segunda-feira, 18 de setembro de 2017

MORO PEDE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA CITAR FORAGIDO

Sergio Moro pediu ao Ministério da Justiça que solicite às autoridades da Espanha citação de Rodrigo Tacla Durán, advogado que operava para a Odebrecht.
Moro pede que Durán compareça a audiência dentro de dez dias, sob pena de a ação penal prosseguir à revelia, informa O Globo. O prazo para a citação do réu é de quatro meses.

Foragido, o operador acusou o juiz federal de vender facilidades a delatores por meio do advogado trabalhista Carlos Zucolotto. 

Tanto Moro quanto a força-tarefa da Lava Jato repudiaram as acusações.

VENEZUELA, PRATO DO JANTAR COM TRUMP

Esta noite, em seu jantar em Nova York com quatro presidentes da América Latina, incluindo Michel Temer, Donald Trump falou da Venezuela.

Segundo o presidente dos EUA, a ditadura de Nicolás Maduro “desafiou seu próprio povo e roubou o poder de representantes eleitos para preservar seu governo desastroso”, conforme o relato do Estadão.

Trump pediu que os “vizinhos e amigos” da Venezuela ajudem os venezuelanos a recuperar seu país e restaurar a democracia.

BOLSONARO QUER ECONOMISTAS LIBERAIS NA SUA EQUIPE

O deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), que pretende se candidatar à Presidência da República pelo PEN em 2018, tem procurado economistas liberais dispostos a se associar a sua campanha. Sabe que seus planos ganharão fôlego caso consiga anunciar alguém de renome, mas ele encontra dificuldades. 
Nas últimas semanas, Bolsonaro dedicou parte de seu tempo a perguntar sobre temas caros à economia, como a reforma previdenciária e a trabalhista. 

O PT QUER A SUA MORTADELA

Os cofres do PT minguaram.

Com os seus tesoureiros presos, o partido está pedindo ajuda aos seus filiados. O crédulo pode doar de 25 reais a 5 mil reais. 

Ou mais.

"VIAJO COM MEU DINHEIRO, NO MEU AVIÃO"

João Doria viajou hoje a Porto Alegre para se reunir com lideranças do agronegócio.

“Viajo com meu dinheiro, no meu avião”, voltou a dizer o prefeito de São Paulo.

RAQUEL DODGE VAI SE INDISPOR COM A PF?

Michel Temer disse que as denúncias contra ele eram “ineptas”.

Gilmar Mendes também.

A imprensa pró-Temer idem.

Se Raquel Dodge também for dessa, digamos, opinião, criará uma indisposição com a PF.

A segunda denúncia contra Michel Temer, por organização criminosa e obstrução de Justiça, é praticamente uma cópia do relatório da Polícia Federal.

Ou será que a PF continua com a mesma convicção quanto a Temer?

2018 SEM LULA

O comentarista político Merval Pereira analisa no Globo a pulverização do quadro eleitoral de 2018 com a provável saída de Lula do páreo e como ela poderá beneficiar, entre outros, Geraldo Alckmin.

A seguir alguns trechos do artigo:

“As acusações de Palocci a Lula, que deverão se transformar em uma delação premiada com mais detalhes e, sobretudo, provas, acabaram com as esperanças da esquerda de ter Lula como candidato.

Já não é mais segredo que o PT, confirmada a inviabilidade de Lula, deve lançar o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad ou o ex-governador da Bahia Jacques Wagner (…).

Mas o PT já não é uma aliança bem vista em parte da esquerda, e Lula a cada revelação perde a força de seu apoio, o que está levando Ciro Gomes a esconjura-lo publicamente.

Sem Lula na disputa, a corrida ficará aberta a todo tipo de candidato, enfraquecendo apenas um, o prefeito de São Paulo João Doria, que se organizou desde o início de seu projeto para ser conhecido pelo eleitorado como o antilula, embora ainda lhe reste uma identificação de gestor não-político, que tem boa acolhida em parte do público que busca o novo pelo novo.

(…) Lula, aliás, quando se elegeu presidente pela primeira vez em 2002, (…) era o representante de uma novidade política, sobretudo no que se referia ao combate à corrupção. Deu no que deu.

Ao contrário, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, um político de antiga estirpe, pode ter a seu favor justamente sua experiência, e, sobretudo, o equilíbrio com que conduz sua atividade política. Com tanta radicalização, talvez o eleitorado encontre nesse equilíbrio a segurança de que o país reencontrará seu caminho sem grandes choques.”

DELCIDIO AVISOU

Vera Magalhães lembra no Estadão que as revelações do ex-senador Delcidio do Amaral, em delação premiada, sobre a cadeia de comando no PT e na relação do partido com as empresas, embora não tenham recibo, se mostraram precisas na descrição da engrenagem.

“Ele disse: Antonio Palocci era o elo que levava o dinheiro das empreiteiras a Lula.”

O elo, agora, está ligando todos os pontos.

A ORCRIM E A DEMOCRACIA NO BRASIL

A distorção causada pelo crime virou o país pelo avesso, influenciou o Direito e a Justiça, a economia, a moral nacional e a doutrinação nas salas de aula. A próxima legislatura, porém, não pode ser uma cópia carbonada da atual; a ORCRIM não pode continuar reproduzindo seus efeitos na representação política. A democracia é muito mais do que um conjunto de normas e formalidades; o que lhe dá vida é a adesão da sociedade política a elevados princípios e valores.

A ORCRIM E A DEMOCRACIA NO BRASIL
por Percival Puggina. 

 O funcionamento da Orcrim está descrito nesta parte da nova denúncia encaminhada no último dia 14 pelo Procurador Geral da República contra o presidente Temer:

“A organização criminosa objeto da investigação no âmbito da Operação Lava Jato foi constituída em 2002 para a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula Da Silva — Lula à presidência da República, quando integrantes do PT uniram-se a grupos econômicos com o objetivo de financiar a campanha de Lula em troca do compromisso assumido pelo então candidato e outros integrantes da organização criminosa do PT de atender interesses privados lícitos e ilícitos daqueles conglomerados.

“Com isso, Lula foi eleito e a organização criminosa passou a ganhar corpo após a sua posse, quando então se estruturou um modus operandi que consistia em cobrar propina em diversos órgãos, empresas públicas, sociedades de economia mista controladas pela União e Casas do Congresso Nacional, a partir de negociações espúrias com as empresas que tinham interesse em firmar negócios no âmbito do governo federal e na aprovação de determinadas medidas legislativas (…)

Todo este estratagema não foi desenvolvido para beneficiar indevidamente apenas os integrantes do PT que constituíram a organização criminosa, serviu também para atender interesses escusos de integrantes de outras agremiações partidárias que, ao longo do governo Lula, aderiram ao núcleo político desta organização criminosa com o objetivo de comandar, por meio da nomeação de cargos ou empregos públicos chaves, órgãos e entes da Administração, um verdadeiro sistema de arrecadação de vantagens indevidas em proveito, especialmente, dos integrantes da organização criminosa. Em contrapartida aos cargos públicos obtidos junto aos integrantes do PT envolvidos no esquema ilícito, os integrantes do PMDB e do PP que ingressaram na organização criminosa ofereceram apoio aos interesses daqueles no âmbito do Congresso Nacional.”

Como se vê, nada que até o semanário de Burundi já não tenha noticiado. No entanto, a organização descrita passou ao largo e o TSE fez que não viu algo muito relevante sob o ponto de vista político e institucional. Refiro-me à propagação sobre o baixo clero dos efeitos políticos e éticos da atividade criminosa desenvolvida pelas cúpulas das organizações partidárias.

Os caciques que comandavam os negócios da tribo supriam suas tropas de recursos para custeio das respectivas campanhas eleitorais. O motivo é evidente: quanto maior o número de fieis seguidores, mais valiosa se tornava sua posição política e mais bem remunerada a participação nos negócios. Sabe-se, hoje, que o topo da cadeia alimentar, o ápice da carreira consistia em ter apelido e arquivo próprio no departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht.

O tipo de ganância que essa organização permitiu prosperar gerou e ainda preserva um efeito político devastador. Não fossem as coisas assim, a representação da sociedade brasileira, a proporcionalidade entre as diferentes bancadas e muitos daqueles a quem hoje chamamos deputado e senador estariam em outras atividades, longe dos centros de poder. Devem seus mandatos aos caciques em cuja cisterna beberam água e, hoje, se empenham, juntos, em encontrar uma regra de jogo eleitoral que os agasalhe da rejeição do eleitorado.

A distorção causada pelo crime virou o país pelo avesso, influenciou o Direito e a Justiça, a economia, a moral nacional e a doutrinação nas salas de aula. A próxima legislatura, porém, não pode ser uma cópia carbonada da atual; a ORCRIM não pode continuar reproduzindo seus efeitos na representação política. A democracia é muito mais do que um conjunto de normas e formalidades; o que lhe dá vida é a adesão da sociedade política a elevados princípios e valores.

SOB AS BARBAS DO PT

Com base na segunda denúncia de Rodrigo Janot contra Michel Temer, o PT afirmou na sexta-feira(15) que o presidente chefia um governo “corrupto e ilegítimo, que deve ser afastado o quanto antes”.

Como a denúncia mostra, no entanto, que o “quadrilhão” do PMDB da Câmara deve parte de seus lucros milionários aos governos Lula e Dilma, até Bernardo Mello Franco ironizou na Folha o cinismo do PT:

“Tudo bem, mas faltou explicar por que a turma [peemedebista] faturou tanto sob as barbas do partido.”