domingo, 4 de novembro de 2018

O conto do vigário do perigo fascista

Colunistas e entrevistados do Estadão precisam ler o editorial “Os desesperados” do Estadão.

Eis um trecho:

“À medida que foi sendo desossado pelas urnas e pela Justiça, o partido de Lula da Silva recrudesceu seu autoritarismo, expondo cada vez mais seu desespero. Depois de passar a campanha inteira a denunciar como ‘golpe’ o impeachment constitucional de Dilma Rousseff, a exigir a libertação de Lula, como se este não tivesse que cumprir pena pelos crimes que cometeu, e a exigir apoio a seu candidato como única forma de ‘salvar a democracia’ ante o perigo do ‘fascismo’ supostamente representado pela candidatura de Bolsonaro, o PT agora trata de dizer que a vitória do oponente resultou de um processo ‘eivado de vícios e fraudes’, conforme declarou a presidente do partido, Gleisi Hoffmann.

Os petistas, assim, fazem exatamente aquilo que deles se esperava – isto é, em vez de aceitar o resultado das urnas e se organizar para fazer oposição decente e leal ao futuro governo, preferem deflagrar campanha para deslegitimar a vitória de Bolsonaro. Do alto de sua prepotência, os petistas dizem que Bolsonaro foi eleito depois de ‘uma campanha de ódio e de mentiras, que nos últimos anos manipulou o desespero e a insegurança da população’, como diz uma resolução da Executiva Nacional do PT aprovada logo após a eleição. Ou seja, para o PT, se não houvesse ‘manipulação’ e ‘mentiras’ o candidato petista seria eleito com folga.

Um partido que em documento oficial chama um presidente democraticamente eleito de ‘aventureiro fascista’, como faz o PT, não tem a menor intenção de fazer oposição. Para esta atitude verdadeiramente golpista já chamávamos a atenção no editorial Desespero, de 19 de outubro. Sua intenção é inviabilizar o governo e, por tabela, impedir que o País saia da crise que os próprios petistas criaram em sua desastrosa passagem pela Presidência. Os desesperados petistas prometem ‘construir uma frente de resistência pelas liberdades democráticas’, como se o País estivesse às portas da ditadura, e essa ‘resistência’ se estende a tudo o que interessa à maioria da população, a começar pela reforma da Previdência.

Enquanto isso, os grupelhos a serviço do lulopetismo mostram do que é feita a “democracia” que defendem: uma manifestação convocada pelo notório Guilherme Boulos para exigir que Bolsonaro ‘respeite a oposição’ e ‘as liberdades democráticas’ acabou em tumulto e depredação na terça-feira passada em São Paulo.

Não surpreende, assim, que a tal ‘frente de oposição’ que o PT pretende liderar não tenha apoio. O grave momento do País exige um esforço de todos para a superação da crise, o que implica a existência de uma oposição dura, porém prudente. Os sabotadores – aqueles que não se importam com o interesse público – devem ser isolados, para que fique patente de vez sua profunda irresponsabilidade.”