quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A hora da verdade. Com Lula na cadeia, candidatos do PT se preparam para a pior eleição da história do partido


O PT vai as urnas em 2018 já preparado para a eleição mais difícil de sua história. O partido que, ao longo das últimas décadas, cedeu aos caprichos do ex-presidente Lula em se promover como a única liderança, não se preocupou em construir outras lideranças capazes de conduzir a legenda no nível nacional e nas principais regiões do país, relata o site Imprensa Viva.

Com isso, o PT se tornou refém da figura do seu maior líder, que concentrou todo o poder de decisão sobre os destinos do partido em suas mãos. Tido como um pai e tutor de seus destinos, os integrantes do PT se tornaram dependentes das bençãos de Lula, de seu aval para qualquer plano e de sua presença em seus palanques e em suas vidas.

Com Lula na cadeia, todos se tornaram órfãos do padrinho político e cabo eleitoral que garantia a eleição de seus escolhidos. Os petistas estão roucos de tanto gritar o nome de Lula nas ruas e seus trajes de agora até as eleições devem conter a imagem do ex-presidente, como um apelo desesperado, uma lembrança constante de que representam Lula. Na verdade, os membros do PT continuam dependentes da imagem de Lula para se elegerem. Não se sabe como se sairão nas próximas eleições sem o condenado em seus palanques.

Nas eleições municipais de 2016, com Lula solto e fazendo campanhas pelos candidatos do partido, o PT perdeu mais da metade das prefeituras em todo o país. Elegeu apenas um prefeito de capital, no Acre, e perdeu as eleições em todas as demais regiões do país, inclusive no nordeste. Naquele ano, o PT ficou sem as prefeituras de grandes cidades e Lula não conseguiu eleger sequer seu filho vereador em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, berço político do PT e de seu líder. Se com Lula solto foi uma eleição difícil, com ele preso, seu partido deve enfrentar em outubro de 2018 a eleição mais difícil de sua história.