Nada mais apropriado para o momento. Dilma usando máscara lançando uma candidatura inelegível e lendo
uma carta supostamente escrita por Lula. Uma farsa indisfarçável, em Minas Gerais, publica o Jornal da Cidade Online.
A quadrilha que iria incendiar o Brasil, caso o chefe fosse preso, conseguiu reunir, segundo a Folha de S.Paulo,
apenas duas mil pessoas.
Na carta, a hipocrisia:
"É para acabar com o sofrimento do povo que sou novamente
candidato à Presidência da República".
No vídeo apresentado, a mentira deslavada:
"O povo quer, a lei permite, o Brasil precisa. Lula, o Brasil feliz de
novo".
Segundo a publicação, o povo não quer, a lei não permite e o Brasil não quer ser roubado novamente.
Todos esses que protagonizaram esta lambança em Minas Gerais, também estão envolvidos em esquemas
escabrosos de corrupção, inclusive os anfitriões, o governador Fernando Pimentel e a presidente do PT, Gleisi
Hoffmann.
Brevemente terão o mesmo castigo do comandante máximo.
Veja abaixo a carta do presidiário, que certamente não foi ele que escreveu:
Há dois meses estou preso, injustamente, sem ter cometido crime
nenhum.
Há dois meses estou impedido de percorrer o País que
amo, levando a mensagem de esperança num Brasil melhor e mais
justo, com oportunidades para todos, como sempre fiz em 45 anos
de vida pública.
Fui privado de conviver diariamente com meus filhos e minha filha,
meus netos e netas, minha bisneta, meus amigos e companheiros.
Mas não tenho dúvida de que me puseram aqui para me impedir de
conviver com minha grande família: o povo brasileiro. Isso é o que
mais me angustia, pois sei que, do lado de fora, a cada dia mais e
mais famílias voltam a viver nas ruas, abandonadas pelo estado
que deveria protegê-las.
De onde me encontro, quero renovar a mensagem de fé no Brasil e em nosso povo. Juntos, soubemos superar
momentos difíceis, graves crises econômicas, políticas e sociais. Juntos, no meu governo, vencemos a fome, o
desemprego, a recessão, as enormes pressões do capital internacional e de seus representantes no País.
Juntos, reduzimos a secular doença da desigualdade social que marcou a formação do Brasil: o genocídio dos
indígenas, a escravidão dos negros e a exploração dos trabalhadores da cidade e do campo.
Combatemos sem tréguas as injustiças. De cabeça erguida, chegamos a ser considerados o povo mais otimista
do mundo. Aprofundamos nossa democracia e por isso conquistamos protagonismo internacional, com a criação
da Unasul, da Celac, dos BRICS e a nossa relação solidária com os países africanos. Nossa voz foi ouvida no
G-8 e nos mais importantes fóruns mundiais.
Tenho certeza que podemos reconstruir este País e voltar a sonhar com uma grande nação. Isso é o que me
anima a seguir lutando.
Não posso me conformar com o sofrimento dos mais pobres e o castigo que está se abatendo sobre a nossa
classe trabalhadora, assim como não me conformo com minha situação.
Os que me acusaram na Lava Jato sabem que mentiram, pois
nunca fui dono, nunca tive a posse, nunca passei uma noite no tal
apartamento do Guarujá. Os que me condenaram, Sérgio Moro e os
desembargadores do TRF-4, sabem que armaram uma farsa
judicial para me prender, pois demonstrei minha inocência no
processo e eles não conseguiram apresentar a prova do crime de
que me acusam.
Até hoje me pergunto: onde está a prova?
Não fui tratado pelos procuradores da Lava Jato, por Moro e pelo
TRF-4 como um cidadão igual aos demais. Fui tratado sempre
como inimigo.
Não cultivo ódio ou rancor, mas duvido que meus algozes possam
dormir com a consciência tranquila
Contra todas as injustiças, tenho o direito constitucional de recorrer em liberdade, mas esse direito me tem sido
negado, até agora, pelo único motivo de que me chamo Luiz Inácio Lula da Silva.
Por isso me considero um preso político em meu país.
Quando ficou claro que iriam me prender à força, sem crime nem provas, decidi ficar no Brasil e enfrentar meus
algozes. Sei do meu lugar na história e sei qual é o lugar reservado aos que hoje me perseguem. Tenho certeza
de que a Justiça fará prevalecer a verdade.
Nas caravanas que fiz recentemente pelo Brasil, vi a esperança nos olhos das pessoas. E também vi a angústia
de quem está sofrendo com a volta da fome e do desemprego, a desnutrição, o abandono escolar, os direitos
roubados aos trabalhadores, a destruição das políticas de inclusão social constitucionalmente garantidas e
agora negadas na prática.
É para acabar com o sofrimento do povo que sou novamente candidato à Presidência da República.
Assumo esta missão porque tenho uma grande responsabilidade com o Brasil e porque os brasileiros têm o
direito de votar livremente num projeto de país mais solidário, mais justo e soberano, perseverando no projeto
de integração latino-americana.
Sou candidato porque acredito, sinceramente, que a Justiça Eleitoral manterá a coerência com seus
precedentes de jurisprudência, desde 2002, não se curvando à chantagem da exceção só para ferir meu direito
e o direito dos eleitores de votar em quem melhor os representa.
Tive muitas candidaturas em minha trajetória, mas esta é diferente:
é o compromisso da minha vida. Quem teve o privilégio de ver o
Brasil avançar em benefício dos mais pobres, depois de séculos de
exclusão e abandono, não pode se omitir na hora mais difícil para a
nossa gente.
Sei que minha candidatura representa a esperança, e vamos levá-la
até as últimas consequências, porque temos ao nosso lado a força
do povo.
Temos o direito de sonhar novamente, depois do pesadelo que nos
foi imposto pelo golpe de 2016.
Mentiram para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, legitimamente
eleita. Mentiram que o país iria melhorar se o PT saísse do
governo; que haveria mais empregos e mais desenvolvimento.
Mentiram para impor o programa derrotado nas urnas em 2014.
Mentiram para destruir o projeto de erradicação da miséria que
colocamos em curso a partir do meu governo. Mentiram para
entregar as riquezas nacionais e favorecer os detentores do poder
econômico e financeiro, numa escandalosa traição à vontade do
povo, manifestada em 2002, 2006, 2010 e 2014, de modo claro e
inequívoco
Está chegando a hora da verdade.
Quero ser presidente do Brasil novamente porque já provei que é possível construir um Brasil melhor para o
nosso povo. Provamos que o País pode crescer, em benefício de todos, quando o governo coloca os
trabalhadores e os mais pobres no centro das atenções, e não se torna escravo dos interesses dos ricos e
poderosos. E provamos que somente a inclusão de milhões de pobres pode fazer a economia crescer e se
recuperar.
Governamos para o povo e não para o mercado. É o contrário do que faz o governo dos nossos adversários, a
serviço dos financistas e das multinacionais, que suprimiu direitos históricos dos trabalhadores, reduziu o salário
real, cortou os investimentos em saúde e educação e está destruindo programas como o Bolsa Família, o Minha
Casa Minha Vida, o Pronaf, Luz Pra Todos, Prouni e Fies, entre tantas ações voltadas para a justiça social.
Sonho ser presidente do Brasil para acabar com o sofrimento de quem não tem mais dinheiro para comprar o
botijão de gás, que voltou a usar a lenha para cozinhar ou, pior ainda, usam álcool e se tornam vítimas de
graves acidentes e queimaduras. Este é um dos mais cruéis retrocessos provocados pela política de destruição
da Petrobrás e da soberania nacional, conduzida pelos entreguistas do PSDB que apoiaram o golpe de 2016.
A Petrobras não foi criada para gerar ganhos para os especuladores de Wall Street, em Nova Iorque, mas para
garantir a autossuficiência de petróleo no Brasil, a preços compatíveis com a economia popular. A Petrobras tem
de voltar a ser brasileira. Podem estar certos que nós vamos acabar com essa história de vender seus ativos.
Ela não será mais refém das multinacionais do petróleo. Voltará a exercer papel estratégico no desenvolvimento
do País, inclusive no direcionamento dos recursos do pré-sal para a educação, nosso passaporte para o futuro.
Podem estar certos também de que impediremos a privatização da
Eletrobrás, do Banco do Brasil e da Caixa, o esvaziamento do
BNDES e de todos os instrumentos de que o País dispõe para
promover o desenvolvimento e o bem-estar social.
Sonho ser o presidente de um País em que o julgador preste mais
atenção à Constituição e menos às manchetes dos jornais.
Em que o estado de direito seja a regra, sem medidas de exceção.
Sonho com um país em que a democracia prevaleça sobre o
arbítrio, o monopólio da mídia, o preconceito e a discriminação.
Sonho ser o presidente de um País em que todos tenham direitos e
ninguém tenha privilégios.
Um País em que todos possam fazer novamente três refeições por dia; em que as crianças possam frequentar a
escola, em que todos tenham direito ao trabalho com salário digno e proteção da lei. Um país em que todo
trabalhador rural volte a ter acesso à terra para produzir, com financiamento e assistência técnica.
Um país em que as pessoas voltem a ter confiança no presente e esperança no futuro. E que por isso mesmo
volte a ser respeitado internacionalmente, volte a promover a integração latino-americana e a cooperação com a
África, e que exerça uma posição soberana nos diálogos internacionais sobre o comércio e o meio ambiente,
pela paz e a amizade entre os povos.
Nós sabemos qual é o caminho para concretizar esses sonhos. Hoje ele passa pela realização de eleições livres
e democráticas, com a participação de todas as forças políticas, sem regras de exceção para impedir apenas
determinado candidato.
Só assim teremos um governo com legitimidade para enfrentar os grandes desafios, que poderá dialogar com
todos os setores da nação respaldado pelo voto popular. É a esta missão que me proponho ao aceitar a
candidatura presidencial pelo Partido dos Trabalhadores.
Já mostramos que é possível fazer um governo de pacificação nacional, em que o Brasil caminhe ao encontro
dos brasileiros, especialmente dos mais pobres e dos trabalhadores.
Fiz um governo em que os pobres foram incluídos no orçamento da União, com mais distribuição de renda e
menos fome; com mais saúde e menos mortalidade infantil; com mais respeito e afirmação dos direitos das
mulheres, dos negros e à diversidade, e com menos violência; com mais educação em todos os níveis e menos
crianças fora da escola; com mais acesso às universidades e ao ensino técnico e menos jovens excluídos do
futuro; com mais habitação popular e menos conflitos de ocupações nas cidades; com mais assentamentos e
distribuição de terras e menos conflitos de ocupações no campo; com mais respeito às populações indígenas e
quilombolas, com mais ganhos salariais e garantia dos direitos dos trabalhadores, com mais diálogo com os
sindicatos, movimentos sociais e organizações empresarias e menos conflitos sociais.
Foi um tempo de paz e prosperidade, como nunca antes tivemos na história.
Acredito, do fundo do coração, que o Brasil pode voltar a ser feliz. E pode avançar muito mais do que
conquistamos juntos, quando o governo era do povo.
Para alcançar este objetivo, temos de unir as forças democráticas de todo o Brasil, respeitando a autonomia dos
partidos e dos movimentos, mas sempre tendo como referência um projeto de País mais solidário e mais justo,
que resgate a dignidade e a esperança da nossa gente sofrida. Tenho certeza de que estaremos juntos ao final
da caminhada.
Daqui onde estou, com a solidariedade e as energias que vêm de todos os cantos do Brasil e do mundo, posso
assegurar que continuarei trabalhando para transformar nossos sonhos em realidade. E assim vou me
preparando, com fé em Deus e muita confiança, para o dia do reencontro com o querido povo brasileiro.
E esse reencontro só não ocorrerá se a vida me faltar.
Até breve, minha gente
Viva o Brasil! Viva a Democracia!
Viva o Povo Brasileiro!
Luiz Inácio Lula da Silva
Curitiba, 8 de junho de 2018