sábado, 5 de agosto de 2017

Grupo que trabalhou no Plano Real quer “refundação ética” do PSDB

Um grupo de economistas ligados ao PSDB desde a sua fundação e que participou da elaboração e implantação do Plano Real lançou uma carta pedindo a refundação ética e programática do partido, o afastamento do governo Temer e a sua reorganização para impedir que em 2018 um radical populista de direita ou de esquerda ganhe a eleição para a Presidência.
A carta foi assinada por Edmar BachaGustavo Franco – ambos integrantes da equipe que criou o Plano Real -, Elena Landau (que comandou o programa de desestatização no governo Fernando Henrique Cardoso) e Luiz Roberto Cunha, que a exemplo dos outros três, integrou um grupo de economistas da PUC-Rio, que também reunia Persio Arida, André Lara Resende e Francisco Lopes, de grande influência na economia brasileira nos anos 1990.
Os signatários dizem que chegaram a pensar em se desligar do PSDB, mas que optaram por escrever a carta e enviá-la ao presidente interino do partido, o senador Tasso Jereissati (CE). “Continuamos a acreditar nos ideais que levaram à fundação do PSDB, que eram os de dissociar-se, em nome da ética, do PMDB controlado por Orestes Quercia; e construir um partido social-democrata comprometido com a justiça social, a ideia de uma economia de mercado governada pela livre iniciativa, a estabilidade da moeda, a responsabilidade fiscal e a integração do Brasil ao mundo desenvolvido”, dizem no documento.
Na carta, afirmam ainda que o “PSDB estabeleceu sua identidade a partir dessas pautas econômicas nas quais os signatários empenharam seu trabalho e suas energias e com as quais o governo de Fernando Henrique Cardoso deixou inestimável contribuição para a prosperidade do país” e pedem que o partido se arme para a disputa eleitoral em 2018 que tem, segundo pesquisa Datafolha de junho, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PSC) como favoritos.
“Não vemos no horizonte político brasileiro outro partido com igual força para se contrapor ao enorme risco que, mantido o atual governo, o país enfrentará nas eleições presidenciais de 2018. Trata-se da possibilidade da eleição de um radical populista, de esquerda ou de direita, que arruinaria com as perspectivas econômicas e talvez mesmo com a democracia no país.”
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