domingo, 16 de julho de 2017

Fora de si, Janot ameaça com Cunha usando Funaro, mas não consegue bala de prata contra Temer. PGR sai da delação

Rodrigo Janot, Procurador-Geral da República, perdeu o controle com propostas de delação que recebeu recentemente, e que julgava bastante promissoras em sua cruzada contra o presidente Michel Temer. Irritado, ouviu dos procuradores que os candidatos a delatores eram apenas “bate-fofo”. 

A irritação de Janot tem nome e sobrenome: Eduardo Cunha. A proposta de delação do ex-deputado tirou o procurador-geral do sério. Segundo a coluna Expresso, Janot não conseguiu esconder sua decepção. "Está muito ruim”, foi a frase mais repetida por Janot e pelos demais procuradores da Lava Jato - toda a força-tarefa em Brasília parou para analisar o material. Não se trata de técnica de negociação para pressionar Eduardo Cunha a falar mais; os procuradores, até então entusiasmados com o arsenal de Cunha, estão de fato decepcionados com o que viram. Nem mesmo as histórias sobre Michel Temer animaram os investigadores". 

Todo entusiasmo de Janot com as promessas dos advogados de Eduardo Cunha foi por água abaixo quando se deparou com os anexos da delação do ex-deputado. O procurador não escondeu sua frustração por mirar no Palácio do Planalto sem ter munição. A parte que compromete os governos Lula e Dilma não interessou ao PGR. 

Rodrigo Janot tentou de tudo para convencer Cunha a comprometer Temer e queria obter algo comprometedor antes de sua viagem aos Estados Unidos esta semana. Disposto a tudo, Janot ofereceu um amplo pacote de bondades, como imunidade total, passe livre para morar no Brasil ou onde desejar e estendeu garantias de imunidade à mulher e a uma das filhas do ex-deputado. O ex-deputado Eduardo Cunha não se entusiasmou com as maravilhas oferecidas pelo PGR. 

Janot também enfrenta um problema sério. O eterno candidato a delator, Lúcio Funaro, não goza de qualquer credibilidade junto aos procuradores. Desde que foi preso em 1 de julho de 2016, o doleiro já prometeu delatar metade de Brasília em troca de um acordo de delação, mas não obteve sucesso pela ausência de provas de seus relatos e pela falta de proximidade com os alvos de suas delações. Ninguém na Lava Jato nunca levou o doleiro Lucio Bolonha Funaro a sério por considerá-lo um franco-atirador desesperado, mas dissimulado e totalmente desprovido de caráter. Seu maior elo nos esquemas de corrupção em que esteve envolvido é justamente o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. 

Nos bastidores, comenta-se que a PGR tenta inutilmente chantagear Cunha, ameaçando fechar um acordo de delação com Lúcio Funaro. Frio e calculista, Eduardo Cunha sabe muito bem que caso Funaro tivesse realmente algo do interesse da PGR já teria conseguido o tão cobiçado acordo de delação. Janot está ficando impaciente, pois sem tempo está se esgotando no comando do órgão. O procurador nutria a esperança de incluir alguma revelação de Eduardo Cunha na nova denúncia que anunciou que apresentaria contra Temer nos próximos dias. 

Sem bala de prata não tem denúncia. Tem só flechinha de bambu.

conteúdo: Imprensa Viva