quarta-feira, 8 de março de 2017

Cabral tratou de propina no palácio, diz delator da Andrade Gutierrez


Ex-governador do RJ está preso por suspeita de receber valores ilegais.
Andrade Gutierrez pagou R$ 2,7 milhões ao político, segundo o MPF.

O executivo Clóvis Renato Primo, ligado à construtora Andrade Gutierrez, reafirmou nesta terça-feira (7), em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral pediu propina a outro ex-executivo da empresa, dentro do Palácio Guanabara, sede do governo fluminense.
Primo prestou depoimento em um processo no qual Cabral e a mulher, Adriana Ancelmo, são réus na Justiça Federal, em Curitiba. O ex-governador é acusado de receber R$ 2,7 milhões em propina da Andrade Gutierrez, referentes às obras de terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras.

Segundo Primo, o ex-presidente da construtora, Rogério Nora, foi quem participou da reunião. "Começou a obra, e, no decorrer dela, houve uma reunião. O meu chefe, na época, era o Rogério, foi chamado pra ter uma contribuição", disse.
Questionado pelo Ministério Público Federal (MPF), Primo confirmou que o governador participou da reuinião.
MPF -: Reunião com quem?
Clóvis Primo - Com o governador do Rio.
MPF - Quem?
Clóvis Primo - Sérgio Cabral. E o Rogério foi nessa reunião e voltou dizendo que tinha que ter lá uma contribuição de 1% no valor de nosso contrato.
MPF - Essa contribuição significa...
Clóvis Primo - Uma propina de 1% no contrato.
MPF - E essa reunião foi onde? Você sabe dizer?
Clóvis Primo - Que eu me lembre, foi no governo mesmo, no Palácio lá.
Rogério Nora também é delator e prestou depoimento nesta terça-feira. Ele confirmou o pedido de propina dentro do Palácio Guanabara.
A defesa de Sérgio Cabral não foi encontrada para confirmar as declarações dos dois delatores.


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