quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

ODEBRECHT E BRASKEM ADMITEM US$1 BILHÃO EM PROPINA EM 12 PAÍSES

DEPARTAMENTO DE JUSTIÇA DOS EUA VÊ 'MAIOR CASO DE SUBORNO DA HISTÓRIA'.
Ao anunciar a assinatura dos acordos de leniência da Odebrecht e da Braskem nos Estados Unidos nesta quarta-feira (21), o Departamento de Justiça americano afirmou que as empresas brasileiras concordaram em pagar US$ 3,5 bilhões para “resolver o maior caso de suborno internacional da história”.Assinados no âmbito da Operação Lava Jato, os acordos suspendem ações judiciais contra as duas empresas nos EUA, após ambas terem admitido culpa nos casos de corrupção envolvendo a Petrobras.Para explicar o caso para o público americano, o Departamento de Justiça citou o departamento de propina da Odebrecht, o Setor de Operações Estruturadas, que “sistematicamente pagou centenas de milhões de dólares para funcionários corruptos de governos em países de três continentes”. O anúncio também afirma que, numa tentativa de esconder seus crimes, os acusados usaram o sistema financeiro global – incluindo o sistema bancário nos Estados Unidos – para disfarçar a fonte e o desembolso dos pagamentos do suborno. 
O acerto com os EUA está relacionado à assinatura de três acordos, nos quais as duas empresas se comprometeram a pagar cerca de R$ 6,9 bilhões a Brasil, Estados Unidos e Suíça. Com este último, a Odebrecht e Braskem também assinaram o acordo de leniência nesta quarta (21).Dos cerca de R$ 6,9 bilhões a serem pagos como multa por envolvimento no esquema de corrupção, o Brasil ficará com R$ 2,3 bilhões da Braskem e R$ 3 bilhões da Odebrecht, ou seja, R$ 5,3 bilhões. O restante, R$ 1,6 bilhão, ficará com os EUA e a Suíça.  Em anúncio realizado pela Suíça quase simultaneamente, a Procuradoria Geral daquele país afirmou que tem conduzido 60 investigações criminais sobre o caso de corrupção internacional envolvendo as duas empresas.

Segundo o MP da Suíça, as investigações mostraram que as contas das empresas faziam a liberação dos fundos, movidos entre várias contas pertencentes a empresas offshore, a fim de facilitar o pagamento dos subornos.O texto ainda explica que o acordo funciona na Suíça como uma condenação, que assume a forma de uma sentença sumária de pena, e faz parte da conclusão de procedimentos iniciados naquele país, mas que também envolvem o Brasil e os Estados Unidos.