domingo, 3 de setembro de 2017

A CREDIBILIDADE DE TEMER

Em fevereiro último, para amenizar o desgaste com a nomeação dos ministros citados em delações premiadas e investigados pela Lava Jato, o presidente Michel Temer garantiu que afastaria aqueles que fossem denunciados e virassem réus.

Neste domingo, 3 de setembro, Lauro Jardim informa que o presidente não cumprirá a promessa.

Convenientemente, Temer dirá que denúncia de Rodrigo Janot não tem credibilidade.

Nem o STF, presidente? O Antagonista lembra que ministros só viram réus depois que o Supremo aceita a denúncia do PGR.

(conteúdo O Antagonista)

QUASE METADE DOS BRASILEIROS QUER A PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS

A anunciada privatização da Eletrobras pelo governo de Michel Temer é apoiada por 49,3% dos brasileiros, enquanto 47,1% são contra.
Foi o que indicou um levantamento do instituto Paraná Pesquisas com 2.608 pessoas, realizado entre os dias 28 de agosto e 1.º de setembro.

Por outro lado, 57,9% são contra a privatização da Casa da Moeda, enquanto 37,2% defendem a medida.

A LAVA JATO INTERROMPEU UM GOLPE DE ESTADO PELO PT

René Ariel Dotti, nos idos da década de 1950, era um estudante de Direito entusiasta da campanha “O petróleo é nosso”. Seis décadas após, o criminalista, jurista e professor hoje conduz a banca de assistentes de acusação do Ministério Público Federal (MPF) nas ações da Lava Jato, contratado pela Petrobrás. Seu papel é processar, com a força-tarefa, corruptores e corruptos. “(A Lava Jato) É uma revolução copérnica na criminalidade do País”, disse Dotti, em seu escritório, na capital paranaense.
Perto de completar 83 anos, Dotti defende as delações premiadas – apesar de não fazê-las –, critica o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, pelas declarações sobre prisões preventivas, e se diz contrário à possibilidade de execução da pena após decisão em segunda instância. Leia a seguir os principais trechos da entrevista concedida ao jornal Estado de São Paulo:
O senhor representa a Petrobrás nas acusações da Lava Jato, o que isso significa?
Eu estudei na faculdade em 1954. A grande luta era o petróleo, o movimento do petróleo nacional. Por isso foi uma alegria muito grande poder representar a empresa, pelo que ela fez pelo País. Nosso papel nos processos é acompanhar as audiências de testemunhas e interrogatórios. Acompanhamos os processos, funcionamos como assistentes do Ministério Público. Assistentes porque a figura mais importante é a do Ministério Público, e nós colaboramos na medida em que estamos no mesmo caminho, sustentando as mesmas teses, com o mesmo pedido.
O senhor tem 50 anos como criminalista, já deve ter visto de tudo. Algo o surpreendeu na Lava Jato?
Claro. É uma revolução copérnica na criminalidade do País. Porque, embora houvesse isso antes, nunca houve uma investigação desse tipo, nunca houve um Judiciário federal com essa disposição, como o doutor Sérgio Moro. A Lava Jato, no meu entendimento, interrompeu um golpe de Estado. Um golpe de Estado sem violência. O PT ia fazer um golpe de Estado na medida em que estava corrompendo grande parte do Congresso e colocando gente no Supremo Tribunal Federal para ter uma continuidade de poder, um projeto de poder. O que o PT fez, não a parte de corrupção, a parte de organização, foi pensando em tomar o Estado. De que maneira? Defendendo uma doutrina que é comum ao interesse público, que era a da ética. O PT sempre chamou os jovens. Reunia religiosos, reunia jovens, estendia em outras camadas. O PT dominou muito bem, e por isso teve o poder. E isso seria o golpe de Estado.
É possível uma reforma penal com o atual Congresso?
Não, com esse Congresso não dá. Porque é um Congresso de muito fisiologismo. É um Congresso que vive não um papel de representação popular, vive um papel de concentração de interesses pessoais.
O senhor defende a execução da pena em segunda instância, que tem sido medida encampada pela Lava Jato e por Moro como forma de combate à corrupção?
Não… A Justiça Federal e os tribunais federais trabalham mais rapidamente do que os outros tipos de tribunais. A Justiça estadual é mais demorada que a Justiça Federal. Tenho um projeto com o desembargador de São Paulo Rui Stoco que chegou a ser aprovado na Câmara. Ele diz que todo e qualquer condenado a pena acima de 8 anos, esteja preso ou não, tem de ter o julgamento como se fosse de réu preso, ou seja, o julgamento prioritário. Então, eu defendo o julgamento prioritário.
Mas funcionaria? A Justiça daria conta, as cadeias já não estão cheias de gente que nem julgadas foram?
É um problema de gestão, não de lei. Dou um exemplo, a Constituição prevê o salário mínimo, entre os direitos sociais. Diz que o salário mínimo fixado em lei, nacionalmente unificado, é capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e as de sua família. O salário mínimo paga isso tudo? Nunca. Então podemos cortar esse artigo da Constituição? Não podemos. O que eles fizeram foi isso, fizeram cortar um artigo da Constituição que prevê a presunção da inocência.
As prisões preventivas são duramente atacadas na Lava Jato. O senhor é um dos críticos?
É um tipo de criminalidade absolutamente distinto, novo. Nem é criminalidade do colarinho branco, é muito mais do que isso, é uma criminalidade permanente. Porque continuam praticando crimes. Então a prisão preventiva é necessária. O ministro Gilmar Mendes está completamente errado nesse ponto (ao criticar as prisões preventivas). Uma propaganda que ele faz contra as prisões preventivas. As prisões preventivas nesses casos são necessárias. Continuam praticando crimes.
Há quem veja excessos nas prisões do juiz Sérgio Moro?
Não, não há.
A Lava Jato não prende para obter delações?
Não, eu considero uma generalização isso. Porque muitas delações foram feitas sem que existissem prisões.
O senhor faz ou faria uma delação para cliente?
Clientes nossos preferiram fazer e escolheram um advogado para isso e eu concordei. Nosso escritório não faz.
Delações e preventivas são focos de ataques de políticos que estão reagindo à Lava Jato. O senhor acha que as investigações estão sob risco?
Não vejo risco, porque a Lava Jato tem uma base social muito grande. Todos apoiam essa mudança, essa revolução. A sociedade apoia, portanto ela não vai cair.
Um dos embates de 2018 será se Lula será candidato e qual peso ele terá. O senhor deu um puxão de orelha na defesa do ex-presidente na audiência com o juiz Sérgio Moro…
Não faz parte da ética profissional. Tem sido comum em alguns casos da Lava Jato. Senti, depois de duas horas de interrupções permanentes, que o objetivo era tentar impedir que o interrogatório se consumasse. Minha intervenção foi no sentido de que o colega não poderia se portar com aquelas agressões pessoais.
Fonte: Estadão

Joaquim Barbosa 'pisa' em Temer e diz que ele deveria ter a honradez de renunciar

Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, em entrevista, afirmou que "Michel Temer deveria ter tido a honradez de deixar a Presidência". 
Para Barbosa, "Em nenhum país do mundo um chefe de governo permaneceria um dia sequer no cargo depois de acusações tão graves quanto aquelas que foram feitas contra Temer. O Brasil entrou numa fase de instabilidade crônica, da qual talvez só saia em 2018 [com as eleições]".

Advogado de Lula na ONU diz que condenação em segunda instância é certa

O advogado britânico Geoffrey Robertson, contratado para representar o ex-presidente Lula da Silva no Comitê de Direitos Humanos da ONU, deu como certa a manutenção da condenação do ex-presidente petista nas instâncias superiores. A declaração foi feita durante um jantar organizado por juristas em sua homenagem na quarta-feira, 30, em São Paulo.

“Moro e os colegas estão dizendo que ainda há recursos para Lula na Justiça. Nós estamos alegando que não há mais recursos aqui porque a Justiça do Brasil é totalmente parcial. Portanto, temos de ir às instâncias internacionais, onde há uma Justiça verdadeira”, afirmou Robertson.


O advogado britânico se referia à defesa feita pelo governo brasileiro perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU. A defesa, assinada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela condenação de Lula a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, alega que o Lula da Silva não pode recorrer a cortes internacionais enquanto ainda houver a possibilidade de recursos para reverter a sentença na Justiça brasileira.

Ao afirmar que Lula da Silva não tem mais chances de sucesso nos tribunais brasileiros, Robertson admite que o ex-presidente pode estar fora da disputa eleitoral do ano que vem.

Se for condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral da 4.ª Região (TRF-4), Lula da Silva pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficar inelegível.

Robertson citou a entrevista do presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores, ao jornal O Estado de S. Paulo para embasar sua argumentação. Na entrevista, o desembargador classificou como “irrepreensível” e “irretocável” a sentença que condena Lula.

“O mais ridículo é que o presidente do tribunal já basicamente prejulgou o ex-presidente Lula dizendo que a sentença do Moro é impecável. Fica nítido que o julgamento não é imparcial. É um aberração”, disse Robertson.

O britânico é o primeiro no entorno de Lula a dizer publicamente que o petista não tem chances de reverter a condenação aplicada por Moro. Nas últimas duas semanas, o Estadão ouviu mais de 20 advogados que atuam na Lava Jato ou acompanham com proximidade o caso de Lula da Silva.

Quase todos afirmam, sob a condição de anonimato, que as chances de a Segunda Turma do TRF-4 reverter a sentença de Moro são mínimas.

Já o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, responsável pela vinda de Robertson ao Brasil, confirmou que os recursos em defesa do petista nos tribunais superiores têm sido ineficazes, mas evitou fazer críticas generalizadas à Justiça brasileira e disse que não jogou a toalha. “Esta sentença não tem como prevalecer.

Para mim só tem uma hipótese de a decisão não ser derrubada: é se o TRF-4 decidir julgar Lula de uma forma diferente”, concluiu. 

'Estranho país o Brasil. Aboliu os cigarros em locais públicos, mas não impede que pervertidos ejaculem na cara das mulheres em ônibus', ataca jornalista

O jornalista Josias de Souza, em sua coluna, lamentou a decisão do juiz que soltou o pervertido que ejaculou em uma mulher dentro de um ônibus. Para o colunista, "a decisão ajuda a explicar o comportamento do agressor".

Leia abaixo o texto de Josias de Souza: 
Estranho país o Brasil! Aboliu as baforadas de cigarro nos salões dos restaurantes chiques. Mas não consegue impedir que pervertidos ejaculem na cara das mulheres em ônibus e trens urbanos.
Quem poderia imaginar que, no processo da evolução humana, o macho brasileiro se tornaria um bípede para poder abrir o zíper num transporte coletivo do século 21, colocar o pênis para fora, marturbar-se e espargir esperma em fêmeas indefesas?
 Um King Kong enxergaria essa modalidade de sexo público como uma prática constrangedora. Em São Paulo, porém, chamado a julgar o caso do sujeito que ejaculou no pecoço de uma mulher dentro do ônibus, um juiz mandou soltá-lo com base na seguinte argumentação:
''Entendo que não houve constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco de ônibus, quando foi surpreendida pela ejaculação do indiciado.''
Levando-se o raciocínio do doutor às últimas (in)consequências, a mulher ultrajada talvez devesse agradecer ao agressor pela civilidade do ataque. Mas a vítima, aos prantos, discordou: “Eu me senti um lixo. Para a Justiça, não fui constrangida!”
A decisão ajuda a explicar o comportamento do agressor. Não foi a primeira vez que ele meteu o pênis na cara de uma mulher. Acumula 13 passagens pela polícia por “ato obsceno e importunação ofensiva ao pudor” e três prisões, sendo duas por “estupro”.
O cobrador do ônibus evitou que o tarado fosse agredido. Segurou-o até a chegada da polícia. Lamentou que a prisão tenha sido relaxada no dia seguinte. Disse estar “decepcionado”.
O juiz escorou sua decisão em manifestação do promotor, também favorável à liberação do agressor, mediante pagamento de multa. Tais injustiças levam algumas pessoas a gritarem, de tempos em tempos: “Livrai-me da Justiça, que dos malfeitores me livro eu.”
Alguém já disse que a civilização é tudo o que sobra para ser desenterrado dez mil anos depois. Quando os arqueólogos desencavarem evidências de que os ataques sexuais eram comuns nos transportes coletivos brasileiros, tudo será esclarecido.
A comunidade científica concluirá que o macho brasileiro parou de evoluir por volta dos anos 2000, tomando o caminho de volta. Era bípede. Mas retrocedeu até ficar de quatro. Registros sonoros indicarão que o macaco voltou à cena para perguntar: “Acha que valeu a pena?”
– Atualização feita às 10h54 deste sábado (2): O ejaculador solto pelo juiz, com o aval do promotor, voltou a exibir o pênis para uma mulher dentro de um ônibus nesta manhã de sábado. Detido pelos passageiros, o sujeito foi preso novamente.

'Há chance real de mudarmos o patamar da ética pública e privada', diz Barroso

Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),  disse nesta sexta-feira, 1º, no Rio, que "a corrupção não é invencível". 
"A ditadura parecia invencível, a inflação, a pobreza extrema, e em uma geração conseguimos derrotar esses três flagelos. Acho que a corrupção não é invencível. Há chance real de mudarmos o patamar da ética pública e privada. Eu vivo para este dia",concluiu Barroso.