segunda-feira, 24 de julho de 2017

Juízes dizem em defesa de Moro: “Causa indignação a utilização da imunidade parlamentar para desferir ofensas”

Nesta segunda-feira (24), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulgou nota  em que manifesta apoio ao juiz Sérgio Moro e repudia as críticas feitas à condenação do ex-presidente Lula da Silva a 9 anos e 6 meses de cadeia por corrupção passiva.
Essa condenação de Lula gerou reação por parte dos aliados do ex-presidente. Um deles, a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, subiu na tribuna do Senado e chamou os processos da Lava Jato de “safadeza”.  Em outro discurso em frente ao Diretório Nacional da sigla, em São Paulo, a dirigente petista disse que o magistrado foi “covarde”.
No texto da nota divulgada hoje, a Ajufe diz que Moro tem sofrido ataques a honra pessoal “por estar cumprindo seu dever”.
Associação dos Juízes Federais do Brasil, entidade de classe de âmbito nacional da magistratura federal, tendo em vista os ataques sofridos nos últimos dias pelo juiz federal Sérgio Moro em decorrência de ter prolatado sentença penal condenatória do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, vem manifestar seu veemente repúdio contra as atitudes ofensivas à honra pessoal do magistrado por estar cumprindo o seu dever, que é conduzir os processos judiciais e julgá-los.
Causa indignação a utilização da imunidade parlamentar para desferir ofensas a quem está cumprindo a sua função constitucional de aplicar a lei ao caso concreto. O inconformismo contra o mérito das decisões judiciais deve se dar com os recursos judiciais postos à disposição das partes e não por meio de agressões verbais, seja na tribuna das Casas Legislativas ou por meio da imprensa.
A apuração cabal de todos os crimes de corrupção é anseio da sociedade brasileira e o Judiciário é o Poder encarregado pela Constituição para o julgamento dos casos, por isso as tentativas de enfraquecê-lo e intimidá-lo visam à impunidade das infrações penais que tanto afligem o Brasil.
A AJUFE continuará firme na defesa da apuração dos fatos apontados como criminosos, com a consequente punição de todos os que se locupletaram com a prática ilícita, não havendo nenhuma possibilidade de cerceamento da independência judicial para o julgamento dos processos.