domingo, 15 de outubro de 2017

AS MÃOS SUJAS DO CONGRESSO

O Estadão entrevistou Gherardo Colombo, ex-ministro da Corte de Cassação (o supremo tribunal italiano) no período da Operação Mãos Limpas, inspiradora da Lava Jato.

Ele resumiu os efeitos das investigações e como se deu a blindagem contra a Justiça.

“Muitos foram os condenados. Alguns foram para a cadeia. Mas muitos empresários – devo dizer que não sei se o nosso sistema corresponde ao de vocês – fizeram acordos e conseguiram a suspensão condicional da pena. E, portanto, não foram para a cadeia. Depois, progressivamente, nossos legisladores – nossos processos e investigações duraram 13 anos – modificaram alguns crimes, como o de falsificação de balanços e o favorecimento administrativo, reduzindo o prazo de prescrição; modificaram os valores das provas, retirando o valor de atos processuais que antes tinham valor como prova, razões pelas quais depois o número de condenações diminuiu bastante.”

Qualquer semelhança com as iniciativas do Legislativo brasileiro não é mera coincidência.