domingo, 24 de dezembro de 2017

Certa de que não vai se reeleger, Gleisi Homann se queixa da popularidade de Moro: "Está na função errada"

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que se tornou ré no Supremo Tribunal Federal, acusada de receber propina milionária do esquema de corrupção da Petrobrás, atacou o juiz federal Sérgio Moro mais uma vez esta semana.

Há poucos dias, a 2ª Turma de ministros do Supremo Tribunal Federal acolheu, por unanimidade, denúncia criminal contra a senadora petista e seu marido, ex-ministro Paulo Bernardo (PT-PR), que também é acusado de desviar mais de R$ 100 milhões de aposentados durante o tempo em que era ministro do Planejamento do governo Dilma.

Em seu Twitter, Gleisi criticou a popularidade do juiz Sérgio Moro, que se notabilizou a partir da Operação Lava Jato e se tornou um símbolo nacional do combate à corrupção. Segundo a senadora petista que deve ter seu caso remetido para a 13ª Vara Federal do Paraná logo que perder o foro privilegiado ao final de seu mandato em janeiro de 2019, "Faltam a Sérgio Moro os predicados básicos pra um julgador: discrição, distanciamento, serenidade e seriedade". A petista ainda alega que o magistrado está na função errada.

Lamentavelmente, a petista omite a origem de toda notoriedade do juiz que deverá julgar seu processo em breve. A sociedade brasileira chegou ao limite da paciência com a corrupção justamente durante os governos do PT de Lula e Dilma. Qualquer juiz que se dispusesse a combater a corrupção endêmica que havia se instalado no país durante a era PT contaria com o apoio popular maciço para prosseguir no combate à corrupção e ao crime organizado na política. Foi justamente seu partido o responsável pela convergência de fatores que propiciaram a ascensão do Moro à condição de símbolo mundial do combate à corrupção.

Opostamente à imagem que Gleisi e o PT tentam atribuir ao juiz Moro, o magistrado é um homem extremamente discreto, reservado e não faz uso político de seu cargo, apesar da inevitável notoriedade. Ao contrário de procuradores como Deltan Dallagnol, Carlos Fernando dos Santos Lima e Rodrigo Janot, que tentaram pegar carona na credibilidade de Sérgio Moro para se promoverem, o juiz responsável pela Lava Jato atende a menos de 1% das solicitações de entrevistas, homenagens e participação em eventos a que costuma ser convidado. Para não ser visto como arrogante, Moro costuma atender apenas aos convites mais relevantes, até mesmo por uma questão de educação.

Certamente, Gleisi Hoffmann está inconformada com o fato de que não conseguirá se reeleger em seu estado e provavelmente não conseguirá nem uma vaga na Câmara dos Deputados. Quando afirma que o magistrado "está na função errada", Gleisi deixa escapar uma certa inveja da popularidade de Moro e imagina como seria bom contar com tanta aprovação do povo na eleição de 2018.