segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Lula já devolveu os objetos que roubou do Palácio do Planalto, Mas onde foram parar centenas de bebidas que levou para o sítio em Atibaia?

O ex-presidente Lula deve ser condenado nos próximos dias em mais uma ação penal em que figura como réu. O juiz Sérgio Moro começa a ouvir sete testemunhas do caso do sítio de Atibaia duas semanas após o julgamento do recurso de Lula no caso do triplex do Guarujá. É de longe, o caso mais temido pelo ex-presidente e pelos dirigentes do partido. A defesa de Lula também não conseguiu conceber uma narrativa que justifique o recebimento de tantas vantagens indevidas pelo cliente.

Moro aceitou em agosto, a denúncia do Ministério Público Federal contra o petista por corrupção e lavagem de dinheiro nas obras do sítio no interior de São Paulo.

Lula já foi obrigado a devolver os objetos de ouro que roubou dos Palácios do Planalto e da Alvorada. Mas até o momento, não se sabe qual foi o destino dado às bebidas armazenadas no sítio Santa Bárbara em uma adega construída especialmente para abrigar as bebidas do ex-presidente.

Mais de 200 caixas com pertences da família do ex-presidente foram levadas de Brasilia até o o sítio em Atibaia — 37 delas eram caixas de bebidas, conforme registraram, cuidadosamente, os funcionários encarregados de fazer a mudança. Os documentos com o registro da mudança estão arquivados na Presidência da República.

A entrega em Atibaia se deu em 8 de janeiro de 2011, dois meses após a compra do sítio, feita em nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar, sócios do filho mais velho de Lula. No sítio, a carga foi recebida por um ex-assessor especial de Lula.

A empresa Granero Transportes admitiu, em nota, que entregou 99 caixas de bebida, em junho de 2012, em um sítio em Atibaia (SP). "A adega do ex-presidente da República foi transportada para sítio localizado na região de Atibaia/SP. Por orientação do cliente, o veículo da empresa transportadora seguiu o recebedor Rogério Aurélio Pimentel até o local da entrega", diz trecho do documento. 

A lista é extensa e inclui vinhos, champagnes e espumantes de diversas origens –desde bebidas do Brasil até da Argentina, França, Espanha e Itália, por exemplo. .
A relação também inclui cachaças e destilados, como as cachaças A Locomotiva e Triumpho, destilado chinês, vodca Stolichnaya e rum El Dorado (deste último foram registrados 29 exemplares na lista).

Onde foram parar milhares de garrafas de bebidas avaliadas em meio milhão de reais?