sábado, 29 de abril de 2017

Doria diz que vai cobrar de sindicatos prejuízos causados na 'greve geral'


O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou na manhã deste sábado (29) que, além da multa estipulada pela Justiça, vai cobrar dos sindicatos que aderiram à paralisação todos os prejuízos causados à cidade durante as manifestações desta sexta (29). Pontos de ônibus e placas de sinalização de trânsito foram depredadas na parte final do ato.

“O Bruno Covas e os prefeitos regionais já foram orientados também a levantar o prejuízo e vamos cobrar também de todos os sindicatos que assinaram com balãozinho, camiseta e bonés, vão dividir a conta”, disse o tucano após participar de mais uma etapa da operação Cidade Linda, desta vez na região Avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Sul da capital.

“Nós estamos contabilizando os prejuízos e vamos cobrar. Assim como vamos cobrar a multa de meio milhão de reais que a Justiça estabeleceu para o sindicato que parasse os serviços básicos de transporte público, de pneus. A multa será cobrada. Não tem negociação. Vão pagar meio milhão de reais que é o que a Justiça determina”, completou ele.

A Polícia Militar informou que 39 pessoas foram conduzidas a delegacias de todo o Estado durante as manifestações. Destas, 26 foram responsabilizadas por delitos. Três policiais e dois civis ficaram feridos, todos no interior. Na Capital e Grande São Paulo, o último levantamento era de 21 detidos.

Quem passou pela manhã deste sábado na região da Praça Panamericana, Zona Oeste de São Paulo, pode ver as marcas do confronto entre policiais militares e manifestantes na noite desta sexta-feira: cápsulas de bombas de gás lacrimogêneo, paredes de casas e estabelecimentos comerciais pixados, pontos de ônibus destruídos, lixo e entulho queimados no chão.


Manifestantes foram do Largo da Batata até a frente da casa do presidente Michel Temer, onde houve confronto com a polícia. Os policiais atiraram bombas, balas de borracha e jatos d'água para dispersar o protesto.

Vândalos picharam muros, montaram barricadas e quebraram vidraças. Ao menos oito agências bancárias foram quebradas, além de uma concessionária da Audi, restaurante e janelas de supermercados.

Liminar

Uma liminar obtida na Justiça pela Prefeitura obrigava o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano a manter uma frota mínima de 60% dos ônibus nas linhas que passam por hospitais e unidades de saúde, além de 80% para os horários de pico - das 6h às 9h e das 17h às 19h. A determinação não foi seguida.

Para Doria, a paralisação promovida nesta sexta “não foi bem-sucedida”. “Do ponto de vista daquela promessa dos sindicalistas e grevistas que São Paulo ia parar, não parou. Portanto, sucesso essa greve não teve. Teve é muito incômodo, muita violência e muita destruição, o que é lamentável”, acrescentou o prefeito.

O protesto acabou com confronto entre mascarados e a Polícia Militar. Agências bancárias foram depredadas, paredes de casas e comércios, pixados, pontos de ônibus foram destruídos, e lixo e entulho, incendiados.