sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Lula sugere Fernando Pimentel, principal alvo da Operação Acrônimo, como seu substituto em 2018

O ex-presidente Lula da Silva admitiu nesta sexta-feira, 18, a possibilidade de ser impedido de disputar a eleição do ano que vem e listou possíveis substitutos. Em longa entrevista ao jornalista Mario Kertész, da Rádio Metrópole, de Salvador, o ex-presidente petista admitiu que “o golpe não fecha” sem a sua interdição eleitoral e citou o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, como uma das alternativas para ser seu substituto na disputa de 2018.
Lula também mencionou o ex-governador da Bahia Jaques Wagner, o atual governador da Bahia, Rui Costa, e do Piauí, Wellington Dias, como possíveis substitutos caso seja condenado em segunda instância e impedido de disputar o pleito de 2018.
“A gente tem (Jaques) Wagner, que tem um pedigree político como ninguém tem nesse País. Você tem o (Fernando) Pimentel, em Minas Gerais; Camilo (Santana, governador), no Ceará; nosso Índio (José Wellington), no Piauí , que é um gênio da política”, listou.
Aos 71 anos de idade, Lula da Silva foi condenado em 12 de julho a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo juiz Sérgio Moro. Se essa decisão do magistrado for mantida pela 2ª instância, ele poderá ser impedido de se candidatar com base da Lei da Ficha Limpa.
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), ficaram de fora da lista do ex-presidente Lula.

Fernando Pimentel
Fernando Pimentel é o principal alvo da Operação Acrônimo, que investiga o esquema do governo mineiro de corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e fraude eleitoral. A maioria dos envolvidos ocupa cargos de primeiro escalão, com salários de até R$ 60 mil.
No dia 1º de agosto deste ano, o Ministério Público Federal no Distrito Federal enviou  à Justiça ação de improbidade contra o governador, o empresário Marcelo Odebrecht e outras quatro pessoas. O processo se refere a supostos repasses de até R$ 12 milhões à construtora Odebrecht entre 2011 e 2014, quando o político mineiro era ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Segundo dizem os investigadores, Pimentel recebeu entre R$ 11,5 milhões e R$ 12 milhões da Odebrecht e, em troca, beneficiou a empreiteira em dois processos na Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao ministério.
Além de Pimentel e Odebrecht, a ação de improbidade cita também o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira – então chefe de gabinete do ministro –, o ex-assessor Pedro Augusto Medeiros, o ex-diretor da Odebrecht João Carlos Mariz Nogueira e a própria construtora.

Em abril deste ano, a PF indiciou a mulher do governador; os secretários da Casa Civil e do Planejamento do governo mineiro e dois executivos.