quinta-feira, 20 de julho de 2017

Lula entra com recurso contra bloqueio de bens, que já chega a quase 10 milhões

Os advogados de defesa do ex-presidente Lula da Silva entraram nesta quinta-feira, 20, com mandado de segurança no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para impugnar a decisão do juiz Sérgio Moro que bloqueou bens do petista.

O argumento dos advogados: “Uma vez que o próprio Moro reconheceu em decisão dada na semana passada que não houve dano financeiro da Petrobras na ação do ex-presidente, não haveria por que determinar o futuro cumprimento de reparação deste prejuízo.” 

“Não há demonstração de conduta para dilapidar patrimônio”, disse o advogado Cristiano Zanin Martins, durante uma reunião com a imprensa na qual estavam presentes as principais lideranças do PT pouco antes do ato na Avenida Paulista em defesa do ex-presidente.

O advogado disse que a defesa "foi surpreendida" com a decisão do bloqueio porque ela se baseou em um pedido do MPF feito há nove meses e que tramitou em sigilo. “Nem os advogados de defesa tiveram acesso”, criticou. Segundo ele, o pedido do Ministério Público Federal "não apresentou qualquer elemento probatório que o justificasse".

“O MP só fez afirmação. Cogitar é diferente de provar. Mais uma vez o MPF fez pedido com base em cogitação”, disse ele. Zanin disse, ainda, que a Procuradoria "não pode agir em nome da Petrobras". Aliados de Lula também usaram argumentos políticos para defender o ex-presidente.

A senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, chamou de "chicana" a decisão de bloqueio de bens. “É uma chicana, um absurdo que tem como objetivo dificultar a defesa e a subsistência de Lula”, disse. “Para nós soou como perseguição.”