sábado, 28 de outubro de 2017

CUIDADO COM OS NOVOS "CUIDADORES"!

Percival Puggina*
Entre as muitas mudanças de conduta individual e social ocorridas nas últimas décadas, certamente as que afetaram a dinâmica da vida familiar foram as mais importantes. Elas produziram imenso impacto no comportamento de crianças, adolescentes e, já agora, numa inteira geração de indivíduos adultos e nas famílias que constituem.

Ao saírem as mães de casa para trabalhar, houve uma primeira tentativa de compensar o menor tempo dedicado aos filhos com recompensas possibilitadas pelo aumento da renda familiar. Foi o tempo dos presentes melhores e concessões maiores. Num segundo momento, pais conscientes trataram de qualificar os reduzidos tempos de convivência com redobrada atenção, enquanto novos "cuidadores" ingressavam no território negligenciado pela educação familiar.

 Entre as muitas consequências da ação desses novos personagens, inclui-se a prevalência de impulsos primários em prejuízo do bem e dos valores que a ele conduzem. Contratados pelos pais ou disponibilizados pelo Estado, ou ainda viabilizados pelas modernas tecnologias eletrônicas, estão, em grande parte, a serviço de suas próprias pautas e visões de mundo. E estas, comumente, se relacionam com a construção de uma "nova sociedade" que nada guardará da mais alta civilização que a humanidade conheceu.
 Terrível desdobramento da persistência e da determinação com que se atacam valores essenciais ao desenvolvimento integral da pessoa humana e à harmonia da sociedade! A chamada guerra cultural escolheu seu público preferencial entre os vulneráveis pela imaturidade e promove, ali, um massacre impiedoso da verdade, do bem, do belo e do justo.
 Pediram-me, outro dia, que discorresse sobre o tema “Como podem os pais influenciar positivamente seus filhos?”. Embora a receita seja a mesma de sempre - amor, diálogo, atenção, zelo e exemplo - há que reconhecer que os resultados podem ser insuficientes, pois o conjunto das influências nocivas a que a juventude está sujeita envolve, supera e muitas vezes destrói os melhores influxos que possa receber. Só uma ação conjunta de pais, escolas, autoridades, Igrejas e meios de comunicação social, conscientes, todos, de suas responsabilidades, pode minimizar o estrago.
 A que influências nocivas me refiro? Refiro-me à escola com partido e com ideologia de gênero, tão na moda. Refiro-me às novelas de TV (que jamais valorizam qualquer coisa que tenha valor) e às franquias da internet impropriamente utilizada. Refiro-me à desarmonia musical das bandas, ao mau conteúdo das letras que cantam e aos maus exemplos que proporcionam. Refiro-me ao fio condutor permissivo de quase toda a publicidade e das mensagens voltadas aos jovens. Refiro-me à cultura do corpo (e sua animalidade) e à indigência a que é relegada a humanidade do espírito e da mente. Refiro-me à impotência das autoridades ante o tráfico de drogas. Refiro-me às noites e suas festas, que absurdamente começam na hora em que deveriam terminar e ao crescente consumo de bebidas alcoólicas e drogas por menores.
São adultos os que promovem e se beneficiam dessa ausência de limites e os que perante ela se omitem. Há no inferno lugar para todos.
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

Prisões revelam proximidade do tráfico com Evo Morales

Uma operação conjunta da Polícia Federal e da Polícia Militar do Mato Grosso apreendeu na semana passada um avião monomotor carregado com 480 quilos de cocaína. A droga seria descarregada em uma pista de terra batida em uma fazenda da cidade de Tangará da Serra. Piloto e copiloto eram os bolivianos Carlos André Dorado, de 24 anos, e Fabio Andrade Lima Lobo, de 35 anos. A prisão, que deveria chamar atenção apenas pelo tamanho do carregamento, expôs as relações íntimas entre o narcotráfico e as autoridades políticas bolivianas.
A mãe do traficante Fabio Andrade Lima Lobo é Carmen Lima Lobo, filiada ao Movimento ao Socialismo (MAS), legenda do presidente boliviano Evo Morales. Carmen chegou a ser candidata a vice-governadora pelo Estado de Beni – na Amazônia boliviana. Lideranças políticas bolivianas ouvidas por VEJA garantem que a indicação de Carmen para a posição foi obra do ex-ministro Juan Ramón Quintana, que ocupou a vaga de ministro de Presidência (equivalente à Casa Civil) por três mandatos de Evo Morales. Atualmente Quintana é embaixador da Bolívia em Havana.

O pai do traficante Lima Lobo nada mais é que o colombiano Celimo Andrade, preso em 1992 em Santa Cruz de La Sierra. Quando de sua prisão, ele era considerado o principal nome do Cartel de Cali fora da Colômbia e era responsável pelas operações de envio de cocaína da Bolívia para a organização colombiana.
Embora os vínculos de Carmen Lima Lobo com o capo do tráfico fossem conhecidos na Bolívia, os dois políticos mais poderosos do país abaixo do presidente Evo Morales jamais se privaram do convívio com ela. Além do padrinho político Juan Ramón Quintana, Carmen era do círculo próximo do vice-presidente Alvaro Garcia Linera.
Essa não foi a primeira vez que o traficante Lima Lobo foi pilhado pelas autoridades. Em 2012, ele  foi preso quando embarcava cocaína e fuzis russos modelo AK-47 em um monomotor que seria despachado para o Brasil. Apesar do flagrante, ele foi posto em liberdade e nunca respondeu pelo crime.
Em julho deste ano, um dirigente do MAS foi preso em São Paulo com 100 quilos de cocaína. Romer Gutiérrez Quezada, segundo investigadores do caso, estava no Brasil aguardando a designação para vice-cônsul da Bolívia na capital paulista.
A cobertura diplomática dada a Quezada acendeu o sinal vermelho para as autoridades americanas. O envio de Quintana para comandar a embaixada em Havana não é tratado como uma mera movimentação política. A DEA (sigla em inglês da Agência Antidrogas dos Estados Unidos) tem informações de que Cuba é um importante hub para o envio de cocaína para os cartéis mexicanos e para os Estados Unidos.
Em 2015, quando desertou e fugiu para os Estados Unidos, Leamsy Salazar –  que foi guarda-costas de Hugo Chávez e do poderoso Diosdado Cabello – relatou aos agentes federais as dezenas de operações de envio de cocaína da Venezuela para Cuba.
No mesmo ano, um “processo trabalhista” aberto na Justiça americana revelou detalhes de uma operação secreta que investigava Walter Álvarez Agramonte, o piloto do avião oficial do presidente Morales, e duas pessoas próximas ao vice-presidente Alvaro García Linera: seu pai, Raúl García, e seu amigo Faustino Giménez, um argentino que trabalha para o governo Morales. Segundo a investigação conduzida pela DEA, foram coletadas evidências suficientes para o indiciamento dos investigados.
A referência a Raul García, que morreu em 2011, reforçou informações divulgadas por VEJA em 2012. Autoridades bolivianas, à revelia do governo, investigaram as relações do pai do vice-presidente com o tráfico. Segundo os informes, ele recebeu um apartamento como pagamento por usar sua influência para designar um corrupto como chefe da aduana do aeroporto de Viru-Viru, em Santa Cruz de la Sierra, de onde saem grandes carregamentos de cocaína para o Brasil.

A mesma reportagem de VEJA, chamada A República da cocaína, também mostrou que outros membros dos círculos íntimos e de poder de Evo Morales estavam intrinsecamente conectados com o tráfico. Em 2010, Juan Ramón Quintana e a ex-miss Bolívia Jéssica Jordan, então com 28 anos, foram fotografados entrando de mãos abanando e depois saindo com maletas da casa de um traficante.
Depois das revelações de VEJA, Jéssica seguiu ativa e operante no núcleo de governo. Foi candidata ao governo do Estado de Beni e depois foi enviada como cônsul da Bolívia em Nova York. No ano passado, ela foi “rebaixada” a vice-cônsul em Miami.
Assim como a presença de Quintana em Havana é objeto de atenção, a atuação de Jéssica no sul da Flórida tem sido acompanhada com lupa. Considerando que Cuba é um importante entreposto de cocaína boliviana e que Miami é a principal porta de entrada dessa droga nos Estados Unidos, os investigadores estão olhando bem de perto para que os diplomatas não voltem a se encrencar com traficantes.
fonte: Veja

Temer sabia de esquema de corrupção na Caixa, afirma Funaro

O doleiro Lúcio Funaro, considerado operador de políticos do PMDB, voltou a implicar Michel Temer (PMDB) ao dizer, em depoimento à Justiça Federal, que o presidente da República e outros líderes do partido sabiam do esquema instalado na Caixa Econômica Federal para cobrar propina na liberação de financiamentos e de recursos do FGTS e desviar os recursos para a legenda.
O esquema era operado por Fabio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa. Ao ser questionado pela Procuradoria da República sobre quem, dentro do PMDB, tinha conhecimento da atividade ilegal comandada por Cleto, Funaro respondeu: “Geddel [Vieira Lima, ex-ministro] com certeza, Lúcio [Vieira Lima, deputado federal, irmão de Geddel] com certeza, Henrique [Eduardo Alves, ex-ministro], Michel Temer, Moreira Franco [ministro da Secretaria-Geral da Presidência], Washington Reis [ex-deputado federal e prefeito de Duque de Caxias, no RJ]”, elencou o doleiro.
Funaro não deu mais detalhes da menção que fez ao nome de Temer e do ministro Moreira Franco. Ele já havia dito na sua delação premiada, em setembro, que o presidente sabia dos esquemas de arrecadação de dinheiro para o partido. “Temer participava do esquema de arrecadações de valores ilícitos dentro do PMDB. Cunha narrava as tratativas e as divisões (de propina) com Temer”, disse .
O doleiro prestou depoimento na 10ª Vara Federal em Brasília em inquérito da Operação Sépsis, que investiga desvios a partir de contratos da Caixa. Na mesma audiência, Cleto afirmou que Cunha e Funaro intermediavam o repasse de propina para garantir a empresas a liberação de contratos com o banco estatal. O ex-vice-presidente da Caixa disse ainda que sua indicação para a Caixa foi patrocinada por Cunha, que levou seu nome a Henrique Alves.
Cleto afirmou que mantinha Funaro ou Cunha informados sobre as empresas que tentavam operações com o FI-FGTS. Os dois, a partir daí, procuravam as empresas para negociar pagamento de propina e davam sinal a Cleto sobre como ele deveria votar naquela operação. “Aprovada, algum tempo depois eles me comunicavam o porcentual que supostamente tinham conseguido e me pagavam um porcentual disso, pré-aprovado”, afirmou.
Funaro afirmou que Cleto sabia que iria operar pagamentos “desde o momento que entrou” na Caixa. “Não ia pedir um cargo no governo na Caixa para não ganhar nada. E ninguém indica alguém que não seja para ter algum proveito ou financeiro ou político”, disse Funaro sobre a indicação de Cleto, patrocinada pelo PMDB.

Cunha e a sala de dinheiro

Funaro disse que se encontrou “no mínimo” 780 vezes com Eduardo Cunha. “Uma relação que durou aí 15 anos e eu encontrei pelo menos uma vez por semana com o deputado Eduardo Cunha. São 780 encontros no mínimo”, disse Funaro ao juiz Vallisney de Oliveira, fazendo a conta de cabeça. De acordo com ele, o ex-presidente da Câmara foi “centenas” de vezes ao seu escritório e tinha liberdade para entrar sentar em sua cadeira para receber “quem quiser”.
Segundo ele, havia uma sala em seu escritório apenas para guardar dinheiro – o local chegou a abrigar 5 milhões de reais em espécie.  O doleiro também afirmou que Cunha gastava “na própria política” o dinheiro que arrecadava. De acordo com ele, “tem político que guarda para si” e outros que usam o valor para angariar apoio na política. “Eduardo Cunha usou 100% na própria política, estou convicto de que tudo o que ele tem e arrecadou gastou na própria política”, disse Funaro.

fonte: Veja

CCJ votará PEC da PF e fim do foro privilegiado semana que vem

Passada a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara deve colocar em votação na próxima semana a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dá autonomia funcional, administrativa e orçamentária à Polícia Federal. 

Além da PEC da PF, o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), quer votar na sequência pautas polêmicas que já têm parecer pronto para ser discutido no colegiado, como a PEC que acaba com o foro privilegiado e a emenda à Constituição quer permite eleição direta em caso de vacância do cargo de presidente da República. 

A primeira a ser submetida ao plenário da CCJ é a PEC 412, de 2009, que dispõe sobre a organização da PF, hoje sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça. Pelo texto em tramitação, a PF continuará submetida ao controle “finalístico” do MJ. “Não se está aqui propondo uma Polícia Federal independente. Não se pode confundir autonomia gerencial com independência funcional absoluta, vez que ela só existe no nível técnico”, justifica o autor da proposta, o ex-deputado Alexandre Silveira (PPS-MG). 

A PEC que restringe o foro especial valerá para crimes comuns cometidos por deputados, senadores, ministros de Estado, governadores, prefeitos, ministros de tribunais superiores, desembargadores, embaixadores, comandantes das Forças Armadas, integrantes de tribunais regionais federais, juízes federais, membros do Ministério Público, procurador-geral da República e membros dos conselhos de Justiça e do Ministério Público. O foro permanecerá para presidente e vice-presidente da República, chefe do Judiciário e os presidentes da Câmara e do Senado. 

Mãos Limpas foi um ‘desastre’ para a Itália, diz advogado de Renan

Renan Calheiros entregou a Edson Fachin uma “defesa preliminar” de cem páginas em que pede absolvição sumária da acusação de integrar o “quadrilhão” do PMDB no Senado, informa Fausto Macedo.

Na acusação da PGR, Renan, José Sarney, Romero Jucá, Edison Lobão, Jader Barbalho e Valdir Raupp são apontados como organização criminosa instalada no Senado para receber milhões em propinas.

Em um trecho da defesa, o advogado do senador alagoano, Luís Henrique Machado, jura que a Operação Mãos Limpas italiana, antecessora da Lava Jato brasileira, foi uma coisa ruim.

“Rotular partidos políticos (…) de organização criminosa é um ato gravíssimo, podendo gerar sequelas indeléveis à jovem democracia brasileira. Sabendo disso, importante relembrarmos a experiência italiana, resultante da Operação Mani Pulite, e as consequências desastrosas para o país, fruto da tirania das ‘boas intenções’ de alguns agentes do estado”, escreveu Machado.

Como o mundo inteiro sabe, a Mãos Limpas só foi “desastrosa” para políticos corruptos.





SÓ ISSO, GLEISI?

A campanha de Gleisi Hoffmann recebeu quatro pacotes com dinheiro roubado da Petrobras.
O vídeo da PF obtido pela Veja mostra os locais em que Antonio Carlos Pieruccini, o portador de Alberto Yousseff, entregou a propina.

O primeiro repasse foi feito no PolloShop de Curitiba. No pacote, havia 250 mil reais. O encarregado de receber a propina em nome de Gleisi Hoffmann, Ernesto Kruger, achou pouco e disse:

“Só isso?”

A segunda entrega foi num prédio comercial indicado por Kruger:



A terceira entrega foi feita no apartamento do próprio Kruger:


O quarto pacote foi entregue no apartamente de Pieruccini e continha a iniciais de Paulo Bernardo, marido de Gleisi Hoffmann e um dos maiores operadores do PT, segundo Marcelo Odebrecht: