. A declaração foi dada à agência de notícias "Reuters", em entrevista publicada nesta sexta-feira.

— No final, a gente pode até concluir que não houve crime. Porque ali, em tese, o que a gente tem visto, nos depoimentos, as pessoas têm reiteradamente confirmado que não houve nenhum tipo de corrupção, não há indícios realmente de qualquer tipo de recurso ou dinheiro envolvidos. Há muitas conversas e poucas afirmações que levem realmente a que haja um crime — disse.

O episódio envolvendo o Porto de Santos é a única investigação em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que envolve o presidente da República, que nomeou Segovia para o cargo no fim do ano passado. Apesar da fala do diretor-geral, o inquérito é conduzido pelo delegado Cleyber Malta Lopes, que tem autonomia para conduzir a investigação. Em janeiro, ele encaminhou 50 perguntas ao presidente sobre o episódio.

A suspeita inicial da investigação é de que um decreto do governo Temer foi feito sob medida para atender aos interesses de empresas do setor portuário. O pedido de abertura de inquérito foi feito ainda pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot.

POSSÍVEL PUNIÇÃO AO DELEGADO

Segovia afirmou à "Reuters" que é necessário se aprofundar na investigação, buscar provas em todos os lugares porque, “quando a gente concluir a investigação e não houver realmente o fato, a gente possa afirmar ‘olha não houve crime, não houve o fato’”. Ele estimou, porém, que a investigação deve acabar rápido.

— Mas eu acredito que não dure muito mais tempo, não tem muitas diligências mais a serem feitas. Acredito que em um curto espaço de tempo deve ter a conclusão dessas investigações — disse.

Apesar da indicação de que a PF pode recomendar o arquivamento da investigação, a competência para pedir legalmente o fim do inquérito é da Procuradoria-Geral da República. Em casos semelhantes, o STF costuma atender pedidos de arquivamento.

DELEGADO PODE SER PUNIDO

É a segunda vez desde que assumiu o cargo em novembro do ano passado que o diretor-geral da PF comenta sobre uma investigação envolvendo o presidente. No passado, ele criticou o relatório da própria organização que concluiu que o presidente recebeu propina da J&F, ao afirmar que talvez "uma única mala" não fosse suficiente para confirmar o crime, em referência à mala de dinheiro recebida pelo ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures.

Segovia disse ainda que, caso haja um pedido da Presidência, a PF pode abrir uma investigação interna para apurar a conduta do delegado Cleyber Malta Lopes nos questionamentos apresentados ao presidente no decreto. Ao responder as perguntas, Temer reclamou da "impertinência" dos questionamentos, que teriam colocado em dúvida sua "honorabilidade e dignidade pessoal.

— Ele pode ser repreendido, pode até ser suspenso dependendo da conduta que ele tomou em relação ao presidente — disse o diretor-geral.