sábado, 4 de agosto de 2018

Atualmente, nenhum presidenciável precisa tirar votos de adversários para vencer as eleições de outubro


A disputa pelo Palácio do Planalto tem ainda uma avenida larga a ser percorrida pelos presidenciáveis até as eleições de outubro. O número de eleitores indecisos, que não declararam preferência por nenhum dos atuais candidatos é maior que a soma daqueles que já definiram parcialmente seus votos. Neste cenário, nenhum candidato precisa tentar reverter votos de adversários. esta parte do eleitorado que ainda não se sente estimulada a declarar voto em nenhuma das opções deve ser cativada mais pelas propostas dos candidatos do que pelas pesquisas eleitorais.

Segundo pesquisa recente, 62% dos entrevistados preferem se orientar por meio da TV e apenas 10% costuma seguir as orientações de parentes, amigos e colegas de trabalho. Isto significa tanto os debates e sabatinas na TV e o horário da propaganda eleitoral gratuita não devem ser subestimados pelos candidatos. As propostas de governo serão importantes, assim como a mudança nos discursos já desgastados à esta altura da disputa. A maioria dos candidatos não conseguiu avançar na preferência do eleitorado justamente pela repetitividade de suas propostas e a ausência de inovações, apresentação de soluções viáveis para os problemas do país e a falta de exposição na TV aberta.

Esta deve ser a principal alternativa para a maioria dos indecisos, formada por grupos de menor faixa de renda e com menos anos de educação formal. Apesar dos baixos graus de instrução e renda, esta parcela da população apresenta alto grau de conformidade com as evoluções dos processos civilizatórios no sentido da ampliação da tolerância entre os diversos segmentos da sociedade. Obviamente, a necessidade de reconhecer os inconvenientes da intolerância advém do fato de sentirem na pele com maior frequência os dissabores do preconceito e da discriminação. Embora ainda funcione, a receita de jogar brasileiros contra brasileiros, ricos contra pobres, etc, perde cada vez mais espaço entre os eleitores de todas as classes sociais.

Além destes fatos, a tendência é a de que boa parte dos eleitores indecisos, receosos com a situação da economia e com os rumos que o país pode seguir em 2019, reconheça a necessidade de enfrentar a realidade política e acabe optando por um candidato com a proximidade da votação. Embora o time de candidatos esteja longe do ideal, as opções não são de todas más. O fato que é não há outro caminho para recolocar o Brasil no eixo da normalidade democrática, a não ser através do voto.

O país vem sendo dividido por políticos há décadas, que recorrem aos tradicionais discursos de ódio para tentar angariar a simpatia de parte do eleitorado, apenas o suficiente que lhes garanta a possibilidade de assegurarem seus mandatos. Neste sentido, mesmo os candidatos que se notabilizaram através do radicalismo tendem a apaziguar seus discursos, visando ampliar suas margens de preferência. Ainda mais após terem tomado ciência de pesquisas que mostraram que mais da metade dos eleitores que declararam votos em um candidato declararam que podem mudar de opção nos próximos meses.

No campo das disputas, é provável que o indicado pelo ex-presidente Lula para concorrer na eleição presidencial em seu lugar consiga apresentar um bom desempenho nos próximos meses. Qualquer candidato que conseguir um bom desempenho no estado de São Paulo também deve se sobressair na disputa. Caso algum nome alcança a preferência de 25% ou 30% do eleitorado no maior colégio eleitoral do país, estará praticamente garantido no segundo turno das eleições presidenciais de outubro. 

Com Imprensa Viva Conteúdo