Quando explodiu o conteúdo da delação de Claudio Melo Filho, ex-executivo da
Odebrecht, ainda no ano passado, apareceu o nome de José Yunes, amigo de
Michel Temer e então assessor especial da Presidência da República.
Segundo
Melo Filho, parte do dinheiro que teria sido pedido por Temer a Marcelo
Odebrecht para a campanha do PMDB em 2014 teria sido entregue diretamente a
Yunes – que deixou o cargo no governo após a divulgação da delação.
Mas, segundo Lúcio Funaro, Michel Temer não concentrava as negociações em uma
única pessoa de confiança. Além de Yunes, Temer teria outros operadores que
intermediariam pagamentos.
Funaro diz ter certeza absoluta da participação do
ex-deputado Eduardo Cunha e de Wager Rossi, que foi ministro da Agricultura
nos governos Lula e Dilma, mas também citou João Baptista Lima Filho, coronel
aposentado da PM de São Paulo, e o ex-deputado paranaense Rodrigo Rocha
Loures, flagrado recebendo da JBS uma mala com dinheiro que seria destinado a
Temer.