terça-feira, 8 de agosto de 2017

OS SOCIALISTAS QUEREM A DITADURA

OS SOCIALISTAS QUEREM A DITADURA
Por Carlos I. S. Azambuja

O texto abaixo foi escrito por Claude Frédéric Bastiat (Baiona,30 de junho de 1801 — Roma, 24 de dezembro de 1850), economista e jornalista francês. A maior parte de sua obra foi escrita durante os anos que antecederam e que imediatamente sucederam a Revolução de 1848. Nessa época, eram grandes as discussões em torno do socialismo, para o qual a França pendia fortemente. Como deputado, teve a oportunidade de se opor vivamente às idéias socialistas, fazendo-o através de seus escritos, em estilo cheio de humor e sátira.
    
Entre os economistas franceses, Frédéric Bastiat ocupa um lugar de destaque. Sua obra completa se compõe de sete volumes. Um princípio domina sua obra: A lei deve proteger o indivíduo, a liberdade e a propriedade privada. É desta forma que Bastiat analisa o funcionamento do Estado, esta "grande ficção através da qual todos se esforçam para viver às custas dos demais". Para ele, protecionismo, intervencionismo e socialismo são as três forças de perversão da lei.
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Como se vê, os homens não passam de matéria vil. Não lhes cabe desejar o bem, pois são incapazes disso. De acordo com Saint-Just, somente o legislador pode fazê-lo. As pessoas são apenas o que deseja que sejam. De acordo com Robespierre, que copia Rousseau literalmente, o legislador começa por indicar a finalidade pela qual se institui a Nação. A seguir, o governo deve apenas dirigir a ela as forças físicas e morais da Nação. Ela mesma fica sempre passiva em tudo isso. E Billauyd-Varene nos ensina que o povo deve ter apenas preconceitos, hábitos, afeições e necessidades que o legislador autorizar. Ele chega até a afirmar que a inflexível austeridade de m homem é a base da República.   
    
Vimos que, no caso em que o mal ser tão grande que os juízes comuns não possam remediá-lo, Mably recomenda a ditadura para promove a virtude: “recorrei a um tribunal extraordinário com poderes consideráveis por um curto espaço de tempo. A imaginação dos cidadãos precisa ser sacudida”. Essa doutrina não foi esquecida. Escutemos Robespierre (*):
    
“O princípio do governo republicano é a virtude, e o meio pelo qual se estabelece, o terror. Em nosso país desejamos substituir o egoísmo pela moralidade, a honra pela honestidade, os costumes pelos princípios, a etiqueta pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o desprezo pelos erros e pela pobreza, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza da alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, as boas companhias pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, a astúcia pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio do prazer pelo charme da felicidade, a pequenez dos grandes pela grandeza dos homens, um povo amável, frívolo e miserável por um povo genuíno, forte e feliz. Em suma, desejamos substituir todos os vícios e absurdos de uma monarquia por todas as virtudes e milagres de uma república.
    
(*) Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (1758-1794) advogado e político jacobino, foi um dos principais líderes da Revolução Francesa, sobretudo no período conhecido como Terror (de 5 de dezembro de 1793 a 28 de julho de 1794) marcado pela execução em massa dos “inimigos da revolução”, o que resultou em cerca de 40 mil mortos. 


Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

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