quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

'A sociedade tem que parar de tratar com flor quem está com fuzil na mão', diz senador

O senador José Medeiros (Podemos) defendeu o projeto, de sua autoria, que dá autonomia aos policiais para atirarem em bandidos, portando armas de guerra. De acordo com o senador, a sociedade precisa parar de 'tratar com flores' bandidos que fazem rondas ostensivas em carrocerias de caminhonetes, portando fuzis e armas de uso restrito. 

"Nós chegamos a um ponto que a sociedade precisa decidir: vai ficar com essa hipocrisia de tratar com flor quem está com o fuzil na mão ou vamos reagir? Se for para reagir, nós temos de reagir à altura, temos de dar instrumentos para a polícia trabalhar. Essa lei é o instrumento", afirmou o senador, em entrevista à Rádio Capital FM. 
De acordo com o projeto de lei, em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, pessoas presas portando fuzis não vão responder pelo Código Penal, mas sim pela lei de terrorismo. Além disso, caso policiais avistem bandidos portando fuzis 'ostensivamente', eles poderão 'executar' o bandido. 

"Quem estiver sapeando, em comboio, a polícia poderia ficar de longe, cerca de 100 ou 200 metros e dá um tiro de fuzil. Aí não vai ter bala perdida, ela vai ter CEP, endereço e CPF do sujeito. É isso que a gente quer com esse projeto, dar segurança a quem nos dá segurança", afirmou Medeiros.

Ainda segundo o parlamentar, que também é policial rodoviário federal, diariamente a PRF, assim como a Polícia Militar de vários Estados apreendem 'centenas' de armas de guerra na entrada dos grandes centros, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Policiais só podem atirar contra bandidos mediante 'perigo iminente' ou após serem agredidos.

"O que um sujeito faz com um lança foguete no meio de um bairro residencial? O que o sujeito está fazendo com granadas, usadas em guerras, em um bairro cheio de crianças? O que um sujeito faz com um fuzil, o mesmo utilizado pelas Forças Armadas, em cima de caminhonete de forma ostensiva?", questiona.