A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que se tornou ré no Supremo Tribunal Federal,
acusada de receber propina milionária do esquema de corrupção da Petrobrás, atacou
o juiz federal Sérgio Moro mais uma vez esta semana.
Há poucos dias, a 2ª Turma de ministros do Supremo Tribunal Federal acolheu, por
unanimidade, denúncia criminal contra a senadora
petista e seu marido, ex-ministro Paulo Bernardo (PT-PR), que também é acusado de
desviar mais de R$ 100 milhões de aposentados durante o tempo em que era ministro
do Planejamento do governo Dilma.
Em seu Twitter, Gleisi criticou a popularidade do juiz Sérgio Moro, que se notabilizou
a partir da Operação Lava Jato e se tornou um símbolo nacional do combate à
corrupção. Segundo a senadora petista que deve ter seu caso remetido para a 13ª Vara
Federal do Paraná logo que perder o foro privilegiado ao final de seu mandato em janeiro de 2019, "Faltam a Sérgio Moro os predicados básicos pra um julgador:
discrição, distanciamento, serenidade e seriedade". A petista ainda alega que o
magistrado está na função errada.
Lamentavelmente, a petista omite a origem de toda notoriedade do juiz que deverá
julgar seu processo em breve. A sociedade brasileira chegou ao limite da paciência
com a corrupção justamente durante os governos do PT de Lula e Dilma. Qualquer
juiz que se dispusesse a combater a corrupção endêmica que havia se instalado no país
durante a era PT contaria com o apoio popular maciço para prosseguir no combate à
corrupção e ao crime organizado na política. Foi justamente seu partido o responsável
pela convergência de fatores que propiciaram a ascensão do Moro à condição de
símbolo mundial do combate à corrupção.
Opostamente à imagem que Gleisi e o PT
tentam atribuir ao juiz Moro, o magistrado é
um homem extremamente discreto, reservado e
não faz uso político de seu cargo, apesar da
inevitável notoriedade. Ao contrário de
procuradores como Deltan Dallagnol, Carlos
Fernando dos Santos Lima e Rodrigo Janot,
que tentaram pegar carona na credibilidade de
Sérgio Moro para se promoverem, o juiz
responsável pela Lava Jato atende a menos de
1% das solicitações de entrevistas, homenagens e participação em eventos a que
costuma ser convidado. Para não ser visto como arrogante, Moro costuma atender
apenas aos convites mais relevantes, até mesmo por uma questão de educação.
Certamente, Gleisi Hoffmann está inconformada com o fato de que não conseguirá se
reeleger em seu estado e provavelmente não conseguirá nem uma vaga na Câmara dos
Deputados. Quando afirma que o magistrado "está na função errada", Gleisi deixa
escapar uma certa inveja da popularidade de Moro e imagina como seria bom contar
com tanta aprovação do povo na eleição de 2018.