sábado, 18 de março de 2017

Blogueiro petista defende empresas que venderam carne podre para atacar PF e MP

Um conhecido blog petista conseguiu criar um nível até então desconhecido de baixeza, criando uma curiosa narrativa que foi replicada por vários de seus companheiros. Ao receber a notícia de que grandes frigoríficos foram flagrados vendendo carne vencida, misturando carne podre a embutidos, revendendo carne que sabiam estar contaminada, utilizando químicos cancerígenos para "disfarçar" carne podre, ou misturando papelão a carne de frango, entre outros exemplos, o blogueiro preferiu minimizar os impactos dessas práticas sobre a saúde pública e "denunciar" um suposto "esquema" da Polícia Federal e do Ministério Público para prejudicar aliados do PT. 

Segundo o texto, "não parece acaso que apenas esses setores de sucesso sejam alvo de investigação". Alguns dos grandes frigoríficos tornaram-se "cases" de sucesso graças à política petista de promover com recursos do BNDES empresas "amigas", que, coincidentemente, foram grandes doadoras de campanha.

O texto defende que a investigação deveria ser feita sob sigilo porque, para o autor, a atitude "responsável" seria resguardar as empresas que subornaram fiscais para poderem vender carne podre para a população. O blogueiro acredita que as empresas perderão uma fatia de mercado e isso é mais deletério para o país do que permitir que a população se alimente de carne podre. 

O blog Ceticismo Político chamou o texto de "aberração" e questionou ponto a ponto a narrativa, em um texto intitulado "Blog de Renato Rovai emite narrativa podre para defender carne podre da Friboi (símbolo da era petista)". O site não mede palavras para qualificar a narrativa.

Leia abaixo o texto do site Ceticismo Político: 
O blog do petista Renato Rovai trouxe um artigo monstruoso intitulado “Depois de entregar Pré-Sal, esquema PF e MP pode quebrar frigoríficos nacionais”. O monstro diz:
Evidente que ninguém quer comer carne estragada ou produzida sob condições questionáveis. Mas a operação da PF de hoje que coloca os maiores frigoríficos brasileiros, que são também os maiores do mundo, em xeque pode ter consequência tão grave para a economia do país quanto a que afundou a Petrobras e permitiu a uma quadrilha entregar o Pré-Sal.
Epa, epa… Esperem aí. Quer dizer que de tiver “consequência grave para a economia do país” não é para investigar? O que Rovai sugere que seja feito? Que não se investigue?
Ele segue:
A disputa por esse mercado de carnes é tão selvagem quanto o de petróleo. Não há santos nele. E tanto a selvagem relação das empresas com os seus empregados, quanto a forma que se dá a disputa entre elas é algo que não permite ingenuidade.
Eis o discurso da equivalência moral. Se “não há santos”, então todos são igualmente corruptos, certo? Mas cadê as provas de que todos vendem carniça junto com carne? Se as provas apareceram quanto à Friboi e a BRF, ele teria que apresentar a prova das demais empresas. Cadê?
Por este motivo, não se pode deixar de imaginar que a ação da PF não tenha como força motriz apenas o interesse público. Há outras empresas que irão ganhar uma fatia razoável do mercado da JBS, BR Foods e Seara com todo esse escândalo da operação de hoje, que, se responsável, teria de ser feita resguardando um nível mínimo de sigilo.
E daí que outras empresas irão ganhar fatias de mercado? Cade ao Rovai provar que elas cometeram os mesmos crimes que a Friboi e as demais investigadas. As pessoas precisam saber se podem estar comendo carne podre ou não. Sugerir sigilo neste caso é fazer o cidadão correr risco de comer carne contaminada até com produtos cancerígenos. O texto de Rovai é uma aberração.
Mas basta lembrar que Rovai defende uma das empresas que mais investiram no PT. Não é por coincidência que foram uma das empresas mais beneficiadas pelo BNDES. No dia em que a Caixa de Pandora do BNDES for aberta, a podridão do mercado elitista de carnes vai se tornar ainda mais grave do que a distribuição de carnes apodrecidas. No fundo, essa gente é tão podre quanto o PT.

conteúdo: Folha política