sábado, 21 de julho de 2018

Novas ameaças de morte contra Sérgio Moro serão investigadas pela Polícia Federal


A revolta dos apoiadores do ex-presidente Lula contra o juiz Sérgio Moro atingiu um nível preocupante após a tentativa frustrada de deputados petistas e do desembargador plantonista Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Rogério Favreto, de livrar o petista da cadeia.

Segundo o site Imprensa Viva, a Polícia Federal (PF) está apurando as novas ameaças contra Moro, o responsável pelos processos da Operação Lava-Jato que conseguiu impedir, num primeiro momento, que a ordem de soltura de Lula determinada por Favreto fosse cumprida pela PF.

No dia 08 deste mês, o ex-petista e plantonista do TRF-4 determinou a soltura de Lula. Moro foi contra e, pouco depois, o relator do caso no TRF-4, desembargador João Pedro Gebran Neto, determinou a continuidade da prisão. Mas Favreto deu nova decisão pela liberdade. Em seguida, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), o presidente do TRF-4, desembargador Thompson Flores, determinou que valeria a decisão de Gebran, e não a de Favreto.

Em sua conta no Twitter, o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos desdobramentos da Lava-Jato no Rio de Janeiro, publicou na última segunda-feira um print com oito postagens de internautas dizendo que seria preciso matar Moro. "O que dizer sobre essas mensagens abaixo? A Justiça Brasileira não pode ser usada como instrumento de disputas políticas. Ao contrário, deve ser incondicionalmente RESPEITADA", escreveu Bretas.




A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), também defendeu em nota "a necessidade de respeito à independência judicial dos magistrados que atuam em processos que envolvem ações de combate à corrupção".

"É inadmissível que Magistrados, no exercício das funções constitucionais, sejam alvos de ataques pessoais, provenientes de figuras públicas ou de dirigentes de partidos políticos. Atitudes como essa, refletem uma visão autoritária e atentam contra o Estado Democrático de Direito", diz a nota, assinada pelo presidente da entidade, Fernando Mendes.

Ajufe destacou na nota que não há razão para "se estranhar decisões que condenem e prendam pessoas consideradas culpadas, após o devido processo legal, independentemente do poder ou condição econômica e social". Isso é uma "obrigação imposta pelo princípio da igualdade de todos perante a lei"

O Sindicato dos Delegados da Polícia Federal do Estado de São Paulo (Sindpf-SP) também se pronunciou nesta terça-feira a respeito do caso Lula. Em nota, a organização apoiou os policiais federais que estavam de plantão em Curitiba no domingo "pela cautela e prudência na atuação quando do recebimento de alvará de soltura" do ex-presidente Lula.

Segundo o texto, a PF "não tem cor, nem partido e exerce seu papel constitucional com equilíbrio, moderação e responsabilidade."