A Polícia Civil do DF registrou denúncia de violência doméstica contra o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga Neto, 56 anos. A mulher dele, Elida Souza Matos, esteve na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), na madrugada desta sexta-feira (23/6), onde fez o boletim de ocorrência.
Segundo Elida, o magistrado a teria agredido, causando-lhe um ferimento no olho, durante uma discussão na casa do casal, no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul.
O caso está sendo tratado como violência doméstica, injúria e lesão corporal. Elida disse que foi xingada por Admar, com quem convive há mais de dez anos. Segundo ela, o marido chegou a dizer que “você não serve nem pra pano de chão”.
Elida acusou ainda o magistrado de ter jogado enxaguante bucal nela. A Polícia Militar foi acionada e a levou à delegacia. Após registrar o BO, ela teria requerido medidas protetivas.
Uma testemunha contou que embora não tenha presenciado a agressão, ouviu gritos do ministro chamando a mulher de “vagabunda” e dizendo “quero que você saia de casa para eu te ver na sarjeta”. Afirmou, ainda, que Admar seria uma “pessoa controladora” e usaria “seu status de ministro para subjugar a vítima, que é dona de casa”.
Acionado, o TSE informou que não tem conhecimento sobre o caso. Admar Gonzaga não foi à delegacia e a investigação será enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), já que ele tem foro privilegiado.
O ministro Admar Gonzaga participou do julgamento da cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer. Ministro substituto do tribunal desde junho de 2013, Admar Gonzaga Neto assumiu a vaga deixada pelo ministro Henrique Neves.
A nomeação foi assinada em 31 de março. Natural da cidade do Rio de Janeiro, o magistrado nasceu em 1969 e atua na área eleitoral desde 1993. É membro do Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral, autor de livros, professor e palestrante.