Única voz sensata no jornalismo da Globo atualmente, a jornalista Míriam Leitão
desmascara "Mais uma tentativa de mentir e enganar" da esquerda brasileira, que tem
contado com a ajuda da própria Rede Globo, de reescrever a história recente através
de uma narrativa completamente falsa, permeada por interesses políticos obscuros.
Contrariando a linha editorial da Globo dos últimos meses, a jornalista lembra que "o
buraco no qual caímos foi cavado nas administrações petistas, no segundo governo
Lula e no período Dilma".
"Há uma tendência, politicamente motivada, de fomentar uma indignação seletiva.
Isso ficou explícito no plenário da Câmara e faz parte do discurso que tenta aproveitar
a intensidade da crise e a baixa popularidade do governo para construir uma versão de
que os problemas do país surgiram agora. O risco desse raciocínio é que ele pretende
pavimentar o caminho do mesmo grupo ao poder, sem que tenha sido precedido por qualquer reconhecimento dos erros cometidos.
Se tiverem sucesso no projeto, repetirão os mesmos equívocos, já que estão
terceirizando todas as consequências desastrosas dos próprios atos. Partidos e grupos
políticos, como as pessoas, avançam quando reconhecem seus erros e aprendem com
eles. O que está em curso é mais uma tentativa de mentir e enganar."
A voz destoante do jornalismo da Globo vem justamente de uma profissional que
tinha todas as razões para fazer coro com os socialistas que infestam o grupo de
comunicação. Em 1972, quando estava grávida, Míriam Leitão foi presa e torturada
física e psicologicamente pelo regime militar no Brasil por ser militante do Partido
Comunista do Brasil. Entretanto, a lucidez e a honestidade intelectual da jornalista
não permitem que suas afinidades ideológicas do passado contaminem a leitura
fidedigna do momento atual vivido no país.
No artigo publicado no O GLOBO deste domingo, a coluna lembra que "os mesmos
parlamentares, agora na oposição, não se escandalizaram quando houve uma farra de
renúncia fiscal no governo Dilma que até hoje desequilibra as contas públicas
brasileiras porque os benefícios foram concedidos por anos. Esses mesmos
parlamentares acham que foi normal usar os bancos estatais através das pedaladas
fiscais para mascarar despesas em ano eleitoral. O buraco no qual caímos foi cavado
nas administrações petistas, no segundo governo Lula e no período Dilma.
A escalada do desemprego começou ao fim de 2014. O país entrou em déficit primário
em 2015 por decisões tomadas nos anos anteriores. Estava claro durante a campanha
eleitoral de 2014 que o país estava entrando em recessão como resultado dos erros
grosseiros da política econômica comandada por Guido Mantega, da invencionice da
“Nova Matriz” assinada por Mantega e Nelson Barbosa. E apesar dos sinais avançados
de que a conta chegara, Dilma repetia o discurso preparado pelos seus marqueteiros,
hoje réus condenados por corrupção, João Santana e Mônica Moura, de que não havia
crise.
A estratégia da oposição agora é usar a alta rejeição ao governo Temer e fazer mais um
trabalho de manipulação para que o país esqueça o que houve no passado recente. Um
artigo na semana passada assinado pelo ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho é
o exemplo desse esforço orwelliano de mudar a história recente. Ele passeia pelos
pontos da crise, a dívida pública crescente, a recessão, como se fossem estrangeiras a
ele. Parte do crescimento da dívida foi provocado pelas transferências extravagantes
de meio trilhão de reais para o banco no período em que ele o dirigia.
Os erros passados devem ser registrados para que não se fique com a impressão de
que era bom e ficou ruim. O que está em curso é mais uma tentativa de mentir e
enganar"