segunda-feira, 16 de abril de 2018

Quem colou em Lula antes da prisão se ferrou. Haddad, Boulos e Manuela D'ávila foram massacrados na pesquisa do DataFolha


Os pré-candidatos que colaram no ex-presidente Lula nos dias que antecederam sua prisão e continuaram atrás do petista, após o condenado ter seguido para a prisão, não se beneficiaram da exposição gratuita e intensa na imprensa.

De olho na cobertura dos dias dramáticos que antecederam a prisão de Lula, pré-candidatos e políticos que tencionam disputar as eleições presidenciais de 2018 colaram no petista antes e após sua prisão. Mas o tiro saiu pela culatra. Gente como Guilherme Boulos (PSOL), Manuela D'ávila (PCoB) e Fernando Haddad (PT) posaram para fotos com os punhos cerrados, como se dissessem "O Lula dançou, mas eu estou aqui do lado dele". A esperança de herdar alguns votos do petista era tão grande que os pré-candidatos chegaram a abrir mão de suas campanhas individuais para grudar em Lula na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo onde os holofotes da imprensa mundial se concentraram durante o esperneio do petista, que durou 48 horas.

Logo após Lula se entregar à Polícia Federal, como determinou o juiz Sérgio Moro, os pré-candidatos seguiram para Curitiba, onde ajudaram a montar um acampamento no entorno do prédio da Superintendência da Polícia Federal, onde Lula ficou preso. A imprensa também seguiu para lá e registrou as mesmas figuras de punho cerrado posando para fotos, dando entrevistas e aproveitando toda a repercussão da prisão do ladrão.

Apesar da grande visibilidade e dos gestos de 'solidariedade' ao condenado, Nem Boulos, nem Manuela nem Haddad se beneficiaram da generosa exposição na imprensa ao lado do ladrão. A pesquisa DataFolha divulgada neste domingo, 15, mostrou que os três apareceram com apenas 2% de intenção de votos, na média. A pré-candidata Marina Silva, que se escondeu, apareceu com 16%. Outros candidatos do campo da esquerda, como Ciro Gomes e Joaquim Barbosa, que também evitaram se associarem a Lula, conseguiram marcas entre 9% e 10% na preferência do eleitorado. Embora não tenha dado chance para Haddad chegar perto de Lula, Boulos aparece em alguns cenários com 0%.

A pesquisa comprova que tentar usar Lula como cabo eleitoral pode não ser um bom negócio nestas eleições. De cara, Haddad, Boulos e Manuela D'ávila  se ferraram. A maldição do ladrão deve afetar ainda outros lambe botas, como Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, que não desgrudaram do condenado nem após sua prisão.