segunda-feira, 5 de junho de 2017

“Não há saída mais honrada do que aprofundar a Lava Jato”, diz Moro

O juiz Sergio Moro declarou que “não há saída mais honrada do que seguir adiante e aprofundar a investigação Lava Jato”, segundo depoimento dado em uma entrevista divulgada no sábado (03/06) pelo jornal português “Expresso”.
Ele também declarou que  “Apesar da turbulência, o que existe é um processo de maturidade institucional. As instituições brasileiras são sólidas e não há risco de um retrocesso democrático”, afirmou Moro.
O juiz, que visitou Portugal para participar das Conferências do Estoril, destacou que a sociedade brasileira “anseia que seus governantes sejam cada vez mais íntegros”, mas reconheceu que “há muita ansiedade” porque a operação Lava Jato “trouxe turbulência política”.
“Nada que não seja resolvido através das instituições”, disse.
“A questão política está se resolvendo. O objetivo não é eliminar a corrupção, um comportamento desviado que sempre haverá, o importante é reduzi-la, e sobretudo eliminar a corrupção sistemática como prática habitual dos negócios públicos”.
O juiz destacou o papel da opinião pública, um “importante” apoio que “funciona como um escudo contra a obstrução à justiça em processos que envolvem pessoas poderosas”.
Neste sentido, defendeu a autorização que deu para divulgar as escutas feitas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diálogos que para ele “não eram privados, senão de interesse público”.
“Em casos que envolvem crimes contra a administração pública, entendo – e não sou o único – que é exigida a liberdade de informação e que se dê a estes processos grandes visibilidade e publicidade, para que as pessoas possam avaliar não só o que fazem seus governantes, mas o que faz a justiça”

Em casos que envolvem crimes contra a administração pública, entendo – e não sou o único – que é exigida a liberdade de informação e que se dê a estes processos grandes visibilidade e publicidade, para que as pessoas possam avaliar não só o que fazem seus governantes, mas o que faz a justiça”.