terça-feira, 17 de abril de 2018

José Dirceu admite que o PT roubou, prega luta para libertar Lula e ataca o juiz Sérgio Moro


Prestes a ter um recurso julgado no TRF-4 que pode resultar na decretação imediata de sua prisão nos próximos dias, o ex-ministro petista José Dirceu voltou a pregar a luta de forma implacável para libertar o ex-presidente Lula. Dirceu se reuniu nesta segunda-feira, 16, em Brasília, com cerca de 100 servidores petistas no Sindicato dos Servidores Públicos do Distrito Federal.

O petista estimulou que os presentes sejam implacáveis, que não deixem o governo federal funcionar e pregou que todo lugar deve ser uma trincheira. Dirceu afirmou que o papel principal do partido neste momento é de libertar o ex-presidente Lula e reelegê-lo já nas eleições de outubro.

"Nós temos de lutar, levantar a cabeça, enfrentá-los. Eles têm de ter certeza de que vamos ressurgir das cinzas. Nós temos de aprender a lutar em todas as frentes e temos de ser implacáveis com eles. Eles não nos deixaram governar. E por que vamos deixar eles governarem?", questionou.

Condenado pela Operação Lava Jato,  Dirceu proferiu ataques contra o juiz Sérgio Moro e disse que o agora não é hora apenas para resistir. Segundo o petista, Moro é um instrumento de um "aparato de perseguição política" no país. "Eles estão transformando o processo eleitoral em um simulacro. Ao banir o Lula das eleições deste ano, evidentemente que a eleição passa a ser um simulacro", criticou.

Apesar de estimular a fúria dos presentes, Dirceu reconheceu que o PT roubou o povo, reconheceu que o seu partido falhou, que cometeu erros e que, agora, é o momento dele formar uma frente de luta e "ir ao encontro do povo".

"Nós temos uma contradição. Nós ganhamos as eleições, mas não temos base popular para defender o governo", disse. "Nós cometemos erros. A solidariedade e o apoio da militância é porque ela é generosa", reconheceu o petista, admitindo que seu partido traiu o povo em seus compromissos históricos e que os defensores do PT o fazem apenas por uma questão ideológica.

Segundo informou a Folha, Dirceu pediu aos organizadores do encontro para que não fizessem transmissões ao vivo do encontro. Trajando uma camiseta vermelha, com o punho erguido, o petista foi recebido aos gritos de “guerreiro do povo brasileiro”. Dirceu ainda foi tratado como “comandante”, “líder” e “amigo”. Os ex-ministros petistas Gilberto Carvalho e Tereza Campello também participaram da plenária em Brasília, informou a publicação da Folha, que costuma ter acesso exclusivo a eventos e personalidades do PT.


Condenado a 30 anos e 9 meses de prisão, Dirceu deve ser preso antes deste final de semana.