quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Maduro recebeu propina da Odebrecht depois de liberar obras

A Odebrecht pagou propina a Nicolás Maduro imediatamente depois que o governo venezuelano liberou verbas para suas obras.

O inquérito contra o ditador, obtido pelo Estadão, cita alguns exemplos:

“Em 17 de setembro de 2014, o ministro de Obras, Haiman El Troudi, solicitou novos recursos ao presidente. O pedido era que 106 milhões de dólares fossem ‘reorientados’ para o projeto do metrô, conhecido como Linha Guarenas, uma obra da Odebrecht. Maduro aprovou a liberação.

No dia seguinte, 18 de setembro de 2014, um primeiro pagamento de 600 mil dólares foi realizado. O depósito foi feito pela Cresswell, empresa de fachada usada pela Odebrecht com contas na Suíça. O dinheiro foi enviado para um banco em Dubai. Os beneficiários, segundo as investigações, seriam operadores do regime chavista (…).

Em 26 de janeiro de 2015, foram solicitados a Maduro mais 616 milhões de dólares e 268 milhões de euros para que os repasses fossem feitos para a empresa brasileira. Uma vez mais, entre as obras beneficiadas, estava a Linha Guarenas. O presidente aprovou o novo aporte e disse que o dinheiro deveria vir de um ‘fundo chinês’.

Em 12 de fevereiro de 2015, a Odebrecht voltaria a fazer um pagamento no exterior ligado à Linha Guarenas. Uma transferência de 5 milhões de dólares seria realizada pela Cresswell, entre Viena e uma conta no Panamá.”