sábado, 20 de janeiro de 2018

É brincadeira !

Salário cobiçado pelos vice-presidentes, já aprovado em assembleia da Caixa: R$ 87.398. Os R$ 15 bilhões para cobrir o rombo da roubalheira viriam do FGTS.

Primeiro quebraram a Caixa. Agora os diretores querem se presentear com aumento de 37%.

Ministério Público e diretoria de Fiscalização do Banco Central alertaram o presidente da República que era necessário demitir todos os 12 vice-presidentes, sob pena dele, presidente, ser responsabilizado por crimes cometidos pela diretoria ali instalada. São pessoas indicadas pelos políticos aliados. Depois de resistir por mais de um mês, Temer demitiu 4 dos 12 vices na terça-feira, dia 16.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que os 8 que ficaram seriam avaliados. Não diga!

E ainda não foram, ministro?

Pior: para cobrir o rombo dos irresponsáveis, o presidente Temer sancionou, no comecinho deste mês, lei aprovada pelo Congresso que autoriza o trabalhador a “emprestar” R$ 15 bilhões para a Caixa. Dinheiro do Fundo que, não à toa, existe para “Garantia por Tempo de Serviço”. E que, assim como todo o resto da Caixa, é de propriedade do trabalhador, e não deles.

O ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da União, disse que a operação “envolveria elevados riscos para o FGTS“, e que a legalidade está em exame na corte. Sem o ok do TCU, o dinheiro não sai, apesar da lei de Temer. (E depois ainda se queixam da “excessiva” ingerência do Judiciário em questões de governo.)

Debaixo de uma rajada de perguntas, Meirelles disse ontem que procura outras alternativas para salvar a instituição.

Agora, eles vêm com essa: espantoso aumento salarial, já aprovado em assembleia da Caixa em 14 de dezembro, para quem afunda o banco público. Mas ainda sujeito à aprovação do mesmo Meirelles, ah bom.

Lillian Witte Fibe
na Veja