quarta-feira, 28 de junho de 2017

PT desafia Moro e silencia sobre condenação de Palocci

Gleisi Hoffmann, a nova presidente do PT subiu o tom de desafio ao juiz Sergio Moro. Em nota à imprensa, ela afirmou que o partido "não aceitará" uma condenação do ex-presidente Lula no caso do tríplex no Guarujá. "Nossa militância segue atenta e mobilizada para, junto com outros setores da sociedade brasileira, dar a resposta adequada para qualquer sentença que não seja a absolvição completa e irrestrita de Lula", disse.

Entretanto a senadora se formou em direito e deve saber muito bem que a resposta adequada a uma sentença judicial é recorrer à instância superior. Como a militância petista não se resume a jurisconsultos, ficou no ar que tipo de recado foi esse que ela quis passar ao juiz da Lava Jato.
Ao assumir a direção do Partido dos Trabalhadores, Gleisi deu um cala-boca nos aliados que cobravam uma autocrítica do PT. "Não somos organização religiosa", disse. "Não vamos ficar enumerando os erros para que a burguesia e a direita explorem nossa imagem."

Sabemos que a burguesia e a direita não devem esperar muita coisa da senadora, mas os setores da esquerda, que não se meteram em escândalos de corrupção, ganharam mais um estímulo para desistir do partido.

Gleisi divulgou a nota no mesmo dia em que Moro condenou o petista Antonio Palocci a 12 anos de prisão. No entanto, ela não dedicou uma única linha ao ex-ministro. 

A exemplo de Lula, a senadora Gleisi é ré na Lava Jato. Em setembro, a segunda turma do STF aceitou a denúncia contra ela por unanimidade.