Declarando-se surpresos com os termos da sentença do juiz Moro, integrantes da cúpula do PT já reconhecem que a situação jurídica do ex-presidente Lula deve se complicar ainda mais com a análise do caso do sítio de Atibaia.
A despeito do discurso oficial do PT de tentar vitimizar Lula e apresentá-lo como alvo de uma perseguição política, integrantes do PT admitem que esse argumento perde força à medida em que a Lava Jato se volta para políticos governistas, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente Michel Temer.
"É difícil manter esse discurso de que Lula é o único alvo", afirmou um integrante da Executiva do PT.
A percepção no PT é de que, com as delações de dirigentes da empreiteira Odebrecht, o caso da reforma do sítio em Atibaia deve ganhar uma nova dimensão, embora a tese da defesa de que Lula não era proprietário do imóvel.
O grande temor do partido é de que, além da primeira instância, haja uma condenação rápida na segunda instância, o que poderia enquadrar o ex-presidente Lula na Lei da Ficha Limpa e inviabilizar uma eventual candidatura a presidente.