sexta-feira, 6 de outubro de 2017

MPF se surpreende com provas encontrada s contra Nuzman

Os procuradores do Ministério Público
Federal (MPF) que integram a força tarefa
da “Operação Unfair Play” revelaram certa surpresa com as provas encontradas após o cumprimento de mandados de busca e apreensão, e que resultaram na prisão temporária de Carlos Arthur Nuzman.  

Ao colherem documentos em endereços ligados ao presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) no início de setembro, os
procuradores obtiveram emails nos quais o dirigente senegalês Papa Massata Diack cobra de Nuzman o complemento de um
pagamento relacionado à candidatura do Rio para o posto de sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

A troca de emails com Diack é a principal
evidência que levou os procuradores do MPF a apontarem envolvimento de Nuzman na suposta compra de votos de membros do Comitê  Olímpico Internacional (COI).

Como os emails em questão são datados de novembro e dezembro de 2009, em data posterior aos depósitos feitos pelo empresário Arthur Soares nas contas de Diack — e posterior também à votação que elegeu o Rio como sede da Olimpíada —, o MPF acredita que o volume da propina foi maior do que os US$ 2 milhões já identificados nesta transferência.

Os procuradores seguem investigando envios de dinheiro a participantes da eleição da cidade-sede
dos Jogos, e afirmaram já ter indícios de que pelo menos mais US$ 500 mil foram pagos a membros do COI.

Preso na manhã desta quinta-feira, Nuzman foi levado à sede da Polícia Federal no Rio, onde fez exame de corpo de delito. A prisão temporária tem duração de cinco dias, e é renovável por mais
cinco. 

O MPF realizou novos mandados de busca e apreensão nesta quinta.

Dependendo das provas obtidas, pode requerer à Justiça a conversão de prisão temporária em prisão preventiva, que tem prazo indeterminado.