A presidente do STF, ministra Carmen Lucia, ao proferir o voto de desempate na ação que submeteu decisões do Supremo ao Legislativo, tentou minimizar sua divergência, dizendo que concordava com o relator, ministro Edson Fachin.
O ministro Fachin explicou firmemente que não havia concordância, e Carmen Lucia foi forçada a esclarecer seu voto, em meio a um caloroso debate entre os ministros.
O procurador Jose Adonis Callou resumiu a situação: "O STF segue a trajetória recente de capitulação diante do Legislativo. Renunciou ao poder de dizer a última palavra sobre o direito. Resultado difícil de ser proclamado no STF. A presidente tentou fazer parecer pequena a sua divergência. Mas seu voto derrotou o STF. A minoria no STF com um voto coeso: o Judiciário pode decretar medidas cautelares contra parlamentares, sem submissão ao Legislativo. A maioria no STF e uma convergência: conceder imunidade aos parlamentares e submeter decisões do STF ao controle do Legislativo".