sábado, 26 de maio de 2018

O Brasil não colapsou por milagre. Abutres disfarçados de pombinhos manipulam o povo apontando para o inimigo errado


Seria recomendável que cada brasileiro se propusesse a fazer uma reflexão profunda, tendo em vista a batalha ideológica que se instalou no país ao longo dos últimos dois anos. As narrativas bem construídas por grupos políticos e econômicos contribuem mais para confundir do que para esclarecer as reais causas dos problemas e desafios históricos da sociedade contemporânea. As pessoas são levadas a crer que aprenderam algo sobre o tal do "establishment" e não se dão conta de que estão sendo induzidas por membros do próprio sistema que tem se perpetuado no poder de forma cruel e covarde. 

 A fé da burguesia em um Estado mantenedor e propulsionador da economia é um conceito bastante antigo, visto com bons olhos por representantes da esquerda. Permitir que grupos poderosos e membros da elite dominante tenham acesso irrestrito ao dinheiro do contribuinte nos cofres públicos é a fórmula perfeita encontrada por políticos incapazes de conceber políticas desenvolvimentistas sem a interferência da iniciativa privada e sem a supervisão de membros de grupos dominantes.

Não é por acaso que os grupos políticos que comandaram o Brasil ao longo da última década entregaram postos chave no topo da burocracia estatal para agentes corruptos que faziam a interlocução com empresários, bancos e meios de comunicação que prosperaram de forma excepcional ao longo dos últimos anos, sobretudo durante os governos do PT.

Mas para que isso fosse possível, foi preciso aparelhar as instituições com indivíduos que compartilhassem das mesmas convicções, nas quais o povo ocupa uma posição de destaque neste tipo de arquitetura: a reserva pagadora de impostos que financia a burguesia e a elite de servidores. Para agradar outros setores mancomunados com o Estado, a inflação e os juros altos funcionavam como mais um perverso instrumento de transferência inversa de renda para especuladores, bancos e donos de grandes fortunas.

Para assegurar o funcionamento deste modelo cruel que permitia a alternância no poder apenas de grupos simpáticos, os políticos criaram uma verdadeira casta de privilegiados, comparativamente à maioria esmagadora das ocupações do mercado formal de trabalho. A elite de servidores, membros do Ministério Público Federal, do Judiciário e no Serviço Público, de modo geral, foi contemplada com um belo naco do dinheiro do contribuinte com altos salários, estabilidade, aposentadorias equivalentes aos salários da ativa, auxílio-moradia, auxílio-mudança, auxílio-alimentação, licenças remuneradas, semestres sabáticos, férias mais longas do que as dos trabalhadores da iniciativa privada, e, em muitos casos, carro oficial e respectivo motorista, além de outros benefícios menos conhecidos como financiamentos de cursos de pós-graduação e de idiomas, os quais podem ser cursados durante o período de trabalho sem desconto nos salários. São os indutores da economia de boutique, de joalherias, da alta gastronomia, das construtoras de prédios de alto padrão.

Todas estas regalias e privilégios vergonhosos só seria possível com a imposição de uma altíssima carga tributária sobre o cidadão, de modo que a elite de servidores drena praticamente todos os recursos arrecadados pela União hoje em dia. De tudo que o cidadão pagador de impostos contribuiu compulsoriamente, sobra para o Estado apenas 7% para devolver à sociedade em forma de serviços como saúde, segurança e educação. A crueldade com que estes grupos se apropriou do dinheiro do povo, de forma legal, através de leis aprovadas por seus integrantes, se assemelha a um assalto.

Se os grupos políticos que se apropriaram do Estado ao longo da última década e meia operou nos moldes de uma organização criminosa, por óbvio, contaram com a cumplicidade de servidores, meios de comunicação, grupos econômicos, setores do Ministério Público Federal e do Judiciário. Foram cúmplices da ORCRIM responsável por ter mergulhado o país na maior recessão de sua história.

Todos estes fundamentos foram combatidos pela raiz pelo atual governo, o primeiro em décadas a enfrentar o braço da ORCRIM no Estado. De modo estoico, o governo atual tentou romper com este modelo e conseguiu salvar ao menos uma pequena parte do dinheiro do contribuinte drenado pela elite de servidores, empresários bilionários habituados ao dinheiro fácil do BNDES, grupos de comunicação que prosperaram através das gordas verbas da publicidade governamental, etc. Não foi possível avançar sobre os privilégios, pois as forças controladas pela burguesia e os braços da ORCRIM  no Estado se aliaram a criminosos para tentar derrubar o governo.

Desde então, estes grupos atuam diuturnamente na tarefa de tentar desestabilizar o atual governo, minar qualquer possibilidade de disputa nas próximas eleições e resgatar o poder do estado, perdido após a expulsão do PT do poder. É bem provável que o próximo presidente da República já esteja fechado com estes grupos. Nos acordos espúrios firmados nos bastidores, a restauração do modelo imposto pela burguesia. A geração de políticos que sucumbiu em meio aos escândalos de corrupção nos últimos anos era formada por meros operários a serviço da burguesia, que podem ser substituídos com facilidade. Gente sem escrúpulos ávida por dinheiro e poder é o que não falta neste Brasil.  O que se persegue agora é a perpetuação de segmentos do mesmo estrato social nas altas esferas do aparato estatal. A ORCRIM quer a garantia da manutenção de privilégios vergonhosos, a volta do acesso do dinheiro no BNDES, a volta dos juros altos e da inflação, mais dinheiro para publicidade governamentos, a volta do imposto sindical, a volta de indicações em cargos em estatais e o aumento dos salários e privilégios dos membros da elite da "burguesia estatal". Tudo financiado com a alta de impostos, volta da inflação e dos juros altos.

Nestes dias que antecedem as eleições, os grupos poderosos investem maciçamente na destruição  de toda a classe política, ao mesmo tempo em que afirmam que o brasileiro não sabe votar, criando uma confusão generalizada no processo sucessório. Obviamente, atacar a todos de forma tão sistemática visando destruir a reputação de agentes públicos tem um objetivo sórdido: equilibrar o jogo e permitir a volta de seus representantes ao poder. O braço da verdadeira ORCRIM tenta insinuar que tudo é ORCRIM, A indisfarçável  instrumentalização política promovida por meios de comunicação, jornalistas de aluguel, setores do MPF e do Judiciário ataca, sobretudo, aqueles que ameaçam interesses espúrios.

Para compreender melhor o que há por trás deste cenário conturbado construído pelos braços da ORCRIM, basta observar o alvo prioritário para o qual apontam suas artilharias. Junte-se os políticos cúmplices dos projetos do PT que barraram a reforma da Previdência, os meios de comunicação ligados à Rede Globo, os artistas, sindicalistas, jornalistas de aluguel, intelectuais, professores e reitores de universidades, pré-candidatos à Presidência, movimentos sociais e tradicionais aliados do PT ao longo da última década e meia, setores bolivarianos do MPF e Judiciário, etc. Para onde toda esta gente tem apontado e disparado sua artilharia de modo incansável ao londo dos últimos dois anos?

O avanço destes grupos sobre a parcela dos impostos arrecadados pela União ao longo da última década é assombroso. Nos anos 60, o Estado tinha como devolver ao cidadão até 53% do que arrecadava. Hoje, sobra apenas 7%. É isso mesmo. Ao longo das últimas décadas, a elite que controla o país avançou sobre o dinheiro do contribuinte nos cofres públicos de forma voraz, aprovando benefícios indecentes e salários incompatíveis com a realidade do país, que tem hoje 93% de tudo que arrecada comprometidos com gastos obrigatórios previstos em Lei. Setores do Judiciário e Legislativo toleravam a corrupção da classe política em troca de benefícios e privilégios mútuos vergonhosos que ajudaram a diminuir a capacidade do Estado de reduzir impostos e investir em bem estar social. Para garantir estes privilégios e altos salários, estes grupos apontaram como solução o aumento de impostos e o endividamento da máquina pública. Para reduzir impostos para o cidadão, a União teria que abocanhar parte dos míseros 7% que restam para devolver ao contribuinte na forma de serviços. 

Os culpados pelo caos no Brasil estão nas Redes Sociais, na imprensa, no Judiciário, no MPF, no meio artístico e em meio a grupos políticos que disputam a sucessão presidencial em 2018. São os donos dos altos salários e benefícios imorais garantidos por força de Lei que só podem ser honrados com a altíssima carga tributária do país. Elite de 1% escravizando 200 milhões de brasileiros. Pense nisso!

As informações são do site Imprensa Viva.