DILMA FRACASSA EM MANOBRA PARA CONSEGUIR CARGO PARA ALIADO.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS VETA BOQUINHA PARA EX-ASSESSOR DA PETISTA
O ex-assessor da ex-presidente Dilma Rousseff, Giles Azevedo, não conseguiu se dar
bem com a boquinha providencial descolada por um velho parceiro da petista,
Fernando Pimentel (PT), e atual governador de Minas Gerais. A trama para conseguir
um cargo para Azevedo envolveu uma jogada entre duas distribuidoras de energia.
Como controladora da Light, a Cemig mineira, que é controlada por Pimentel, indicou
Giles Azevedo para um cargo no conselho de administração da carioca Light. O
problema é que a nova Lei das Estatais, sancionada pelo presidente Michel Temer em
junho veda a indicação de pessoas que participaram de campanha eleitoral nos
últimos 36 meses.
Com base na nova lei, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) vetou, em decisão
inédita, a indicação de Azevedo para o o cargo na distribuidora de energia de parte do
Estado do Rio. Cemig, distribuidora estatal de Minas Gerais, que é a maior acionista individual da Light, com 26,06% de participação no capital da companhia.
Apesar de a Light ser privada, a diretoria da CVM entendeu que a Cemig teria que
seguir a Lei das Estatais nas indicações que faz em empresas de que participa.
Ao dar seu voto, o presidente da CVM, Leonardo Pereiro, citou "a inegável e
determinante influência da Cemig, responsável pela indicação do sr. Giles, nos
negócios da Light".
A lei estabeleceu regras mais rígidas para indicações de executivos para dirigir ou
fazer parte do conselho de administração das estatais, além de padronizar questões
como governança.
O objetivo é "despolitizar" o comando das empresas, segundo disse Temer ao
determinar a suspensão das indicações até a aprovação da lei.
A indicação de Azevedo foi questionada na CVM pelos investidores Tempo Capital
Principal Fundo de Investimentos em Ações e Victor Adler, informou a autarquia.
Fracassou a manobra de Dilma, de seu ex-assessor e de seu coleguinha dos tempos de
guerrilheira, Fernando Pimentel.
O ex-assessor de Dilma foi citado na Lava Jato na delação da dona da agência de
publicidade Pepper, que tem como sócia a esposa de Fernando Pimentel. Danielle
Fonteles diz que foi orientada por Giles Azevedo, o mais próximo auxiliar de Dilma, a
montar a estrutura financeira irrigada com recursos ilícitos para abastecer as
campanhas de 2010 e 2014.
A empresa que Pimentel e sua esposa Carolina Oliveira se portavam como sócios
informais, acabou se transformando numa lavanderia de dinheiro adquirido por meio
de contratos forjados com empreiteiras enroladas no petrolão e agências de
comunicação e publicidade com contratos no governo.
Pimentel enfrenta um processo no Superior Tribunal de Justiça, onde corre o processo
da Operação Acrônimo.