quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Gleisi prega confronto com o STF: 'vai acabar a harmonia entre os poderes'

Ao adiar para o dia 17 de outubro a votação sobre a revisão das sanções impostas a Aécio Neves, o Senado manteve o Supremo Tribunal Federal sob chantagem. Isso ficou bastante claro na maioria dos pronunciamentos feitos da tribuna. Mas nenhum orador soou mais explícito do que a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR). Ré em ação penal da Lava Jato, ela pregou o confronto com a Suprema Corte.
Num pronunciamento permeado de críticas a Aécio, Gleisi ecoou a posição oficial do PT, que considera que a punição cautelar do rival tucano “não tem base legal”. A senadora vociferou: “Não estou entre aqueles que acham que não tem que confrontar o Supremo. Se está errado tem que ser confrontado, para voltar à razão, para voltar o curso normal.” Gleisi se absteve de definir o que considera “normal”.
A senadora prosseguiu: “O Supremo Tribunal Federal não é sacrossanto. Ele tem a última palavra em termos de Justiça. Mas tem que ser dentro da Constituição, dentro do devido processo legal.” Quer dizer: para a senadora, processada por corrupção, o tribunal incumbido de julgá-la trafega à margem da Constituição.

Gleisi recordou que, na semana passada, o PT defendeu em nota oficial a votação do requerimento de urgência para que o Senado sustasse as sanções impostas a Aécio —entre elas a suspensão do mandato e o recolhimento domiciliar noturno. Embora estivesse viajando, a senadora esclareceu: “Se eu estivesse aqui, votaria a urgência. Sabe por quê? Para chamar o Supremo Tribunal Federal à sua responsabilidade.”

Na sequência, Gleisi tornou a ameaça dos senadores ainda mais explícita: “Ao votar aqui a urgência, o Senado passou um recado ao Supremo: ou vocês vão entrar dentro da conduta de se portar como a Constituição manda ou vai acabar a harmonia entre os poderes. E isso vai afetar a democracia.”

Para Gleisi, o Supremo entendeu o “recado”, pois a presidente da Corte, Cármen Lúcia, marcou para o dia 11 de outubro o julgamento de uma ação direta de inconscitucionalidade sobre os poderes do Congresso para avalizar toda e qualquer sanção cautelar imposta a parlamentares. Pela Constituição, apenas a prisão em flagrante por crime inafiançável deve ser submetida à Câmara e ao Senado.

A senadora petista achou positivo que a ação a ser julgada pelo Supremo trate do assunto “em tese, não no caso específico de Aécio”. A certa altura, Gleisi parecia dirigir-se aos demais integrantes da banda processada do Senado: “A decisão que o Supremo terá a partir do dia 11 é a decisão que será a régua geral para o julgamento de todos. Portanto, o que nós temos que cobrar aqui é a responsabilidade do Supremo como guardião da Constituição e que ele também resguarde a autonomia e a independência dos Poderes.”

Ficou entendido que, para a bancada dos encrencados com a lei, ''a responsabilidade do Supremo'' no momento é elevar o nível da régua. Sob pena de o Senado se autoconceder no próximo dia 17 a atribuição de instância revisora do Supremo, que será convertido em penúltima instância do Judiciário.

Terrorista protegido por Lula é preso em Corumbá quando tentava ir para a Bolívia

O italiano Cesare Battisti foi detido nesta quarta-feira na cidade de Corumbá, que fica na fronteira do Brasil com a Bolívia. Segundo autoridades com acesso ao caso, o italiano que é condenado à prisão perpétua em seu país e vive em refúgio no Brasil, estaria tentando fugir para a Bolívia. Ele teria sido preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) numa blitz sob uma suposta tentativa de evasão de divisas.

Autoridades brasileiras acreditam que ele iria tentar se refugiar na Bolívia uma vez que o governo italiano pediu formalmente ao Brasil que anule o refúgio dado a Battisti e o devolva para cumprir a pena em seu país de origem.

A defesa de Battisti disse que ainda não tem informação sobre sua detenção. Procurado, o advogado Igor Santana declarou que desconhecia a prisão.

— Não estou sabendo, mas não há justificativa para prisão — comentou.

PEDIDO DE HABEAS CORPUS

A defesa do italiano entrou com um pedido de habeas corpus na última quinta-feira (28), no Supremo Tribunal Federal (STF), para impedir uma possível extradição. Ele recebeu asilo no Brasil após decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010.

O pedido sigiloso feito pelo governo da Itália para que o presidente Michel Temer reveja a decisão de Lula, revelado pelo GLOBO, teria recebido sinal verde de dois ministros brasileiros, segundo integrantes do governo:Torquato Jardim (Justiça), primeiro a analisar o pedido do governo estrangeiro; e Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), por considerar o ato como um gesto importante diplomaticamente.

A defesa do italiano, que soube do pedido por meio da reportagem do GLOBO, chegou a afirmar que o prazo para rever a decisão já está esgotado.

— Certamente está prescrito. Não faz sentido falar em extradição de novo, a não ser que queira deturpar o ordenamento jurídico brasileiro. E isso parece que atualmente é o esporte predileto lá em Brasília — afirmou Igor Tamasauskas, um dos advogados de Battisti.

Em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição, mas disse que a última palavra seria do presidente. Assim, em 2010, Lula autorizou a permanência de Battisti no Brasil. Na época, a defesa do italiano já alegava que os supostos crimes tinham prescrito.

O então ministro Cezar Peluso discordou. Segundo ele, a prescrição ocorreria em 2013, fazendo apenas a ressalva de que o tempo em que ficou preso no Brasil esperando uma decisão sobre sua extradição interrompeu esse prazo.

No ano passado, diante de notícias de que o governo italiano poderia pedir novamente a extradição, a defesa apresentou no STF um habeas corpus preventivo, negado agora em setembro.

O relator, ministro Luiz Fux, disse que não havia motivo concreto que justificasse o pedido. Mas também destacou que o presidente da República tem poder para tomar decisões relacionadas a presença de estrangeiro no país.

TRF2 nega pedido de Cabral para declarar Bretas suspeito

O TRF2 negou por unanimidade pedido da defesa de Sérgio Cabral para declarar suspeito o juiz federal Marcelo Bretas.
Bretas é o responsável pelos processos da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato que condenou o ex-governador do Rio, sua mulher, Adriana Ancelmo, e mais 10 pessoas.

No mês passado, Cabral foi condenado a 45 anos e dois meses de prisão por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa.

SEMPRE PODE PIORAR

Deputados aprovaram ontem uma emenda à MP do Refis que piora sensivelmente o papel do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), envolvido recentemente em escândalos de corrupção.

Segundo o texto, quando houver empate entre os conselheiros do Carf, a empresa vencerá o processo. O Ministério da Fazenda ficará proibido de recorrer e a dívida, portanto, será extinta.

Grandes banqueiros e empresários aplaudem.

Comissão do Senado aprova fim da estabilidade dos servidores públicos

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (4) regras para a demissão de servidor público estável por “insuficiência de desempenho”, aplicáveis a todos os Poderes, nos níveis federal, estadual e municipal.

Debate de quase duas horas antecedeu a votação, encerrada com nove votos favoráveis à proposta e quatro contrários.

A matéria ainda passará por três comissões, a começar pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

No texto de Maria do Carmo Alves (DEM-SE), a responsabilidade pela avaliação de desempenho seria do chefe imediato de cada servidor.

(PapoTV conteúdo)

STF aprova Ficha Limpa para casos anteriores a 2010

O STF acaba de aprovar nesta quarta-feira (4) que a Lei da Ficha Limpa deve valer para os casos anteriores à aprovação da legislação, em 2010. 

A decisão foi apertada e o placar final foi de 6 x 5 votos.

Quem desempatou foi a presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia. A decisão é de repercussão geral e deverá ser aplicada em todos os tribunais do País.

Os ministros Ricardo Lewandowski (relator), Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Marco Aurélio e Celso de Mello votaram pela inaplicabilidade do novo prazo nos casos anteriores à aprovação da lei. Porém, os ministros Luiz Fux, Edson Fachin, Roberto Barroso, Rosa Weber, Dias Toffoli e Cármen Lúcia divergiram do relator e votaram para a lei valer em casos anteriores a 2010.


DIREITO DE FAZER ESPUMA

Os advogados de Michel Temer parecem os advogados de Lula. Gostam de fazer muito barulho com acusações de golpe e perseguição política, para desviar o foco do que realmente interessa.

Não há nada que apague a gravação de Michel Temer com Joesley Batista no subsolo do Jaburu, nem a corridinha de Rocha Loures com a mala cheia de propina.

Ah, as provas… ess
as danadinhas.

TEMER TERÁ DIFICULDADE PARA BARRAR DENÚNCIA

Rodrigo Maia disse ontem, em um jantar com deputados e senadores, que Michel Temer deverá enfrentar “dificuldades” para barrar a segunda denúncia da PGR, informa a Folha.

No jantar, organizado por Kátia Abreu, Maia disse achar que o presidente terá votos suficientes para derrubar a acusação de Rodrigo Janot, mas cometeu “erros” no relacionamento com aliados e vai encontrar no plenário um ambiente menos favorável que o da primeira denúncia.

Os participantes do encontro se queixaram de que promessas feitas à base aliada na primeira votação, em agosto, ainda não foram cumpridas.

Chateação eleitoral

A Câmara aprovou, dentro da reforma política, a liberação do telemarketing eleitoral.

Isso significa, explica a Folha, que “os cidadãos poderão receber ligações das 9h às 20h, de segunda-feira a sábado, o que hoje é proibido.”

Nós não conseguimos imaginar nada tão agradável quanto receber ligação de propaganda política às 9h da manhã de um sábado. Talvez tratamento de canal no dentista.

Moro ouve testemunhas de acusação do caso Bendine

Sergio Moro começou a ouvir hoje em Curitiba testemunhas de acusação do processo que tem Aldemir Bendine como réu.

Foram ouvidos Paulo Roberto Costa, Ricardo Pessoa, da UTC, Hilberto Mascarenhas e Fernando Migliaccio, do “setor de propina” da Odebrecht –todos condenados na Lava Jato e com acordo de delação premiada fechado.

Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, é acusado de cobrar da empreiteira propina de R$ 3 milhões.

O PT CRESCE

O PT foi citado como o partido preferido de 19% dos brasileiros, em pesquisa recente da Datafolha.

Como notou o Valor, seus melhores desempenhos foram no Nordeste, onde apareceu com 29%, e entre os eleitores com ensino fundamental, 26%.

Entretanto, mesmo que os números fossem verdadeiros, ninguém consegue ganhar com um eleitorado desses.


Desesperada, Dilma apela e diz que Marcelo Odebrecht foi torturado para delatá- la

Acuada com a devastadora delação do executivo Marcelo Odebrecht, a ex-presidente Dilma acabou perdendo completamente a noção da realidade durante entrevista à Folha, quando afirmou que o executivo "foi submetido a uma variante de tortura" e que "sofreu muitos tipos de pressão" para aceitar virar delator e que seus depoimentos são "uma coisa absolutamente ridícula". 

"Eu tenho a impressão de que o senhor Marcelo Odebrecht, para que sua delação fosse aceita, tinha de falar sobre coisas ilícitas da minha campanha e inventou essa ficção". 

Folha - A senhora quer dizer que os investigadores o pressionaram para envolvê-la? 

 Dilma - "Olha, eu tenho a impressão de que o senhor Marcelo Odebrecht sofreu muitos tipos de pressão. Muitos tipos de pressão. Por isso, não venham com delaçãozinha de uma pessoa que foi submetida a uma variante de tortura, minha filha. Ou melhor, de coação. Ele nunca teve essa proximidade comigo [para tratar de verba de campanha]. Da minha parte sempre houve uma imensa desconfiança dele", alegou a petista, que se reuniu dezenas de vezes com o executivo para tratar de assuntos de interesse mútuo. 

O executivo não apenas confirmou que repassou mais de R$ 150 milhões em propina para a petista, como informou em depoimento à Justiça Eleitoral que alertou Dilma sobre a contaminação de sua campanha com dinheiro depositado em contas no exterior para saldar dívidas de campanha que ela tinha com o marqueteiro João Santana, que também confirmou a informação em sua delação. 

Dilma foi questionada pela reportagem obre este trecho da delação, mas acabou se enrolando: 

 Folha - Marcelo também diz que, já com a Lava Jato em curso, avisou a senhora, num encontro no México, que a sua campanha poderia ser contaminada, pois ele havia feito pagamentos ao marqueteiro João Santana no exterior. 

Dilma - Eu viajei ao México para um encontro com o [presidente] Peña Nieto e depois houve um almoço e uma reunião com empresários. O Marcelo estava lá. No fim do dia, eu já estava saindo para o aeroporto, atrasada, mas queria ir ao banheiro. Fui para [o toalete de] uma sala reservada e fiz o que tinha que fazer [risos]. Quando voltei, tá lá o senhor Marcelo nessa sala. Ele começou a falar comigo, do jeito Marcelo, tudo meio embrulhado. E eu numa pressa louca, olhando pra ele. Não entendi patavina do que ele falava. Niente ["nada", em italiano]. Ele diz que me contou que poderia ocorrer contaminação. Mas eu não tinha conta no exterior. Se o João tinha, o que eu tenho com o João? Por que eu teria que saber? 

Dilma está desesperada, pois pode ter seus direitos políticos cassados pela Justiça Eleitoral. Sem conseguir concorrer a uma vaga no senado ou na Câmara dos Deputados, a petista se tornará alvo do juiz Sérgio Moro. O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já tinha pedido a abertura de inquéritos contra a petista, com base nas delações e provas entregues por Marcelo Odebrecht. 


Renan apela: ‘Melhor dissolver o Senado’

Renan Calheiros diz que, se o Senado não abrir votação nesta terça (3) sobre o afastamento de Aécio Neves, é melhor “dissolver o Senado e entregar a chave ao STF, como na ditadura, com todo o respeito”.

Renan também afirma que o país precisa de um “pacto de navegabilidade”, para garantir o equilíbrio entre os “pudêres”.

Ah, sim, e também aproveita para atacar o governo, dizendo que a economia continua parada.

É um legalista, mas não muito legal.

O Estado de Direito é uma questão de circunstância

A verdade é que, se Edson Fachin tivesse acatado o mandado de segurança da defesa de Aécio Neves, ninguém estaria discutindo hoje sobre se o STF intrometeu-se indevidamente no Senado.

O Estado de Direito é sempre uma questão de circunstância no Brasil.

‘Lula não é mais só o Lula, é uma ideia’

Em discurso de campanha no Rio, Lula adotou aquela humildade de quem se refere a si mesmo na terceira pessoa –e disse que transcendeu a condição de mero ser humano.

“O Lula não é mais só o Lula. O Lula é uma ideia assumida por milhões de pessoas”, disse o petista em evento de sindicatos contra a privatização, ocorrido nesta terça, relata a Folha.

Deve ser a ideia de que um condenado pela Justiça –acusado de fazer “pacto de sangue” com a Odebrecht— esteja em campanha pela Presidência, e não preso.

No mínimo, 54% dos brasileiros discordam dessa "ideia".

Em discurso de cerca de 30 minutos, o ex-presidente fez críticas ao governo Michel Temer, à imprensa, à Polícia Federal e ao juiz Sergio Moro.

JBS PAGOU 17,8 MILHÕES A PRIMO DE BLAIRO MAGGI

No relatório de inteligência financeira do Coaf sobre a JBS, revelado por Veja e também obtido por O Antagonista, há o alerta sobre repasse de R$ 17,8 milhões da empresa dos irmãos Batista para Elusmar Maggi Scheffer, primo de Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do governo Michel Temer

Segundo o Coaf, entre 20 de fevereiro de 2014 e 17 de março de 2016, Elusmar movimentou mais de R$ 437 milhões.

No ano passado, o MPF pediu informações ao grupo JBS, à Amaggi (de Blairo) e ao grupo Bom Futuro (dos primos de Blairo) sobe transações comerciais com a família Junqueira Vilela, acusada de liderar esquema de lavagem de dinheiro por meio de venda de gado criado em áreas desmatadas no sudoeste do Pará.

Brasil vive ‘espetáculo de horror’

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, participou de um evento em São Paulo e descreveu o Brasil de hoje como “espetáculo de horror”, relata O Globo.

“[É uma] quase total desgovernança, com sinais visíveis como violência, desordem, populismo e corrupção”, disse Armínio, para quem a crise tem dimensões múltiplas.

“É uma crise econômica, já que o PIB per capita caiu 10% nos últimos anos. E na política vivemos um momento triste, com o governo sendo incapaz de governar o país pensando no longo prazo. Há incapacidade do Estado de agir para construir um futuro melhor.”

VALLISNEY MANDA CUNHA DE VOLTA A CURITIBA

O juiz Vallisney de Oliveira determinou hoje à tarde que Eduardo Cunha seja transferido de volta a Curitiba, assim que for inquirido no próximo dia 11.

O juiz da 10ª não gostou nada de Cunha ter aproveitado sua estada em Brasília para criar tumulto processual com entrevista à revista Época.

Caso a audiência do dia 11 seja novamente adiada, pois depende da juntada da delação de Lúcio Funaro – ainda não autorizada -, Cunha será ouvido por videoconferência.

Deveria ter sido assim desde o princípio.