sexta-feira, 6 de abril de 2018

Sindicalistas da CUT agridem jornalistas e vandalizam carro da reportagem

Uma repórter, uma fotógrafa e um motorista do Correio Braziliense foram agredidos no noite desta quinta-feira (5/4), em frente à sede da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF), no Setor de Diversões Sul, no Plano Piloto. Pelo menos 30 agressores partiram para cima do carro do jornal, no qual estavam os profissionais, e quebraram um dos vidros do veículo.

Enfurecidos, os agressores gritavam ofensas contra a imprensa, contra o jornal e em defesa do ex-presidente Lula, que teve a prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro, com o aval do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) menos de 24 horas após o Supremo Tribunal Federal (STF) negar seu pedido de habeas corpus. Os agressores quebraram o vidro traseiro do carro do jornal com socos.

A manifestação pró-Lula foi convocada pela CUT-DF, logo depois de o pedido de prisão de Lula se tornar público. O Correio Braziliense repudia veementemente esse tipo de violência e de cerceamento à imprensa, cujo papel fundamental é o de informar a população.

Felizmente, tanto a repórter quanto a fotógrafa e o motorista do Correio não se feriram. O caso foi comunicado à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que deve tomar as devidas providências a fim de identificar os agressores.

Veja imagens: 

Imagem: Reprodução / Correio Braziliense

Imagem: Reprodução / Correio Braziliense

Imagem: Reprodução / Correio Braziliense


Solidariedade 

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiou o ataque às jornalistas do Correio. O diretor-executivo da entidade, Ricardo Pedreira, classificou o episódio como "lamentável". "Demonstra uma incompreensão do trabalho jornalístico. A gente espera que o caso seja apurado e sejam tomadas as medidas providências", afirmou.

Em nota, o editor-chefe do Jornal de Brasília, Jorge Eduardo Antunes, também solidarizou à equipe de reportagem do Correio e criticou o ataque à liberdade de imprensa, bem como às profissionais que foram alvo do atentado. "É inadmissível qualquer tentativa de cerceamento da liberdade de imprensa, bem como a agressão a profissionais em sua jornada de trabalho. A agressão fica ainda mais incompreensível por ser cometida contra trabalhadoras e nas proximidades de uma central cuja linha de luta é (ou deveria ser) a defesa dos trabalhadores. Que o Brasil tenha a tranquilidade para saber respeitar a atuação profissional dos trabalhadores em momentos de tensão como o atual", disse o jornalista.