sábado, 21 de abril de 2018

Cabral agora é a vítima construída por Gilmar Mendes

A aula de direito que lhe foi aplicada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de nada adiantou para Gilmar Mendes.
Não poderia ser diferente, jamais a soberba do eminente magistrado permitiria tal comportamento, jamais ele daria mão à palmatória.
Dodge, sobre a questão das algemas a que foi submetido o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral Filho, desmoralizou o ministro, ensinando-o em seu petitório as seguintes lições: 
A lei não
permite que um ministro determine a abertura de inquérito sem que isso tenha sido pedido pelo Ministério Público;
Gilmar não tinha poder para se denominar relator do inquérito porque não foi escolhido por ninguém, nem mesmo sorteado para isso;
Só a presença de autoridade com foro privilegiado poderia determinar a abertura de investigação no Supremo, e esse não é o caso de Cabral;
Já existe um inquérito aberto no Paraná que apura eventuais abusos cometidos no transporte de Cabral.
 De nada adiantou o ‘esculacho’.
O ministro mandou o inquérito prosseguir.
Preso e condenado por corrupção e outros crimes, Cabral foi ouvido como vítima nesta quinta-feira (19).
Na nova ordem estabelecida por Gilmar, Cabral agora é vítima e os agentes da polícia federal que o escoltaram são os ‘bandidos’.
O depoimento de Cabral foi colhido e será enviado a Gilmar Mendes, que, além de ter aberto o inquérito, também é o seu relator.