sábado, 24 de fevereiro de 2018

General Braga Netto, o povo do Rio lhe implora: nos socorra


A intervenção do governo federal (União) nas polícias civil, militar, corpo de bombeiros e sistema penitenciário do Rio, além de capenga, é medida paliativa, sem garantia de êxito, de curta duração e fez surgir uma multidão de "especialistas em segurança pública", entrevistados pela mídia em geral. Neste rol não me incluo.

Não passo de observador, comentarista e colaborador na busca da legalidade e da paz. 

Capenga porque a Constituição somente autoriza a intervenção da União nos Estados, nas hipóteses que a própria Carta indica. 

Inexiste intervenção federal em órgãos, corporações, instituições, entidades e serviços congêneres pertencentes ao Estado. A intervenção é no Estado, diz o artigo 34 da Constituição. Estado uno, federativo, como Pessoa Jurídica de Direito Público Interno.  E uma vez decretada e nomeado o interventor, o afastamento do governador é consequência jurídica imediata. 

Onde está escrito na Constituição que o governo federal, por decreto de intervenção, pode comandar as polícias e o sistema carcerário do Estado Federado e, sem o afastamento do governador, deste retirar o comando de seus agentes públicos, no tocante à segurança pública e entregá-lo ao interventor?

O decreto de intervenção que Temer assinou é também capenga quando transferiu ao interventor todos os poderes de comando sobre os presídios (sistema carcerário) e a administração penitenciária. É oportuno lembrar que em 7 de maio de 1992, o plenário do Supremo Tribunal Federal, julgando a Ação Direta de Inconstitucionalidade do artigo 183 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro  (ADIN 236-8/600, de 1990), acolheu o pleito e decidiu o seguinte:

 "A vigilância dos estabelecimentos penais e os órgãos encarregados dessa atividade, como é o caso da guarda penitenciária, não se inclui no conceito de Segurança Pública".

Mas diante do pavor que vive a população do Rio, e sendo urgente, urgentíssimo, que o povo tenha proteção, em casa, nas ruas e em todos os lugares, as inconstitucionalidades que contém o decreto ficam, digamos, toleradas. Superadas mesmo.

A vida, a paz, a ordem, a segurança , a felicidade da população são infinitamente mais importantes e insuperáveis do que essas questões jurídico-constitucionais. 

Que o bravo, talentoso e destemido interventor, general Walter Souza Braga Netto, acuda a todos nós.

Fala-se que poderá ocorrer violação dos Direitos Humanos. Não, não haverá. Grave violação dos Direitos Humanos vivem o povo do Rio e de muitos outros Estados da federação. 

São tantos assaltos, tantos crimes hediondos e tantas mortes, que dispensa comentário. 

Fala-se da impossibilidade da expedição de Mandados Coletivos de Busca, Apreensão e Prisão. Bobagem!

Prisão em flagrante pode ser feita em qualquer lugar, com ou sem mandado. E quando as diligências dependerem de Mandados, estes serão expedidos pela Justiça na forma da lei, preenchidas todas as formalidades que o Código de Processo Penal exige. 

A propósito: as Cartas Precatórias e as Cartas de Ordem que juízes e tribunais expedem não são itinerantes? Isto é, se não for possível serem cumpridas no endereço nelas constantes, os agentes da lei não podem ir em frente e cumpri-las onde devem ser cumpridas, até mesmo em outros Estados? Não podem os agentes ir buscar e apreender pessoas e coisas que, num primeiro momento não foram encontradas, mas que diligências indicaram onde estavam?

O Código de Processo Penal admite analogia e o caráter itinerante daquelas Cartas é autorizado pelo Código de Processo Civil. Então, que a lei processual civil seja aplicada, por analogia, à lei processual penal.

Não, general Braga Netto, o senhor e seus comandados nada têm a temer. Mas permita-me repetir neste artigo o aconselhamento que já dei ao senhor. O senhor é o general-interventor com plenos e absolutos poderes sobre a segurança pública no Rio. General, a incumbência é dar segurança pública, segurança para o povo, segurança para todos. 

Portanto, o alvo da segurança é o público. O povo é que está enfermo. O povo é que precisa da emergência médica. 

E, no âmbito da segurança, essa emergência é o policiamento pelos militares das Forças Armadas em todos os cantos da cidade, fardados e armados, ininterruptamente, dia e noite, nas ruas, praças, quarteirões, avenidas, estradas...em todos os lugares. 

A população grita, pede socorro e agora, sob seu comando,  tem a esperança de ser ouvida e atendida. E tomara que seja para sempre.

No mais e também com o amparo e resguardo dos militares das Forças Armadas, caberá às polícias militar e civil, a caça aos "inimigos". 

Como é doloroso, general, chamar irmãos patrícios de "inimigos". Mas o estado é de guerra. Guerra interna, intestina e fratricida.

Volto àquele exemplo que Fernand Cathala (o experiente comissário da polícia da França, que tive a honra de conhecer pessoalmente), cita no seu livro "Polícia, Mito e Realidade". Relata Cathala que nada acontecia de anormal em Neuchâtel. Nenhuma ocorrência policial, por mais leve que fosse o comissariado tinha registro. Então, o prefeito da cidade resolveu retirar as guaritas e os gendarmes que nelas se revezavam para proteger aquele cantão. Para que tê-los lá, se reina a mais completa paz? E aconteceu que na primeira noite sem o policiamento ainda houve paz. Mas na segunda os bares passaram a fechar de madrugada. E já na terceira noite um turista italiano foi assaltado. E uma semana depois, ocorreu o primeiro homicídio! E arremata Cathala: "A só presença do gendarme na guarita, fardado e armado, era a presença da autoridade, presença do Estado, do policiamento e da segurança publica". 

General Walter Souza Braga Netto, o povo do Rio devota ao senhor e à sua administração na segurança pública aquele mesmo voto que dedicou a João Paulo II, quando o Pontífice esteve aqui no Rio pela primeira vez: 

"Totus Tuus" (Somos todos seu).
E acrescentamos: 
"Curare et miserere nobis" (Nos socorra e tenha compaixão de nós). 

Texto de Jorge Béja, advogado no Rio de Janeiro e especialista em Responsabilidade Civil, Pública e Privada (UFRJ e Universidade de Paris, Sorbonne). Membro Efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) 

Toffoli tirou Bernardo da cadeia e engavetou pedido da PF para interrogar Gleisi (Veja o Vídeo)


No dia 23 de junho de 2016 o ex-ministro Paulo Bernardo foi preso pela Polícia Federal, numa operação que apurava o pagamento de propina referente a contratos de prestação de serviços de informática pela empresa Consist, no valor de R$ 100 milhões.

A PF também vasculhou o apartamento de Bernardo e sua esposa senadora Gleisi Hoffmann.

O casal, tudo indica, está envolvido até o pescoço no caso. Gleisi ainda saiu ilesa graças ao seu malfadado ‘foro privilegiado’.

Estranhamente, seis dias após a prisão, Bernardo conseguiu uma ordem de Habeas Corpus determinada pelo ministro Dias Toffoli.

Para Toffoli, não havia provas que justificassem a manutenção da medida contra Bernardo.

Um absurdo equívoco do ministro que, por certo, atrapalhou bastante o andamento das investigações.

Eis que há menos de um ano do episódio, já em abril de 2017, a Polícia Federal oficiou ao mesmo ministro Dias Toffoli, requerendo autorização para interrogar Gleisi Hoffmann.

Hoje, passados quase um ano deste pleito, a PF não recebeu ainda nenhuma resposta do magistrado, registra o site Jornal da Cidade Online.

Parece óbvio que Toffoli não quer que as investigações que atingem o casal petista avancem.

A rigor, como ex-advogado do PT, Toffoli deveria se declarar suspeito para atuar no caso. Não o faz e ainda atravanca nitidamente o andamento das investigações.

É lamentável.

Abaixo veja um vídeo que o movimento "Vem Pra Rua' preparou denunciando o fato:


Defesa de Aécio ataca ‘alta cúpula’ do MPF

Os advogados de Aécio Neves pediram ao STF a rejeição da denúncia contra o senador tucano, por corrupção passiva e obstrução da Justiça, apresentada por Rodrigo Janot no ano passado.

Em 82 páginas, segundo a Época, a defesa de Aécio alega que a denúncia é inepta e acusa integrantes da “alta cúpula” do MPF de atuação ilícita.

“A partir das heterodoxas (para se dizer o menos) delações dos executivos da JBS, descortinadoras da atuação ilícita de membros da alta cúpula do MPF, viu-se o peticionário submetido a toda sorte de agressões institucionais e morais”, escreve a defesa.

A denúncia da PGR baseou-se na delação premiada de Joesley e Wesley Batista.

Temer tem fazenda em nome do coronel Lima, diz Saud

Ricardo Saud disse à PF, em 16 de fevereiro, que Michel Temer tem uma fazenda no interior de SP em nome de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, já acusado de receber propina em nome do presidente.

O ex-executivo da JBS disse ter ouvido de Paulinho da Força a informação sobre a fazenda. Saud está preso, sob suspeita de ter omitido fatos em sua delação premiada.

Ouvido por O Globo, Paulinho da Força disse que Ricardo Saud frequentava muito sua casa e que ele pode ter comentado “em tom de brincadeira” que a fazenda pertenceria a Temer.

A assessoria do presidente nega que ele seja dono de fazenda.

O DEDO DE DIRCEU

Ricardo Pessoa, dono da UTC, confirmou ontem, 23, em depoimento a Sergio Moro a informação de que José Dirceu foi quem indicou Renato Duque a diretor de Serviços da Petrobras.

Assista:

Toffoli: servidor quer ‘trabalhar pouco, ganhar bem e se aposentar cedo’

No evento da FGV em que criticou a falta de um “projeto nacional” dos partidos brasileiros, Dias Toffoli também disse que grupos de interesse ocuparam o lugar de uma elite nacional.

Para o ministro do STF, a ausência dessa elite, que pense o país racionalmente, é o que explica a falta de projeto de PT, PSDB e outros. E os grupos de interesse incluem, por exemplo, servidores públicos e as bancadas ruralista e evangélica.

“O servidor público, por exemplo, quer trabalhar pouco, ganhar bem e [se] aposentar cedo. Quem não quer tudo isso? Não tenho nada contra esses interesses, mas eles existem”, disse Toffoli, conforme o relato do portal Jota.

ADVOGADOS DE LULA RECEBERAM 68 MILHÕES DE REAIS DO JABUTI

A Receita Federal descobriu que o presidente da Fecomércio, Orlando Diniz, o jabuti de Cabral preso nesta sexta, 23, pela Lava Jato, repassou mais de 68 milhões de reais a Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, contratados para resolver seus “problemas políticos”.

Moradores da Vila Kennedy relatam alívio com chegada do Exército: 'Matam um todo dia aqui'

Enquanto jovens soldados, jipes e tanques do Exército entravam na Vila Kennedy, comunidade da zona oeste do Rio de Janeiro, durante nova operação das Forças Armadas e polícias nesta sexta-feira (23), moradores consultados pelo UOL afirmaram que apoiam a operação. 

"Matam um todo dia aqui", disse uma mulher que preferiu não se identificar, temendo represália de traficantes. A moradora, que vive na favela desde a sua fundação em 1964 e apoia a incursão das tropas, afirma que nunca viu tanta criminalidade na região quanto agora.

"Fazia muito tempo que não passava polícia por aqui, coisa de meses. De 'cidade maravilhosa', o Rio de Janeiro virou 'cidade do medo'", critica ela, indo às lágrimas quando pensa que seu neto também é soldado. "Nem eles estão seguros. Muito novos. Só Deus para guardar."

Assistindo à ação dos militares com a cabeça parcialmente para fora do portão, quatro pessoas da mesma família entraram na residência com a chegada da reportagem.

"Olha onde a gente mora. Não podemos falar. Aqui anda horrível, mas olha só, ainda bem que eles vieram. Ninguém aqui aguentava mais", disse, sob anonimato, um jovem que estava na casa. "Muito crime por aqui, crime todo dia e coisas horríveis acontecendo. Estamos aliviados", disse.

Encostado na parede de um pequeno supermercado, o aposentado João Cordeiro, 73, assistia à destruição das barricadas, feitas pelo tráfico para dificultar a entrada de forças de segurança na comunidade.

"Eu acho que agora eles vão vir sempre, né? Eu estou gostando de ver. Moro aqui há 40 anos, era tão tranquilo. Hoje fazem coisas horríveis aqui", disse. "Nos últimos tempos, vi coisas aqui que nunca tinha visto na minha vida. [A favela] virou uma grande tragédia", lamenta.

O idoso relata que assassinatos e roubos de veículos acontecem com muita frequência. "Mataram um homem a tiros do meu lado. Não sei como sobrevivi. Foi Deus."

Também apoiando a ação das Forças Armadas, uma dona de loja de doces da comunidade --que também preferiu não se identificar-- se surpreendeu. "Achei ótimo. Abri a loja e eles estavam aqui. O comércio aqui caiu por causa da criminalidade", disse. 

Crianças brincavam em rua hoje, tentando chamar a atenção de militares. Mas a lojista disse que isso não é o comum. "Geralmente os pais proíbem elas de saírem na rua. Muita gente andando de fuzil e pistola em punho", conta.

Sobre as críticas quanto à falta de policiamento na comunidade, o UOL faz contato com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora.

A "lei do silêncio" impera na comunidade. Moradores evitam se identificar ou mesmo que a imprensa chegue perto. Isso porque há o temor de que criminosos façam retaliações depois.

A comunidade é dominada pelo Comando Vermelho. Nas vielas às quais o UOL teve acesso na manhã de hoje, diversas pichações fazem alusão à facção, além de pregar a morte de policiais da UPP e do chamado "alemão" (inimigo de facções rivais, na gíria carioca).

Ontem, uma mulher de 63 anos foi encontrada em cativeiro após ser torturada na comunidade Kelson's, na zona norte. Segundo a Polícia Civil, traficantes desconfiaram que a idosa fosse informante dos agentes. 
Vila Kennedy viveu guerra do tráfico em 2014

Apesar de contar com uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) desde 2014, a Vila Kennedy é considerada um dos bairros mais perigosos do Rio. Em outubro, o sargento reformado Gilmar Raposo foi assinado a tiros na porta de casa, na travessa Croácia.

Em 2014, uma guerra entre facções deixou vários mortos, levando a operações policiais frequentes.

Localizada na zona oeste, a cerca de 35 km do centro do Rio, a comunidade nasceu a partir de um conjunto habitacional, construído para abrigar moradores desalojados de favelas de várias regiões da cidade.

Seu nome homenageia o presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, que chegou a doar dinheiro para a construção dos primeiros prédios e de uma réplica da estátua da liberdade.

Presidente do TRF-4 defende prisão após segunda instância e fim do foro privilegiado

O presidente do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, afirmou nesta sexta-feira, 23, em São Paulo, que o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será julgado rapidamente pela Corte. Após ter condenação confirmada pela 8.ª Turma do TRF-4, Lula entrou com embargos de declaração em que questiona a decisão. 

"Os recursos do ex-presidente e do Ministério Público (MP), se houver, vão ser julgados, e o tribunal tem sido rápido", disse Flores. Ele afirmou, ainda, que os recursos após o processo passar no TRF-4 não são "fáceis" porque instâncias superiores não analisam provas. "Não são recursos fáceis porque nem STJ (Superior Tribunal de Justiça) nem STF (Superior Tribunal Federal) examinam prova." 

Ele também defendeu a manutenção do entendimento atual do Supremo Tribunal Federal que autoriza a prisão após condenação de réus em segunda instância. A decisão, que depende de julgamento no STF, pode levar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão, se mantida a condenação do petista por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Lava Jato.

"Eu acho que o ideal para a efetividade da Justiça é que se mantenha a posição do Supremo que foi deliberada há pouco mais de um ano no sentido que está vigorando hoje, que há possibilidade da execução provisória da pena a partir das decisões de segunda instância", disse o desembargador, após proferir palestra na Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo. Ele reforçou que não estava defendendo a prisão de Lula, mas falando da tese em geral.

Na palestra, Flores aproveitou para falar a favor da redução do foro privilegiado e afirmou que o Brasil precisa também enfatizar a punição a crimes de obstrução da Justiça e perjúrio (juramento falso).

"Temos de começar a examinar crimes de obstrução da Justiça, de perjúrio; está mais do que na hora de revisar o foro privilegiado", disse, ao defender o fim da prerrogativa também para juízes, além de políticos com mandato. Ele afirmou ainda que o crime de perjúrio, quando há falso testemunho perante juízo, "não é levado muito a sério".

Flores declarou ainda que as instâncias judiciais estão, "com toda certeza", preparadas para a mudança no foro por prerrogativa de função.

"A Operação Lava Jato é prova disso", declarou, ao afirmar que o TRF-4 já recebeu 911 processos da investigação e que apenas 2% deles foram reformados em instâncias superiores. Dos que foram revisados, observou, a maioria se trata de prisões preventivas. "Os processos da Lava Jato estão tendo um prazo, digamos assim, não rápido demais, o que poderia comprometer o direito de defesa do acusado, dos investigados, e também não demasiadamente demorado, o que poderia dar noção de impunidade."

Recursos 

Presidente de um tribunal de segundo grau, o desembargador disse que o sistema de recursos no Brasil é muito "generoso" em comparação com outros países.

"Poucos países como o Brasil possuem um sistema de recursos tão generoso. O acesso à Justiça aqui é de uma generosidade poucas vezes vista em qualquer outro país", opinou.

Comparando a situação do Brasil com a dos Estados Unidos, Flores acredita que a Constituição brasileira seja "prolixa" e permita "uma interpretação muito grande". O TRF-4, em Porto Alegre, é a instância de segundo grau à qual o ex-presidente Lula recorreu e tentou reverter decisão do juiz Sérgio Moro, que o condenou por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Lava Jato no caso do triplex no Guarujá, no litoral paulista. A 8.ª turma do Tribunal Regional confirmou a condenação em janeiro e agora julga uma nova apelação de Lula, denominada de embargo de declaração.

Watergate

Na palestr
a, o presidente do TRF-4 admitiu que o Brasil tem muito a aprender com o caso de Watergate, nos Estados Unidos, escândalo político que culminou com a renúncia do presidente Richard Nixon, do Partido Republicano, em 1974.

"Ali, começou-se pela primeira vez a identificação do crime de obstrução da Justiça, que é algo que agora estamos começando a conhecer na realidade brasileira", citou. 

Toffoli diz que devolve processo do foro privilegiado 'até fim de março' e dá sugestões para evitar a morosidade do Supremo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, prometeu nesta sexta-feira, 23, que irá liberar até o fim de março para julgamento o processo que analisa a restrição do foro privilegiado.

O plenário da Corte já formou maioria para restringir a prerrogativa de foro para crimes cometidos durante e em função do mandato, em julgamento de novembro do ano passado. O caso foi interrompido com um pedido de vista de Toffoli.

"Em breve. Até final de março, eu libero", disse o ministro a jornalistas, após participar de um debate sobre transparência do Judiciário na Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo. 

No debate, Toffoli defendeu a antecipação de votos dos relatores de processos para evitar o número excessivo de pedidos de vista e a morosidade do Supremo. Ele afirmou que já há maioria para estabelecer um método seguindo sua sugestão. Toffoli afirmou que foi um dos precursores da iniciativa de adiantar seu voto a colegas em ações que relata. "Já há conversas para mudar a metodologia. Haverá resistências? Haverá, mas acho que já há maioria no Supremo que pensa que temos de modernizar", disse o ministro. Ele afirmou que já mudou de entendimento quando recebeu de um relator o voto antecipado.

O ministro citou o julgamento da terça-feira, 20, na Segunda Turma do STF que permitiu prisão domiciliar a mulheres grávidas ou com filho de até de 12 anos, ou mães de filhos deficientes, que estejam em prisão preventiva. "Se o ministro Ricardo Lewandowski [relator do caso] não tivesse distribuído o voto antes, eu iria pedir vista", argumentou.

SUPREMO POLÍTICO

Toffoli declarou que a corte é um órgão político, mas não partidário. "Toda corte constitucional é um órgão com função técnico-política", afirmou. "Política não é político-partidária ou ideológica."

O ministro lembrou que já foi advogado do PT e de movimentos sociais de esquerda. "Já julguei contra o partido e contra movimentos sociais, porque o juiz não pode ter desejo. Se você quer ter desejo, vai para outro lugar."

Para ele, o Supremo é um poder constituinte permanente que está revendo pactos da sociedade o tempo todo. "Isso é política ou não é?", declarou.

"JULGADOR DE TUDO"

Em sua fala, o ministro criticou o excesso de judicialização no País e afirmou é preciso rever o sistema de repercussão geral, modelo de julgamentos levados ao STF que repercute em ações semelhantes.

"O Supremo não pode ser julgador de tudo, se não vamos acabar com todas as instâncias e acabar com o Supremo", declarou. "Por isso temos que repensar a repercussão geral", argumentou, sem detalhar uma proposta. 

BANDIDOS DAS FAVELAS TENTANDO DESMORALIZAR OS SOLDADOS DO EXÉRCITO (veja o vídeo)

Quando o Exército começar a fazer a limpeza geral, virão os esquerdopatas e a turma dos direitos humanos para defender essa bandidagem.

Veja o vídeo: