quarta-feira, 29 de março de 2017

BERLIM AINDA ESTÁ LONGE

Dia 27 de Março de 2017. Momento de tentar avaliar o que se passou no dia anterior e entender onde estamos e para onde estamos indo. As manifestações convocadas pelos movimentos de rua tiveram uma resposta relativamente fraca da sociedade brasileira. O site Antagonista adverte: Manifestação boa é manifestação cheia, e que rua vazia é prejudicial à democracia. Verdade. Mas será que isto será suficiente para estimular a ORCRIM a prosseguir com seus planos para matar a Lava Jato e anistiar todos malfeitores? Não teria sido pior não ter feito nada e passar a certeza de que toda a sociedade brasileira está adormecida? Não tenho certeza alguma sobre isto, e creio que saberemos melhor ao longo da semana, acompanhando o desenrolar dos fatos no Congresso.

O jornal O Estado de São Paulo trouxe neste domingo uma reportagem sobre o avanço da direita na internet. A matéria, um tanto preconceituosa, tem vários pecados. O principal deles é omitir a existência do site O Antagonista, um concorrente que se transformou num fenômeno que está roubando leitores da mídia impressa, afetando quase todos os jornais do país. Porém ela registra que a direita conquistou importantes trincheiras na internet. É um fato. Há cerca de 5 anos atrás o cenário era totalmente outro, e a internet brasileira era povoada de sites e blogs alimentados com polpudas verbas estatais distribuídas pelo governo do PT.

Numa nação submetida a um enorme processo de lavagem cerebral gramsciana por mais de 30 anos, o ressurgimento da direita pela via da internet é uma excelente notícia. Conquistamos a nossa cabeça de praia, a nossa Normandia. Mas não podemos de forma alguma subestimar o adversário. A esquerda se infiltrou ao longo de 40 anos por todo o aparato cultural e educacional deste país. É ela que ainda forma (ou melhor dizendo, deforma) a cabeça dos jovens desta nação, sobretudo os que tem menos acesso a outras fontes de informação. E ela também ainda dita o que é certo ou errado no mundo da cultura e das artes. Artistas como Danilo Gentili, Lobão, Roger, Regina Duarte, José Padilha e Zélia Duncan ainda são exceções em um cenário predominantemente esquerdista. A esquerda também domina e dominará por muito tempo ainda setores associados à enorme presença do estado na economia brasileira.

Nesta área encontramos grupos que se aliam à esquerda não por afinidade ideológica, mas por interesses corporativistas. É o caso de funcionários públicos, funcionários de empresas estatais, sindicatos, e empresários beneficiários do atual sistema de monopólios e de relações pouco republicanas entre o estado e as empresas privadas. Tivemos um festival de rock em São Paulo, com cerca de 100.000 pessoas, creio eu. Lá pelas tantas, uma banda gringa começou a tocar o velho jingle de campanhas presidenciais do PT, o Lula lá. Preocupante ver que parte da juventude brasileira ainda enxerga algum futuro em propostas socialistas que nasceram no século XIX, e que fracassaram em todo o mundo, quase sempre associadas ao surgimento de regimes ditatoriais bárbaros. Mais preocupante é observarmos esta parcela da sociedade ainda crer que um indivíduo pouco letrado, que é réu em 5 ações penais, e que foi responsável pela maior recessão e o maior desemprego da história deste país, possua as condições mínimas necessárias para ocupar novamente a presidência da nossa nação.

Uma breve espiada no noticiário da vizinha Venezuela seria bastante esclarecedora sobre as potenciais consequências de uma volta da esquerda ao poder no Brasil. Enfim, continuaremos a nossa luta para ampliar a cabeça de praia e ocupar os espaços ainda sob controle do inimigo comunista. A luta será dura e longa. Não se corrige em 1 ou 2 anos um processo pernicioso que foi implantado pelo adversário com muita estratégia e competência política por mais de 40 anos. Berlim ainda está muito longe, mas chegaremos lá.
por Gedson Meira.