sexta-feira, 4 de maio de 2018

Ao estilo Lula, Gleisi Hoffmann promete ataque contra Raquel Dodge no Conselho do MP


A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffman (PR), parecia completamente fora de controle quando subiu na tribuna do Senado para anunciar que irá entrar com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra a procuradora geral da República, Raquel Dodge.

Possessa por ter sido denunciada ao STF pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, Gleisi afirmou que irá pedir para que Raquel Dodge seja responsabilizada pela denúncia “irresponsável”, “inepta”, “mentirosa” , “sem provas”, “infantil” , “falsa” e de “má fé” apresentada contra ela, o ex-presidente Lula, e o marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo.

"Não é possível que a irresponsabilidade chegue a esse termo, para que tenhamos denúncias, e para que eles apareçam nos holofotes. Mas espero também que a Procuradoria-Geral da República, a Procuradora, seja responsabilizada por denúncia sem fundamento, por má-fé. Vou apresentar, sim, representação ao Conselho Nacional do Ministério Público — discursou a senadora Gleisi Hoffman.

Gleisi também acusou Raquel Dodge de ter “inventado” a denúncia de crime de lavagem de dinheiro e não caixa dois. Segundo a petista, no caso de seus encontros com Marcelo Odebrecht, a procuradora-geral fez uma interpretação “maliciosa, mentirosa” para tentar desqualificá-la.

— Essa falsificação das minhas declarações é grosseira e até infantil. Por que que eu iria negar que recebi empresários em agendas públicas e nas quais tratamos de interesses do Brasil, que além de tudo eram divulgadas no site da Casa Civil, com fotos, muitas delas? Mas isso é só uma amostra do que há nessa denúncia agora apresentada. Há trechos muito piores, que demonstram a fragilidade e a incompetência com que foi elaborada a denúncia — discursou Gleisi.

Em defesa de Lula, Gleisi disse que as acusações também foram “inventadas”.

— Eles não deixam o Lula em paz — reclamou Gleisi Hoffman, que evitou mencionar o nome do ex-ministro Antonio Palocci, um de seus companheiros na denúncia oferecida ao STF. 

O receio da petista quanto ao colega é compreensível. Palocci acaba de assinar um acordo de delação com a Polícia Federal. 

Como colaborador, o ex-ministro provavelmente ajudará a esclarecer as denúncias da PGR.