quinta-feira, 25 de maio de 2017

Renan pede renúncia rápida de Temer

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), passou a defender abertamente a saída do presidente Michel Temer para a realização de eleições indiretas. Nesta terça-feira, 23, durante sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Renan disse que “o ideal seria conversar com o presidente para fazer uma transição rápida e negociada”.
O senador se aproxima cada vez mais da oposição. Com a crise no governo, o alagoano também aproveitou para intensificar as conversas com partidos insatisfeitos com o governo para angariar apoio em uma eventual eleição indireta no Congresso, como PSB e PDT. O primeiro integrava a base aliada do governo até sábado passado, quando anunciou sua saída e defendeu a renúncia do presidente. Apesar disso, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PSB) afirmou nesta terça, em suas redes sociais, que não entregaria a pasta.
Não é a primeira vez que Renan articula contra o governo. Desde o envio das reformas ao Congresso, ele tem enfrentado o Planalto, o que gerou mal estar dentro da bancada do PMDB, onde é líder. Nas últimas semanas, Renan passou a participar de jantares com senadores da oposição e parlamentares que estão deixando a base.
Na segunda-feira, Renan participou de jantar com Kátia Abreu (PMDB-TO), e os senadores Lídice da Mata (PSB-BA), Roberto Muniz (PP-BA), Jorge Viana (PT-AC) e Acir Gurgacz (PDT-RO). No encontro, discutiram a saída de Temer e a obstrução das pautas do governo.
O posicionamento de Renan incomoda alas do PMDB e aliados de Temer, que pedem que a base aliada mantenha um clima de “normalidade” e aguarde o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no próximo dia 6, para se posicionar. Mesmo admitindo dificuldade de manter o governo, aliados de Temer argumentam que a cassação da chapa seria uma saída “mais digna” que a renúncia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.