quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

LULA TENTA OCUPAR ESPAÇO NA IMPRENSA, MAS SÓ CABE NAS PÁGINAS POLICIAIS, DISPARA ONYX LORENZONI
O ex-­presidente Lula vem se queixando do tratamento que tem recebido da imprensa diante da onda devastadora de denúncias criminais que tem sido alvo nos últimos meses. Inconformado com as queixas do petista, o deputado Onyx Lorenzoni (DEMRS), disparou um petardo contra as lamúrias infundadas de Lula. “Lula e seus aduladores tentam ocupar espaço com “notícias”. Só cabe nas páginas policiais. O resto é conversa fiada”, detonou Lorenzoni em sua conta no Twitter. Relator do projeto das 10 Medidas Contra a Corrupção, o deputado não tem poupado críticas aos detratores da Operação Lava Jato.

"A MATANÇA EM MANAUS É SÓ UM TERÇO DA MÉDIA DIÁRIA BRASILEIRA", DIZ ALEXANDRE GARCIA

O jornalista Alexandre Garcia comenta o massacre ocorrido em um presídio em Manaus, lembrando que o número de mortos é um terço da média diária de homicídios no Brasil. E alerta: "Só tem um lugar em que o bandido pára de assaltar e matar: atrás das grades. Para isso, é preciso perguntar de que lado estamos. Pois o banho de sangue pode aumentar". 
Leia abaixo o texto completo: 
Multiplique por três o número de mortos no presídio de Manaus. É muito, é escandaloso? Pois 164 mortos é a média diária de homicídios no Brasil. E isso não nos escandaliza. Reagimos quando acontecem no mesmo lugar. Ou quando ocorre a invasão de uma casa em Campinas no réveillon por um tresloucado a matar todos, inclusive o próprio filho de oito anos. O banho de sangue não é apenas o do presídio manauara; é o dia-a-dia do nosso país tropical, habitado pelo brasileiro cordial de que falou Sérgio Buarque de Hollanda. 
 Foi uma guerra entre facções. O PCC, importado de São Paulo para a Amazônia e a FDN – a Família do Norte – mostrou quem manda, matando 56 integrantes do grupo inimigo. A polícia decidiu não intervir, por decisão sábia do Secretário de Segurança, um delegado federal. Se interviesse, seria responsabilizada pelas mortes, tal como no Carandiru, em 1992, em que os PMs foram condenados a mais de 600 anos de prisão. A síndrome do Carandiru poupou a polícia de mais um ônus, embora já a estejam criticando por não intervir. Paga por ir e paga por não ir. 
Aliás, é incrível essa nossa preferência por bandidos e nossa antipatia em relação à polícia. Paradoxalmente, reclamamos da falta de segurança. Parece uma posição psicótica. Ao noticiarmos a ação de bandidos, não poupamos para eles adjetivos elogiosos. “Numa ação audaz, assaltaram o carro forte”; ou: “Quadrilha especializada em explosão de caixas eletrônicos”. No país de amedrontados e amadores, audaz e especializado são elogios raros, em geral reservados para bandidos, nas nossas páginas e microfones. Em vez de quadrilha de ladrões de automóveis, a notícia sai assim: “Quadrilha especializada em roubo de automóveis.” Os bandidos agradecem e devem pôr os recortes na parede. 
O povo está acuado e amedrontado. As autoridades recomendam que não reajam. A lei desarmou as pessoas de bem, impedindo o elementar direito de defesa e dando tranquilidade ao bandido, enquanto a polícia carece de meios e de apoio dos governos e dos meios de informação. As leis, feitas por nossos representantes, mais parecem ter sido feitas por representantes de foras-da-lei. Depois do presídio de Manaus, ainda há quem sugira soltar condenados, por causa da superlotação. Pois os que estavam no semi-aberto levaram as armas que mataram.  Só tem um lugar em que o bandido pára de assaltar e matar: atrás das grades. Para isso, é preciso perguntar de que lado estamos. Pois o banho de sangue pode aumentar. 

BB AVISA JUSTIÇA QUE GOVERNO DE MG NÃO TEM RECURSOS EM CONTA JUDICIAL

O Banco do Brasil avisou a Justiça mineira que o governo do Estado de Minas Gerais não tem fundos em contas correntes para pagar valores devidos em função de decisões judiciais, segundo documento obtido pela agência Reuters nesta quarta-feira (4).

"Embora a legislação preveja que o Estado deva manter o saldo do fundo nos percentuais definidos, o fundo de reserva a que alude a legislação (...) exauriu-se, ou seja, não há mais recursos financeiros para garantir o pagamento dos valores dos resgates de depósitos judiciais relativos aos alvarás emitidos pelas varas de justiça do Estado de Minas Gerais, referentes aos depósitos judiciais repassados", diz trecho do documento, datado de 29 de dezembro.

"O banco (BB) notificou em 23 de dezembro o Estado de Minas Gerais sobre a insuficiência de saldo no fundo de reserva, solicitando sua recomposição em até 48 horas. No entanto, ainda não recebemos os aportes de valores necessários para honrar os pagamentos dos alvarás judiciais", acrescenta o BB na carta datada de 29 de dezembro.

O governador mineiro, Fernando Pimentel (PT), decretou estado de calamidade financeira no Estado no começo de dezembro, em meio à recessão no país que tem causado queda nas receitas de governos estaduais e municipais. Além de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul também já decretaram calamidade financeira.

Na prática, a medida permite que regras da Lei de Responsabilidade Fiscal, que punem gestores que ultrapassem os limites de gastos com servidores, atrasem pagamento de dívidas ou pela extinção de órgãos públicos, sejam flexibilizadas.

O governo de Minas Gerais não comentou o assunto. 

USO DE HELICÓPTERO POR PIMENTEL MOTIVA PROTESTO DE SERVIDORES EM MG

O helicóptero usado pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), para buscar o filho após uma festa de Réveillon motivou protesto do funcionalismo.
Nesta terça (3), servidores dos hospitais do Estado, em greve, exibiram cartazes com desenhos de helicópteros num ato em frente ao hospital infantil João Paulo 2º, em Belo Horizonte.
Paralisados desde o dia 22, eles protestam contra o parcelamento dos salários e o corte de alimentação a pacientes e acompanhantes.

"O governo tira o café com leite dos hospitais, mas gasta com helicóptero", diz Carlos Augusto Martins, presidente da Asthemg (Associação dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais).

"É isso que vai tirar o Estado da quebradeira que está? Duvido muito."

O governo de Minas decretou estado de calamidade financeira no início de dezembro, tem atrasado salários e parcelou o 13º dos servidores.

MUDANÇA

O governo informou que houve uma "mudança no processo de alimentação para evitar desperdício", e que, desde dezembro, fornece alimentação a acompanhantes apenas nos casos previstos em lei (ou seja, no caso de pacientes crianças, adolescentes, idosos e gestantes).

Para pacientes, as refeições foram reduzidas de cinco para quatro em alguns hospitais –mas o governo argumenta que a quinta refeição, uma ceia simples, foi incluída no jantar.

O governo do Estado afirmou, em nota, que realizou "inúmeras medidas de redução de gastos" para contornar a crise fiscal e que inclusive reduziu substancialmente os gastos com transporte aéreo em comparação com a gestão anterior.

O governador Pimentel defende que o uso do helicóptero é legal, previsto em decreto estadual, e que gastaria mais se não o usasse.

"Se eu fosse de carro, iriam duas equipes comigo antes, para verificar as condições de segurança, e ainda dormir no local. Imagina o custo que isso tem", afirmou Pimentel, em entrevista ao jornal "O Estado de Minas" publicada nesta terça.

O decreto citado pelo governador estabelece a prerrogativa do uso da aeronave "em deslocamentos de qualquer natureza".

Para ele, o fato é "uma tentativa de fazer tempestade em copo-d'água".

O vídeo que mostra o embarque do governador e do seu filho foi divulgado pelo deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), que faz oposição a Pimentel e afirmou que irá pedir ao Ministério Público que investigue o caso.

O Ministério Público de Minas Gerais informou, por meio da assessoria, que os promotores estão em recesso e que qualquer medida sobre o fato, caso seja avaliada pertinente, só será instaurada a partir do dia 9.



LIVRO DE GEOGRAFIA RECOMENDADO PELO MEC FAZ DEFESA DO BLOCO BOLIVARIANO

O livro recomendado pelo MEC para o 8º ano da coleção "Geografia Cidadã" faz uma defesa explícita da Alba — a notória Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América.
Foi, claro, um livro aprovado pelo MEC sob Dilma Rousseff, mas está valendo sob Michel Temer.

Após um texto de explicação sobre o bloco sediado em Caracas (onde mais?), o aluno deve escrever como resposta correta que a "A Alba é um bloco econômico criado na América Latina com o objetivo de reduzir a exclusão social e a pobreza por meio da cooperação entre os países-membros. Além disso, a Alba faz parte de um intenso movimento anti-imperialista que luta pela quebra da hegemonia estadunidense na América e no mundo".

A mesma edição faz também uma defesa do Mais Médicos, programa lançado no governo da "presidenta" Dilma Rousseff, como diz o texto.
Ali, os alunos lerão, por exemplo, um texto retirado do site do Ministério da Saúde. Eis um trecho:

"O governo federal garantirá mais médicos para o Brasil e mais saúde para você."

Na "proposta pedagógica", incluída na edição do professor, há a sugestão para que os alunos debatam a questão da saúde no Brasil, nos seguintes termos:

"A questão do 'Programa Mais Médicos' deve permitir aos alunos desvendar os principais problemas enfrentados pela política pública atualmente na garantia desse direito. Além disso, é necessário que eles reflitam sobre os preconceitos arraigados na sociedade e a questão ética implícita nos discursos que deslegitimam as ações do programa, e principalmente, condenam os médicos cubanos e os rotulam como 'escravos', 'malformados', 'comunistas', entre outros".


PARA O STF, FAMÍLIAS DE PRESOS MORTOS EM MANAUS TÊM DIREITO A INDENIZAÇÃO

Parentes dos 56 presos mortos na guerra entre facções no domingo, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, de Manaus, poderão obter indenizações do governo do Amazonas se entrarem com processos na Justiça. Em março de 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o poder público tem o dever de indenizar a família de detento que morrer dentro do presídio, mesmo que seja caso de suicídio. Essa decisão tem repercussão geral – ou seja, juízes de todo o país têm a obrigação de aplicar o mesmo entendimento em ações sobre o assunto. Cabe a cada juiz definir o valor da indenização devida, dependendo do caso específico.
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, disse ao GLOBO nesse segunda-feira que o Estado é responsável pela integridade do preso.

— (As mortes são) resultado da não observância da Constituição Federal, que impõe ao Estado preservar a integridade física e moral do preso. Um dia, voltará ao convívio social. Ressocializado? Não. Embrutecido. Perde, em muito, a sociedade — afirmou.

O ministro lamentou que, no Brasil, as indenizações ainda demorem muito para ser concedidas em casos de tanta gravidade:

— A responsabilidade civil no Brasil ainda engatilha. Em país desenvolvido, seria consequência automática. Onde vamos parar? Nas penitenciárias, vinga a lei do mais forte. Que tristeza. E o pior: a sociedade quer vísceras. Não se avança culturalmente assim.

No julgamento de março, os ministros do tribunal ponderaram que o estado poderá tentar comprovar que a morte não poderia ser evitada pelo estabelecimento prisional. Nesses casos, a indenização não seria paga. Na ocasião, os ministros foram unânimes ao declarar que o poder público deve zelar pelos presos que estão sob sua custódia.

O caso julgado no plenário do tribunal foi um recurso do governo do Rio Grande do Sul contra decisão do Tribunal de Justiça gaúcho, que reconheceu a responsabilidade civil do estado pela morte de um preso que estava dentro do estabelecimento penitenciário. O homem foi preso no dia 14 de dezembro de 1998 por roubo. Dez dias depois, apareceu na cela morto por enforcamento. O laudo pericial não foi conclusivo sobre a causa da morte, se por suicídio ou por homicídio. A viúva e o filho, menor de idade, entraram com pedido de indenização logo depois.

A defesa incluiu no processo o depoimento de uma visitante. Segundo ela, o preso reclamava de torturas frequentes de outros detentos. Ele teria pedido ajuda a carcereiros, mas nenhuma providência teria sido tomada. O relator do processo, ministro Luiz Fux, disse que mortes em presídios são de responsabilidade do estado, mesmo quando a violência é cometida por outros presos.
STF E A SITUAÇÃO DOS PRESÍDIOS

O STF tratou da situação calamitosa dos presídios brasileiros em vários julgamentos recentes. Em setembro de 2015, o tribunal determinou que a União liberasse imediatamente todo o saldo acumulado do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para ser gasto com o sistema prisional e proibiu novos contingenciamentos do dinheiro no futuro. A decisão foi tomada por unanimidade, no julgamento de uma ação proposta pelo PSOL. Os ministros da corte declararam a inconstitucionalidade da situação do sistema penitenciário brasileiro, por violar massivamente os direitos fundamentais dos detentos.

O tribunal concordou com o argumento do partido de que o poder público tem sido omisso em relação aos presídios – por isso, o Judiciário teria o dever de intervir para tentar resolver o problema. Na mesma decisão, o STF também deu prazo de 90 dias para que os tribunais realizassem audiências de custódia em todo o país, viabilizando o comparecimento do preso diante de um juiz em até 24 horas depois da prisão. A medida evita que as prisões de pessoas ainda não condenadas, quando desnecessárias, se prolonguem por prazo indeterminado.

Marco Aurélio foi o relator do processo e declarou, no julgamento, que os presídios brasileiros eram desumanos.

— Deve ser reconhecida inequívoca falência do sistema prisional brasileiro. No sistema prisional brasileiro, ocorre violação generalizada de direitos fundamentais dos presos no tocante à dignidade, à higidez física e à integridade psíquica. A superlotação carcerária e a precariedade das instalações das delegacias e presídios configuram tratamento degradante, ultrajante e indigno a pessoas que se encontram sob a custódia do Estado. As penas privativas de liberdade aplicadas em nossos presídios convertem-se em penas cruéis e desumanas — disse Marco Aurélio.

Edson Fachin foi um dos que concordaram com a intervenção do Judiciário.

— Quando o direito das minorias é sistematicamente violado, o Judiciário deve agir. As providências administrativas não se mostram adequadas para a proteção dos direitos dos presos — afirmou Fachin.

Em agosto de 215, o STF deu a juízes de todo o país o poder de determinar que a administração pública realizasse reformas em presídios, para garantir a integridade física e moral dos detentos. No julgamento, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apoiou a medida.

— Pessoas condenadas à pena privativa de liberdade não estão compelidas, no Estado Democrático de Direito, a perder nem a dignidade, nem a vida. Nesses casos, é imperiosa sim a intervenção do Poder Judiciário, para garantir direitos fundamentais explícitos na Constituição Federal, respeitados e garantidos os direitos fundamentais dos cidadãos presos — declarou Janot no plenário do STF.

A decisão mais recente sobre presídios foi tomada pelo STF em maio de 2016. De acordo com o tribunal, se não houver vaga suficiente no presídio, o condenado poderá cumprir pena em casa, com monitoramento eletrônico.

— O sistema penitenciário brasileiro representa a expressão mais visível e ultrajante de crônico vilipêndio e de frontal e imoral desrespeitos a direitos fundamentais das pessoas sob a custodia do estado, com crônico e permanente descumprimento dos deveres que são impostos ao poder público. E é nessa inercia do aparelho de estado que se configura um hiato de legalidade que permite qualificar o próprio estado como marginal no ordenamento jurídico, agente transgressor a legalidade — declarou Celso de Mello no julgamento.

Desde que tomou posse na presidência do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra Cármen Lúcia tem dado prioridade aos presídios – em especial, às condições dadas às detentas grávidas. Ela fez visitas a vários presídios desde que está no cargo. Ontem, procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a ministra não se manifestou sobre o motim de Manaus, nem informou se pretende visitar o local.


EM MEIO A SUPERLOTAÇÕES, GOVERNO DILMA REDUZIU EM 85% AS VERBAS PARA PRESÍDIOS

O governo Dilma reduziu em dois anos 85% dos repasses aos Estados para a construção de novas penitenciárias e diminuiu também os recursos para reestruturar e modernizar as já existentes.

O sistema penitenciário do país acumula um deficit de 250 mil vagas, pelo último balanço federal, e teve sua fragilidade exposta com a morte de 56 detentos num presídio superlotado em Manaus entre domingo (1º) e segunda (2). Atribuída a uma guerra entre facções criminosas, a matança foi a maior em presídios depois do Carandiru, em 1992.

O Funpen (Fundo Penitenciário Nacional), vinculado ao Ministério da Justiça, repassou R$ 111,5 milhões em 2014 ao programa "Apoio à Construção de Estabelecimentos Penais", utilizado para construção e ampliação de presídios estaduais, segundo dados do Orçamento federal.
No ano seguinte, a verba caiu para R$ 12,6 milhões e, em 2016, ficou em R$ 17 milhões. Só uma penitenciária para 847 detentos inaugurada há seis meses no interior paulista custou ao Estado R$ 36 milhões.

Pelos dados do Infopen, sistema que registra a quantidade de presos, havia 622 mil presos no Brasil no final de 2014, mas 372 mil vagas.

No Amazonas, a taxa de ocupação era de 259%, ou seja, uma vez e meia acima da capacidade. O complexo Anísio Jobim, alvo da matança nesta semana, tinha 1.224 homens, contra 454 vagas.

O Funpen recebe recursos de várias áreas, como custas judiciais e loterias. Além de construção e reforma de presídios, paga treinamento de pessoal nos Estados e custeia parte dos investimentos e despesas dos presídios federais.
Do dinheiro pago em 2016 para construção de presídios, só seis Estados receberam recursos: Ceará, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraíba e Paraná. O Ceará recebeu a maior quantidade: R$ 7 milhões. O Amazonas não recebeu repasses.

Nos anos de 2012 e 2013, a despesa total nessa rubrica foi de R$ 48 milhões, ainda assim 60% acima dos R$ 29,7 milhões de 2015 e 2016.

O Ministério da Justiça não se manifestou sobre a redução desde 2014. Afirmou, porém, que se comprometeu a usar em 2017 até R$ 156 milhões do Orçamento do ano passado com empenho da verba.

A pasta promete ainda destinar mais R$ 799 milhões para a construção de uma penitenciária por Estado.

Embora em menor dimensão, os repasses para "Reestruturação e Modernização" de presídios também caíram. Em 2014, foram R$ 40 milhões, valor que caiu para R$ 7,6 milhões em 2015 e alcançou R$ 33 milhões em 2016.

O dinheiro total distribuído pelo Funpen (que inclui verbas para treinamento e pesquisa) no ano passado cresceu em relação a 2014. Mas isso se deve a pagamento de atrasados enviados aos governos de SP, DF e MS para capacitação de servidores.

Nos últimos dias do ano, uma medida provisória editada pelo governo Temer permitiu um repasse de R$ 1,2 bilhão do Funpen a governos estaduais. Esses valores só poderão fazer diferença em 2017.




CORTE DE CARGOS ANUNCIADO POR GRECA PODE GERAR ECONOMIA DE R$ 90 MILHÕES POR ANO

O corte de 40% dos cargos de confiança anunciado pelo prefeito Rafael Greca em seu discurso de posse no domingo (1º) pode gerar uma economia de cerca de R$ 90 milhões por ano. De acordo com o prefeito, a redução será feita nos cargos em comissão, que não exigem concurso público, e também nas funções gratificadas, que são postos de confiança ocupados por servidores efetivos da prefeitura.

Segundo informações da prefeitura de Curitiba, o Executivo Municipal tem 607 cargos em comissão, que têm uma despesa projetada anual de R$ 90 milhões, e cerca de 4.200 funções gratificadas, que custam R$ 137 milhões por ano. A prefeitura tem, no total, cerca de 46 mil servidores.

Apesar da projeção de economia, a nova gestão ainda não tem um cronograma para a redução dos cargos.

“A Prefeitura de Curitiba está criando uma comissão para fazer o levantamento detalhado sobre as finanças do município. A intenção é divulgar os números em um prazo entre 10 e 15 dias. A partir desses dados será possível precisar exatamente quais serão as áreas que terão cargos comissionados extintos bem como que funções gratificadas cortadas”, disse, por meio de nota, o Executivo Municipal.

Comissionados

Um levantamento feito pela Gazeta do Povo em outubro mostrou que a gestão de Gustavo Fruet (PDT), apesar de não ter implementado um corte no número de servidores comissionados, não vinha ocupando todos os cargos disponíveis. No mês analisado, 29% dos estavam vagos e não geravam despesas ao Executivo.

A maior parte dos cargos em comissão é destinada às funções de gestor público e agente público. Entre as atribuições desses cargos estão a pesquisa, avaliação e levantamento de informações técnico-administrativas; a elaboração de pareceres e estudos técnicos e o acompanhamento dos resultados dos programas municipais.

Além desses cargos, existe a previsão de nomeação de 75 diretores de departamentos e diretorias ligadas às secretarias municipais; 34 chefes de gabinete de agentes políticos e 26 superintendentes de secretarias.


Lula preso ou Lula solto ?

Lula será preso em 2017?

A coluna de Lauro Jardim, em O Globo, informa que o site canadense Bumbet aceita apostas sobre a prisão de Lula.
A maior probabilidade, neste momento, é que ele não seja preso em 2017.
O Antagonista joga todas as suas fichas na aposta contrária: "Vamos quebrar a banca."

"CITEI TODOS ELES E TODOS ELES ESTÃO AÍ", DIZ DELATOR DOS ANOS 90

O economista José Carlos Alves dos Santos foi protagonista do maior  escândalo de corrupção no Congresso na década de 90. Em 1993, ele revelou que as grandes empreiteiras mantinham uma sociedade criminosa com deputados e senadores. No Congresso, uma CPI foi instalada para apurar o caso. Alves dos Santos confirmou as acusações e apontou Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão como integrantes do grupo que agia à margem das instituições, manipulando e desviando dinheiro público — algo, se não idêntico, muito semelhante ao que seria descoberto pela Operação Lava Jato 21 anos depois.

O responsável por revelar ao país o esquema de corrupção conhecido como Anões do Orçamento contou à revista Veja que os escândalos da década de 90 e o atual são realmente muito parecidos. Leia:

O senhor denunciou o esquema dos Anões do Orçamento. O que mudou passadas mais de duas décadas? 
Os lobistas e as empreiteiras estão aí. Eu citei todos eles, e todos eles continuam aí até hoje do mesmo jeito. Evidentemente tudo se aperfeiçoa, mas, em princípio, o esquema da La­va-Jato é basicamente igual: uma empreiteira dá dinheiro ao parlamentar. O parlamentar, então, vota a emenda, depois vai lutar pela liberação dos recursos junto ao ministério e ganha mais uma comissão.

Por que as denúncias daquela época ficaram por isso mesmo? 
A sociedade nunca tomou nenhuma atitude em relação à corrupção. O que está havendo agora é que o pessoal de Curitiba e o juiz Sergio Moro estão começando a agir. O próprio STF não agia contra a corrupção. Quantas denúncias foram apresentadas no escândalo dos Anões do Orçamento? Quantos foram processados? Cinco ou seis perderam o mandato por decisão do Congresso, que precisava entregar a cabeça de alguém para poder acalmar a sociedade. Há, inclusive, gente que foi denunciada por mim, que estava envolvida já naquela época e que agora aparece neste novo escândalo da Lava-Jato.

Quem? 
Não vou falar porque não quero botar lenha na fogueira, mas são pessoas deste governo e do governo anterior. Na época, eu falei de cerca de quarenta parlamentares. Alguns estão aí até hoje e em altos cargos da República. Tudo o que fiz, passei e sofri não serviu para nada. Não é muito estimulante, principalmente quando a gente vê os políticos que estão por aí controlando este país.

O senhor diria que ainda é um arquivo vivo? 
Já me pediram muito que escrevesse um livro. Recebi propostas também para filmes, mas não quero trazer mais polêmicas. Tenho anotações de quando fui preso pela primeira vez. Deixei algumas coisas anotadas porque tinha medo de que me matassem. São denúncias, dossiês de políticos do Congresso. Estão guardados com algumas pessoas — mas não vou dizer quem são. Isso foi o meu seguro, mas como o seguro morreu de velho…

Depois dos Anões do Orçamento, o país conheceu o mensalão e o petrolão, mas o Congresso parece inerte diante de denúncias. O Congresso é uma escola de corrupção? 
Com certeza é. Um deputado neófito, de primeiro mandato, do interior e que não sabe de nada, começa a ver um colega fazendo aquilo. Não acontece nada com o corrupto, e o novato aprende. Muita gente se corrompe por viver naquele ambiente. Eu digo inclusive por mim. Eu via isso dentro do Congresso e aprendi lá. Era como mariposa em torno da luz. Você está naquele ambiente e acaba convivendo com tudo. Como não há demissões, prisões nem condenações, as pessoas vão pensando que podem ir cada vez mais longe e que não vai acontecer nada com elas.

O senhor se considera o primeiro grande delator do país? 
Não. Na época foi um negócio espontâneo meu. Hoje a pessoa delata para poder levar vantagem. É combinado com advogado, todo o negócio é armado para diminuir uma pena. Na minha época não tinha nada disso. Mas considero que a delação é válida. É uma maneira de investigar: sacrifica-se a pena de um para poder pegar o resto e desmontar um esquema.

O senhor denunciou corruptos mas também admitiu ser um deles. Que fim levou a propina que recebeu de deputados? 
Eu tinha 1 milhão de dólares em casa e entreguei aos policiais.

Além de integrar o esquema de corrupção, o senhor ficou marcado também pela acusação de ter mandado matar sua mulher. 
Eu não matei a minha mulher. Fui para o júri achando que ia sair livre. Quando acabei condenado, fiquei arrasado, mas depois me levantei de novo. Não tinha nenhuma prova material contra mim, só os depoimentos dos dois homens que a mataram. Esses depoimentos estavam cheios de contradições. Hoje vou levando a minha vidinha. Nunca mais soube (dos assassinos). Hoje eu não tenho raiva de ninguém. Raiva não adianta nada, ódio não adianta nada.

O que o levou a virar evangélico e a pregar em cultos ao redor de Brasília? 
Eu me converti quando estava preso. Estava desesperado. O ambiente psicológico era pesado, tinha perdido a minha mulher e estava sem entender nada. Eu recebia Bíblias, livros de espiritismo e budismo e lia tudo o que me caía nas mãos. Antes, até ridicularizava quem andava com a Bíblia, mas, quando caí na necessidade e na angústia, vi que tudo isso ajuda muito. Quando estava preso e fui julgado, tive uma crise forte e pensei: “Eu me converti, eu estou bem, li a Bíblia, sou outro cara, mudei. Então não vou ser condenado”. Quando veio a condenação, foi uma paulada: “Meu Deus, por que isso?”.

Condenado por corrupção, o senhor dividiu uma ala da prisão com presos como Henrique Pizzolato e o ex-senador Luiz Estevão. Como era a rotina?
Normalmente as pessoas, quando vão presas, ficam muito angustiadas. O início é muito duro, mas a gente procura dar força, conversar, mostrar que é um período da vida. Montamos uma igreja lá dentro. Tinha um pastor, e fazíamos um culto. Fui para a ala da cadeia onde estavam os mensaleiros, o ex-senador Luiz Estevão e presos mais vulneráveis e que não tinham crime de sangue — boa parte era crime sexual —, e a gente sempre dava muita força a eles. Na camaradagem a conversa era sobre futebol. Eram todos gente boa, entre aspas. São todos seres humanos, como eu também. Era cada um cumprindo a sua pena, tendo as suas angústias. Não se pode fazer nada. O ser humano se adapta.

O senhor denunciaria tudo de novo? 
O “se” é muito difícil. Se eu fizesse isso, se eu fizesse aquilo… Não sei se faria diferente. As pessoas se afastaram. Ninguém queria ser visto comigo. Nunca mais fui ao Congresso, mas não me interessa. Consegui restabelecer minha vida e acho que estou vivendo bem.

Como o senhor gostaria de ser lembrado? 
Preferia que me esquecessem. Para que lembrar disso tudo depois de 25 anos? Não quero aparecer mais. O que vou ganhar com isso? Todo mundo morre um dia. Eu já estou no lucro, com 75 anos. O que não quero é sofrer, morrer sofrendo, ficar na cama entrevado. Deixa eu levar minha vida tranquilo. Quero ficar quieto.

TRUMP: "QUEM ASSASSINAR POLICIAL RECEBERÁ PENA DE MORTE"

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que vai lutar pela tolerância zero em relação à violência no país. E vai começar dando total apoio à polícia.

“Um ataque contra as forças policiais é um ataque contra nosso país e contra nossas famílias. Nós devemos permanecer solidários às forças policiais lembrando-nos que ela é a fronteira que separa a civilização do caos total. (…) Qualquer um que assassinar um policial será submetido à pena de morte”, disse.
Trump ainda ressaltou a importância de se resgatar o respeito pela autoridade policial.

“Temos que respeitar nossa fantástica polícia.  Nós não somos gratos à nossa polícia como deveríamos. Nós não damos a eles o respeito que merecem. É claro que há maçãs podres e coisas ruins acontecem, mas isso é divulgado pela imprensa por duas semanas e todos passam a odiar os policiais. O fato é que eles fazem um trabalho incrível e nós devemos dar a eles mais autoridade e respeito.”

Suas declarações foram dadas no final de 2016. Agora, para integrar sua equipe, o presidente norte-americano conta com o experiente Rudy Giuliani, 72 anos, ex-prefeito de Nova York (1994-2001) que manifestou seu apoio incondicional a Trump durante a campanha, inclusive nos piores momentos. Ex-promotor contra a máfia e reconhecido por reduzir a quase zero a criminalidade em Nova York, ele é cotado para secretário da Justiça.

RENAN JÁ É TRATADO COMO EX-PRESIDENTE DO SENADO

Fim de gestão dá ao político a sensação do poder escapando-lhe por entre os dedos, do tradicional cafezinho servido frio aos telefonemas não atendidos e pedidos ignorados. É o caso de Renan Calheiros, cujo mandato na presidência do Senado se encerra em 1º de fevereiro, mas já acabou na prática, com a Casa de recesso. Ele tem passado por tudo isso. E nem conseguiu promover um diplomata que o assessora.
Presidente do Senado nem precisa pedir: o diplomata que o assessora é sempre promovido na carreira. Renan pediu, mas não foi atendido.

O chanceler José Serra alegou “outros compromissos” e ignorou Renan, mas atendeu pedidos de Rodrigo Maia, presidente da Câmara.

Das cinco vagas para embaixador, duas atenderam perseguidos na era PT, uma para o porta-voz de Temer, outra para um protegido de Maia.