quinta-feira, 21 de setembro de 2017

FUNDO DO POÇO: EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS CHAMA DILMA COMO SUA TESTEMUNHA

Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, chamou a ex-presidente Dilma Rousseff para depor como sua testemunha de defesa em inquérito na Operação Lava Jato. Bendine é acusado de receber da Odebrecht o valor de R$ 3 milhões de propina. 

A petista faz parte do rol de 17 testemunhas, também foram convocados o vice-presidente de negócios de atacado do BB Antonio Mauricio Maurano Paulo Ricci, o vice-presidente de distribuição de varejo Walter Malieni Junior e o ex-presidente do banco Alexandre Corrêa de Abreu, sucessor de Bendine. 

Bendine arrolou ainda o presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Nelson Carvalho, e três integrantes da diretoria executiva da estatal: Solange Guedes Roberto Moro e Jorge Celestino. 

A força-tarefa da Lava Jato acusa Bendine e os operadores financeiros Álvaro José Galliez Novis, André Gustavo Viera da Silva e Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior, além dos executivos da Odebrecht Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, da prática dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e embaraço à investigação de infrações penais. 

De acordo com a denúncia, quando Bendine ainda comandava o Banco do Brasil, pediu propina de R$ 17 milhões “para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht Agroindustrial”. Entretanto os executivos da empreiteira se negaram a pagar a propina. 

A denúncia afirma que na véspera de Bendine assumir a Petrobras, o executivo e um de seus operadores financeiros solicitaram novamente a propina, desta vez para que a Odebrecht não fosse prejudicada em seus interesses na Petrobras. 

Segundo a investigação, o setor de Operações Estruturadas da Odebrecht pagou o valor de R$ 3 milhões, em três entregas em espécie, sendo R$ 1 milhão cada. 

O Ministério Público Federal aponta que parte dos valores da propina ainda foi repassada para Aldemir Bendine, também de forma oculta e dissimulada, com o pagamento, pelo operador André Gustavo Vieira da Silva, de viagem internacional que o ex-presidente da Petrobras realizou no final de 2015 e início de 2016. Outra parte foi entregue durante os diversos encontros pessoais que os acusados tiveram em 2015.