Desde a queda da ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula tem vivido uma
situação bastante desconfortável diante do avanço inexorável da Operação Lava Jato.
Encorajado por seus advogados e por gente influente de Brasília, o petista bem que
tentou protelar o andamento das investigações e processos que pesam contra ele na
Justiça. Mas sua corrida contra o tempo está chegando ao limite. De anda mais
adianta Lula apostar num desfecho favorável para suas ações penais. O desânimo
alcançou até mesmo aqueles que garantiam sua blindagem, como senadores, juízes e
ministros do STF.
A corrente que deve prevalecer neste caso é a outra parte de judiciário, favorável aos
ventos que sopram de Curitiba. Nem Lula nem seus advogados conhecem a fundo as
provas que foram entregues aos membros da força-tarefa da Lava Jato. Sobretudo as
que ancoram as tratativas do acordo de delação do ex-ministro Antonio Palocci e parte
das provas obtidas nas planilhas da Odebrecht.
Outra sombra negra que paira sobre a cabeça de Lula é a confirmação de sua condenação no caso do Triplex na segunda instância pelo TRF-4. Além de se tornar
inelegível, o ex-presidente terá pouquíssimo tempo para recorrer da sentença.
A expectativa é que isso ocorra justamente em meio a uma nova condenação do
petista, no caso relativo ao recebimento de vantagens indevidas da Odebrecht. Na
primeira condenação, Lula pode se safar da prisão por ser réu primário. Mas não terá
a mesma possibilidade no caso de uma segunda condenação. Moro sabe o momento
exato de pedir a prisão de Lula e não irá desperdiçar a oportunidade de colocar o chefe
da organização criminosa por trás das grades.
Neste cenário, condenado a partir de provas robustas, Lula não teria como conseguir
um habeas corpus ou até mesmo poder contar com o apoio daqueles que lhe juram
fidelidade eterna. Como bom jogador que é, Lula aposta suas fichas na possibilidade
de disputar a eleição em 2018.
Trata-se de uma corrida contra o tempo diante de uma
improvável vitória ao final. Lula será preso. Antes da eleição ou após sofrer uma
derrota nas urnas.