A PASTA ROSA DE MARISA COMPLICOU A VIDA DE LULA NA LAVA JATO
O ex-presidente Lula caiu em desgraça na nova denúncia do Ministério Publico
Federal desta semana. Novos depoimentos corroboraram as evidências coletadas pela
Polícia Federal em sua residência durante a 24ª fase da Operação Lava Jato. A quarta
denúncia oferecida contra Lula em processos relacionados aos desvios na Petrobras
vem recheada de provas robustas. Os investigadores afirmam que Lula "teve atuação
direta sobre a compra" do imóvel da Rua Dr. Haberbeck Brandão, adquirido com
dinheiro de propina da Odebrecht para a instalação da nova sede do Instituto Lula.
O MPF relacionou as provas, como emails sobre o imóvel e até o contrato de compra e
venda apreendidos na residência de Lula. Os procuradores também descobriram que
representantes da Odebrecht estiveram com Lula em visita ao imóvel. As provas
reunidas no processo contradizem as declarações feitas pelo próprio Lula ao MPF.
O receio de Lula e do PT é o de que os novos fatos que constam da denúncia tenham sido fornecidos pelos delatores da Odebrecht, incluindo ai as delações de Emílio e
Marcelo Odebrecht. Na nova denúncia da Procuradoria da República, no
Paraná, consta que Lula capitaneou um ‘estrondoso esquema criminoso’. A força-tarefa
pediu à Justiça o ressarcimento de R$ 75.434.399,44 à Petrobras e os
investigados podem ter seus bens bloqueados.
Veja a lista dos denunciados nesta quarta-feira e seus respectivos crimes:
Lula, ex-presidente da República: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht: corrupção ativa e lavagem de
dinheiro
Antonio Palocci, ex-ministro nos governos Lula e Dilma: corrupção passiva e lavagem
de dinheiro
Branislav Kontic, assessor do ex-ministro Palocci: corrupção passiva e lavagem de
dinheiro;
Paulo Melo, ligado à Odebrecht: lavagem de dinheiro
Demerval Gusmão, dono da empresa DAG Construtora: lavagem de dinheiro
Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, já condenado na
Lava Jato: lavagem de dinheiro
Roberto Teixeira, advogado de Lula: lavagem de dinheiro
Marisa Letícia Lula da Silva, esposa do Lula: lavagem de dinheiro
A PROVA DE AUTORIA DO MPF
O contrato referente à aquisição do imóvel de R$ 12 milhões comprado pela
Odebrecht para a nova sede do Instituto Lula foi encontrado pela Polícia Federal
durante as buscas da Polícia Federal no sítio usado pelo ex-presidente em Atibaia
(SP).
Este pequeno detalhe faz toda a diferença na investigação. Enquanto os agentes
buscavam evidências sobre a propriedade oculta do ex-presidente relativa ao ao sítio,
acabaram encontrado algo bem mais comprometedor: além de todas as evidências
comprometedoras que ligam Lula ao sítio, os investigadores encontraram contratos de
compra e plantas de um imóvel localizado em São Paulo, comprado pela empreiteira
Odebrecht, por R$ 12 milhões, para abrigar a sede do Instituto Lula.
A esposa de Lula sabia de tudo. No laudo anexado da PF aos inquéritos que
investigam Lula no âmbito da Lava Jato, consta uma análise dos documentos que
foram apreendidos no Sítio durante a Operação Aletheia, a 24ª fase da investigação
baseada em Curitiba. Entre os documentos, está o contrato de opção de compra de imóvel na Rua Dr. Haberbeck Brandão, na Vila Clementino, em São Paulo. Alguns
deles estavam em uma pasta rosa, no sítio de Atibaia, endereçado à ex-primeira dama
Marisa Letícia. Durante a mesma operação, a PF apreendeu no apartamento de Lula
em São Bernardo do Campo, documentos do sítio em Atibaia
A Polícia Federal não descobriu apenas os documentos relativos ao imóvel comprado
para abrigar a nova sede do Instituto Lula. Em uma pasta rosa onde os documentos
estavam guardados, havia uma etiqueta indicando que os documentos foram entregue
"em mãos" à Maria Letícia da Silva. Em seu interior havia também plantas de
construção de um suntuoso prédio institucional no terreno de 5.255,08 m². De acordo
com o projeto, o prédio teria capacidade para atender às necessidades de manutenção
de um acervo arquivístico, bibliográfico e museológico, bem como auditório para
palestras, eventuais encontros e uma luxuosa cobertura com cinco suítes enormes
para abrigar toda a família do expresidente.
“Os peritos também observaram que o terreno foi objeto de negociação para atender
interesses do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que foi identificada
em sua residência comunicação com tratativas para compra da propriedade, mediadas
por Roberto Teixeira e tendo como promitente comprador José Carlos Bumlai”,
informa o documento