sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Artistas apoiam juiz da Lava Jato no Rio

Christiane Torloni, Thiago Lacerda, Maria Padilha e outras celebridades se solidarizaram com Marcelo Bretas, que teve decisões reformadas por Gilmar Mendes.

Procuradores, juízes federais, políticos e artistas participaram no início da noite desta quinta-feira(24) de manifestação em apoio ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, responsável pela Operação Lava Jato no estado. 

Entre os artistas que foram à manifestação estão o músico Caetano Veloso e os atores Thiago Lacerda, Marcelo Serrado, Maria Padilha, Lucinha Lins, Christiane Torloni e Paula Burlamaqui.

O juiz Bretas teve várias decisões suas reformadas pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As decisões eram relativas à Operação Ponto Final, braço da Lava Jato que investiga corrupção envolvendo políticos, funcionários públicos e empresários de transportes. Gilmar Mendes ironizou as decisões, que chamou de “atípicas”, e libertou vários presos pelo juiz, entre eles o empresário Jacob Barata Filho, conhecido como “Rei do Ônibus” – o ministro foi padrinho de casamento da filha dele, mas não se declarou impedido para atuar no caso.

O presidente da Associação de Juízes Federais (Ajufe), Roberto Veloso, disse que “está em curso no país uma orquestração contra a magistratura. “Não só a agressão ao Bretas, mas estão sendo tomadas outras medidas, como a (proposta de) Lei de Abuso da Autoridade, para enfraquecer o Judiciário, numa tentativa de intimidação”, afirmou. “Não é possível que um ministro venha agredir verbalmente o trabalho de um magistrado. Ele tem todo direito de reformar decisões, mas deve falar sobre isso através dos autos. Ele tem extrapolado todas as expectativas de um ministro”, afirmou.

O procurador Sérgio Pinel, que integra o núcleo da Lava Jato no Rio, afirmou que a atitude do ministro também é contra a sociedade. “Este é um ato em preservação da independência do Judiciário, que é um princípio muito caro para a sociedade”, disse. “Ao contrário, todas as garantias e direitos individuais estarão indo por terra. Vejo as declarações do ministro, com adjetivações, com muita preocupação.”

(com informações da Veja)